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  • A região do Tapajós
  • A região do Tapajós

    O processo de ocupação da região do Tapajós foi lento e gradual, e se estendeu da primeira metade do século XVII ao início do século XX. Contudo, os vestígios da área sugerem que a região foi densamente povoada. A partir dos relatos de viajantes no período da expansão colonial, observou-se a dinâmica preexistente das relações de troca entre grupos indígenas diferentes e que se ampliaram em contato com os colonizadores, estabelecendo-se, assim, uma complexa rede de interações entre esses grupos e, posteriormente, com os estrangeiros. Saiba mais

  • Carta do Peru, do rio Amazonas e do Brasil onde se observa o registro dos Tapajó como povos guerreiros e muito numerosos.

    Coreal, François. Voyages de Francois Coreal aux Indes occidentalles: contenantcequ’ila vu de plus remarquable pendant sonse jour depuis 1666 jusqu’em 1697. Traduits de l’espagnola vecrelationde la Guianede Walter Raleigh & le voyage de Narborough a la Mer du Sud par le détroit de Magellan. Amsterdam: Chez F. Frederic Bernard, 1722

  • A presença dos principais povos Munduruku, Apiaká, Mawée Kawahiwa, desde fins do século XVII e ao longo do XIX, caracteriza a região do Tapajós.

    Levasseur, Pierre-Emile. Le Brésil. 2. ed. Paris: H. Lamirault et Cie. Éditeurs, 1899

    Orbigny, Alcide Dessalines d’. Voyage pittoresque dans les deux Amériques: resumé general de tous les voyages. Paris: Chez L. Tenré, Libraire-Éditeur, 1836

  • No Tapajós, nos cursos baixo e médio, e de ambas as margens do rio ao interior do território, a região continuava densamente povoada pelos Munduruku. Durante o século XIX, no curso baixo existiam 13 aldeias com 2.671 ocupantes.

    Karl Friedrich Philipp von Martius e Johann Baptist von Spix. Reise in Brasilien auf Befehl Sr. Majestat Maximilian Joseph I Königs von Bairen in den Jahren 1817 bis 1820 gemacht und beschrieben. Munchen: Gedruckt bei M. Lindauer, 1823-1831

  • O primeiro trabalho com preocupação arqueológica na área do rio Tapajós foi o do geólogo Frederick Hartt, nos anos de 1870 e 1871, no sambaqui Taperinha e outras localidades no entorno de Santarém.

    Em 1872, o botânico Barbosa Rodrigues viajou pelo rio Tapajós com o objetivo de conhecer a vegetação e também aprofundar suas indagações sobre os usos e costumes dos extintos índios Tapajó. Deve-se a ele a elaboração do histórico mais completo dessa época sobre os referidos indígenas, baseado em informações de cronistas e em suas próprias pesquisas. Barbosa Rodrigues considerou Santarém como a principal aldeia dos Tapajó. Segundo ele, estes índios não habitavam somente as margens do rio, mas também as serras que as contornam. Em suas coletas de superfície e escavações, encontrou fragmentos de cerâmica e de estatuetas, machados, sambaquis e caminhos cavados na descida das serras.

    Faria, João Barbosa. A cerâmica da tribo Uaboí dos rios Trombeta e Jamundá: contribuíção para o estudo da arqueologia pré-histórica do baixo Amazonas. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1946

  • Henry Alexander Wickham, botânico inglês, transferiu-se, em 1871, para Santarém com sua esposa Violet Carter, onde tentou estabelecer uma plantação de seringueiras.

    Wickham, Henry Alexander. Rough notes of a journey through the wilderness, from Trinidad to Para, Brazil, by way of the great Cataractes of the Orinoco, Atabapo, and Rio Negro. London: W. H. J. Carter, 1872

  • A atividade extrativista na região do Tapajós teve início no século XVII com a exploração das drogas do sertão e continuou nos anos seguintes com a extração de outras espécies da flora amazônica.

    Henry Wickham foi o responsável pelo contrabando de sementes de seringueira (Hevea brasiliensis) na região de Santarém, em 1876. As sementes foram encaminhadas ao Royal Botanic Gardens, em Londres, e, após selecionadas geneticamente, enviadas para plantações na Malásia.

    Wickham, Henry Alexander. Rough notes of a journey through the wilderness, from Trinidad to Para, Brazil, by way of the great Cataractes of the Orinoco, Atabapo, and Rio Negro. London: W. H. J. Carter, 1872

  • O rio Tapajós no município de Itaituba. Mapa organizado pelo coronel Raymundo P. Brasil, intendente municipal. Pará, 1912. Fundo Francisco Bhering

  • A região do Tapajós
  • A coleção da Fundação Brasil Central
  • A coleção da Fundação Brasil Central

    A coleção de cerâmica do Tapajós, composta por mais de 1.800 peças, foi adquirida, em 1945, pelo então presidente da Fundação Brasil Central (FBC), João Alberto Lins de Barros. Pertencia a Robert Carlton Brown (1886-1959), escritor, editor de magazines e revistas norte-americano que, depois de viajar pelo México e América Central escrevendo para o Comitê de Informação Pública dos Estados Unidos da América do Norte (EUA) em Santiago do Chile, fundou no Rio de Janeiro a Brazilian American, revista semanal publicada até 1929. Em 1941, Robert e sua esposa Rose voltaram para a América do Sul, viajaram pela Amazônia e acumularam um conjunto substancial de artefatos artísticos e culturais, além de colaborar em um livro, Amazing Amazon (1942). O casal viveu no Rio de Janeiro até 1952. Saiba mais

  • A Fundação Brasil Central (1943-1967), agência gestada no âmbito da Coordenação de Mobilização Econômica, órgão que centralizava uma ampla gama de poderes no Estado Novo, foi criada na esteira da Expedição Roncador-Xingu (ERX) com a missão de desbravar e colonizar vastas áreas tidas como “vazias” na região central do país.

    Ministro João Alberto Lins de Barros assina no tabelião Fonseca Hermes a escritura de instituição da Fundação Brasil Central, destinada a desbravar, colonizar e povoar o oeste brasileiro. Rio de Janeiro, [outubro de 1943]. Fundo Correio da Manhã

    Instalação da comissão da Fundação Brasil Central sob a presidência de João Alberto Lins de Barros, ministro da Coordenação de Mobilização Econômica, Rio de Janeiro, 11 de agosto de 1944. Fundo Agência Nacional, subsérie Eventos

  • Em entrevista à Revista da Fundação Brasil Central, João Alberto Lins de Barros declara:

    “Não podemos dar informações muito detalhadas sobre a natureza do solo das cabeceiras do Xingu e do Tapajós. Aí se encontra a grande área desconhecida que constitui o objeto primordial dos trabalhos da fundação, extensão de terra de mais de 500.000 quilômetros quadrados, que representa talvez a maior área desconhecida do globo. Sobre tão vasto território descansam os limites da Fundação Brasil Central, cuja extensão não se acha ainda claramente estabelecida.” Arquivo Nacional, Fundo Paulo de Assis Ribeiro.

    Conferência do ministro João Alberto Lins de Barros sobre o tema Brasil Central, na Associação Brasileira de Imprensa. Rio de Janeiro, 9 de outubro de 1945. Fundo Agência Nacional, subsérie Pessoas Públicas

  • Transporte de animais embalsamados para a exposição no museu da FBC que estava previsto a ser construído em Aragarças,1952. Fundo Fundação Brasil Central

  • Manoel Pastana (1888-1984), pintor, escultor e desenhista, explorou a modelagem em argila, produziu peças em cerâmica e gesso, e realizou a fundição de objetos em bronze com clara influência da cultura marajoara. Essa vivência o direcionou para o campo da arte decorativa e aplicada, tendo elaborado diversos projetos com motivos regionais e amazônicos, para serem utilizados pelas indústrias nacionais, e atuado de certa maneira como designer em um período em que esse termo ainda não era utilizado.

    Carta dirigida ao presidente da FBC em 8 de março de 1948, por Manoel de Oliveira Pastana, que propõe a classificação e o valor estimativo do material arqueológico e informa como o trabalho de desenho das peças poderia ser realizado e quais seriam os custos. Seriam cinco desenhos para cada prancha no valor de cem cruzeiros cada, totalizando 3.600 cruzeiros. O desenho elaborado por Pastana acompanha a carta mencionada. Fundo Fundação Brasil Central

  • Na década de 1930, a arqueóloga norte-americana Helen Palmatary iniciou seu trabalho pioneiro com o estudo de coleções oriundas de Santarém e do Lago Grande de Vila Franca, pertencentes a museus da América do Norte, Suécia e Brasil. Em 1953, Palmatary, vinculada ao Museu da Filadélfia, esteve no Brasil e desenvolveu muitos estudos sobre essa coleção de cerâmica –grande parte deles publicados nos EUA. O trabalho de Palmatary tem o mérito de não estar centrado somente em classificar tipos cerâmicos. A autora apresenta um bem-elaborado contexto histórico para a região, alerta para a necessidade de trabalhos sistemáticos de campo para o vale do Tapajós, compara similaridades e diferenças técnicas existentes entre a cerâmica de Santarém e a do Marajó, e dissocia uma relação direta entre ambas, destacando que a de Santarém, embora apresente motivos em preto, vermelho, sobre fundo branco (ou creme), prima pela modelagem naturalista.

    Ofício n. 552 da Divisão Cultural da Fundação Brasil Central, 16 de dezembro de 1953. Fundo Fundação Brasil Central

    Carta da arqueóloga Helen C. Palmatary ao presidente da Fundação Brasil Central, 12 de dezembro de 1953. Fundo Fundação Brasil Central

  • Carta do Presidente da Fundação Brasil Central Arquimedes Pereira Lima em resposta ao diretor do jornal O Mundo acerca de uma acusação “inculcada” de que a FBC teria doado a coleção de cerâmica para o dr. Assis Chateaubriand. Rio de Janeiro, 5 de outubro de 1951. Fundo Fundação Brasil Central

  • Na sala de reunião da Fundação Brasil Central se podem observar, sobre as estantes, peças da coleção de cerâmica do Tapajós, posteriormente cedidas ao Museu Nacional.

    Primeira reunião do novo Conselho da Fundação Brasil Central, sob a presidência de Antônio Viçoso de Moraes Jardim. Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 1948. Fundo Agência Nacional, subsérie Eventos

  • Heloísa Alberto Torres (1895-1977), antropóloga, estudou a cerâmica marajoara e teve presença marcante no cenário antropológico brasileiro à frente de instituições importantes, a exemplo do Museu Nacional, onde ingressou em 1918 como assistente de Roquette-Pinto. Na direção dessa instituição, no período de 1938 a 1955, implementou uma série de atividades voltadas para a institucionalização da antropologia como disciplina acadêmica, empenhou-se no desenvolvimento, na formação de pesquisadores no campo da etnologia e no incremento das coleções etnográficas do Museu Nacional. O processo de cessão da coleção de cerâmica tapajônica foi, em grande medida, conduzido por Heloísa Alberto Torres.

    Reunião extraordinária do Conselho Fundação Brasil Central, sob a presidência de Antônio Viçoso de Moraes Jardim, com a presença da diretora do Museu Nacional, Heloísa Alberto Torres. Rio de Janeiro, 13 de abril de 1948. Fundo Agência Nacional, subsérie Eventos

  • Ofício n. 308 de Heloísa Alberto Torres solicitando a cessão por empréstimo da coleção de cerâmica para o Museu Nacional. Rio de Janeiro, 14 de maio de 1951. Fundo Fundação Brasil Central

  • Em 1946, o Museu Nacional foi incorporado à Universidade do Brasil (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro) com a finalidade de coligir, classificar e conservar materiais, organizar coleções em séries e exposições públicas, realizar estudos e pesquisas, e divulgar conhecimentos com base nos diferentes campos das ciências. As coleções de arqueologia brasileira, clássica e andina eram reunidas no Setor de Arqueologia, que mantinha um rico acervo resultante de projetos de pesquisa. Fundo Correio da Manhã

  • Helmut Sick (1910-1991) fez parte de projetos elaborados pelo Museu Nacional em parceria com a FBC, além de participar diretamente da elaboração do projeto que visava criar um Museu de Zoologia e Botânica em Aragarças.

    Integrante do Departamento de Pesquisas Naturalísticas da FBC, Sick elaborou inúmeros estudos que ganharam notoriedade no cenário nacional e internacional. Muitas de suas produções científicas foram publicadas em parceria entre a FBC, o Museu Nacional e instituições de pesquisa científica. Entre as realizações de Sick que mais se sobressaíram nos meios científicos, destacam-se amplas coleções de material zoológico, compreendendo mamíferos, aves, répteis, anfíbios, peixes, insetos, aranhas e outros invertebrados; variadas coleções de material botânico; estudos ecológicos; estudos etnográficos, especialmente nos campos da zoologia, botânica e fisiologia humana; documentação fotográfica sobre a fauna e a flora do Brasil Central, referente aos índios da região e às atividades da Expedição Roncador-Xingu. Fundo Correio da Manhã

  • Ofício n. 57 do chefe da Junta de Controle da Fundação Brasil Central sugerindo a assinatura de termo de ajuste no qual o Museu Nacional “assumirá a obrigação de fiel depositário, a título gratuito”, das coleções de animais e de cerâmica tapajônica. Rio de Janeiro, 2 de setembro de 1957. Fundo Fundação Brasil Central

  • O Museu Nacional e a Fundação Brasil Central selaram acordo para a cessão definitiva das coleções de cerâmica de Santarém e de zoologia do pesquisador Helmut Sick, num “gesto cortês e desprendido”, segundo o diretor do Museu Nacional José Cândido de Mello Carvalho, em junho de 1959.

    Ofício n. 344 do diretor do Museu Nacional para o presidente da FBC. Rio de Janeiro, 2 de junho de 1959. Fundo Fundação Brasil Central

    Ofício n. 29 do presidente da FBC concordando com a doação da coleção ao Museu Nacional. Rio de Janeiro, 3 de junho de 1959. Fundo Fundação Brasil Central

  • De acordo com o contrato de doação assinado entre o Museu Nacional e a Fundação Brasil Central, as peças deveriam ficar em “permanente exibição ao público”, indicando-se a procedência da coleção. Fundo Fundação Brasil Central

  • A coleção da Fundação Brasil Central
  • Cerâmica do Tapajós: uma coleção
  • Cerâmica do Tapajós: uma coleção

    Em torno dos séculos XVIII e XIX, um grande desenvolvimento populacional e cultural ocorrido na Amazônia, com extensas áreas de terras pretas, abundância de cultura material e mudanças significativas na paisagem, pode, em grande medida, ser explicado por meio da produção de artefatos, em especial peças de cerâmica, estudadas desde o final do século XIX.

    A cerâmica arqueológica de Santarém remete aos índios Tapajó, que, provavelmente, haviam atingido um excedente de produção, o que permitiu o aparecimento de especialização do trabalho, necessária para a execução de peças do nível das presentes nesta coleção. Os variados tipos de vasos indicam um nível de desenvolvimento social que aponta para a presença de especialistas e de atividades diferenciadas. Saiba mais

  • A cidade de Santarém, localizada no baixo Tapajós, apresenta em sua frente o encontro das águas claras do rio Tapajós e das águas escuras provenientes do rio Amazonas. É debaixo dessa cidade que se encontram os vestígios das sociedades indígenas que habitaram a região e produziram uma das indústrias cerâmicas mais antigas do continente sul-americano. Os primeiros relatos etno-históricos descrevem que a foz do rio Tapajós era densamente povoada, dado devidamente confirmado pelas pesquisas arqueológicas que se desenvolveram na região desde o final do século XIX.

    Planta topográfica da cidade de Santarém, Pará. Fundo Ministério da Viação e Obras Públicas

  • “Só conheço duas terras pretas que começam imediatamente na marca da enchente da beira do rio: a de Alter do Chão e a de Santarém-Aldea. Esta última é sem comparação a mais importante e a que forneceu material mais numeroso e sobretudo qualitativamente superior ao de todas as outras juntas. Sobre ela está construída grande parte da atual cidade de Santarém, especialmente o bairro chamado Aldeia, isto é, a rua da Alegria e as travessas dela. Sobretudo nestas últimas, que apresentam forte declive para o lado do Tapajós, as enxurradas abrem frequentemente sulcos profundos, nos quais se encontravam por toda parte os restos da cerâmica antiga.” (Nimuendaju, Curt. Os Tapajó. Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi, v. 10, p. 93-106, 1949)

    Planta topográfica da cidade de Santarém com seus arrebaldes. Fundo Ministério da Viação e Obras Públicas

  • A cerâmica tapajônica está datada do século X até a contemporaneidade e sua dispersão e localização espacial compreendem uma área que abrange as margens dos rios Tapajós, Amazonas e Arapiuns e região de planalto santareno. Fundo Fundação Brasil Central

  • De acordo com Mauricio Heriarte, em Descripção do estado do Maranhão, Pará, Corupá e rio das Amazonas (1874), o conjunto cerâmico Santarém apresenta aspectos formais que denotam continuidade, evolução e inovações, compondo uma indústria pré-contato de alta sofisticação, que era desejada e levada para outras áreas via redes de troca. Fundo Fundação Brasil Central

  • A cerâmica tapajônica, associada aos Tapajó, chamada de “fase Santarém”, foi encontrada no baixo e médio Amazonas, incluindo a foz do rio Tapajós e o platô de Belterra. Grande parte das pesquisas tem como foco principal o estudo da sociedade dos Tapajó através dos vestígios cerâmicos e da descrição dos artefatos mais característicos, a exemplo das estatuetas antropomorfas e zoomorfas ou dos diferentes tipos de vasos.

    Estado do Pará: município de Santarém. [1930]. Fundo Paulo Assis Ribeiro

  • Estatuetas antropomorfas e zoomorfas. Fundo Fundação Brasil Central

  • Os vasos apresentam decoração diversa que retrata a fauna local da região do baixo Tapajós, tais como o urubu-rei, simbolizado com duas cabeças em determinados vasos globulares, os seres alados, sapos e rãs, além de peixes, ofídios, quelônios, jabutis, jacarés, botos, macacos e cães selvagens. Fundo Fundação Brasil Central

  • Vasos de cariátides representam a estrutura do cosmos e sua divisão em três estratos: céu, terra e mundo subterrâneo. Fundo Fundação Brasil Central

  • No caso dos vasos de cariátides, o atributo diagnóstico é a própria cariátide, figura feminina que sustenta a parte superior da peça. Fundo Fundação Brasil Central

  • Vasos de cariátides foram assim definidos pelo jornalista dos Diários Associados e sócio do Instituto de Antropologia e Etnologia do Pará, Frederico Barata, devido a uma de suas partes, as pequenas imagens modeladas que suportam um vaso acima de suas cabeças, que recordam os aspectos clássicos da arquitetura grega. Esses vasos são divididos em três partes diferentes e superpostas: a primeira é um vasilhame semiesférico com boca circular, borda direita e base arredondada; abaixo uma base em forma de ampulheta e, entre essas duas partes, adornos e/ou apêndices com figuras antropomorfas e zoomorfas. Fundo Fundação Brasil Central

  • O que caracteriza o vaso de gargalo é exatamente o “gargalo” que possibilita sua identificação, mais as aplicações plásticas que aparecem associadas a essa forma de vaso. Fundo Fundação Brasil Central

  • Embora de reduzida capacidade volumétrica, os vasos de gargalo possuem uma iconografia zoomorfa de caráter narrativo. Seus principais elementos são o gargalo, o colo com representação de uma face antropomorfa, o corpo, onde estão situados diferentes apêndices zoomorfos, e a base em pedestal. Em sua maioria, as representações zoomorfas são alusivas ao sexo masculino. Fundo Fundação Brasil Central

  • Vasos de efígie de seres antropozoomorfos. Fundo Fundação Brasil Central

  • As figuras antropo-zoomorfas presentes nos vasos cerâmicos tapajônicos são compreendidas como a materialização da ideia de metamorfose corpórea, assim como o urubu-rei que se transforma em homem, os seres híbridos, os animais de presa e os grandes predadores, além de criaturas míticas como o urubu-rei de duas cabeças. Fundo Fundação Brasil Central

  • Figuras antropozoomorfas. Fundo Fundação Brasil Central

  • Estatuetas são fonte importante de informações sobre costumes do grupo, como uso de brincos, pintura corporal, penteados e vários atributos. Fundo Fundação Brasil Central

  • As estatuetas da cultura Santarém são descritas como mais realistas, figurando indivíduos específicos ligados à organização sociopolítica dos Tapajó. Fundo Fundação Brasil Central

  • A presença de determinadas aplicações plásticas no bojo das peças é a principal característica dos vasos globulares. Fundo Fundação Brasil Central

  • Pratos, cuias e tigelas constituem categorias de artefatos destinados ao consumo de alimentos. Fundo Fundação Brasil Central

  • Peças de caráter utilitário, destinadas às atividades cotidianas como o consumo de alimentos. Fundo Fundação Brasil Central

  • No artigo “Os Tapajó”, Curt Nimuendajur trata da região de Santarém, PA, especificamente, Alter do Chão, como resultado da expedição que o etnólogo realizou sob encomenda do Museu Etnológico de Gotemburgo, onde estabeleceu contatos com círculos acadêmicos europeus. “Nenhum estilo cerâmico ou território brasileiro apresenta tantos elementos em comum com os estilos da parte meridional da América Central, como do Tapajó. Tais são as cariátides assentadas sobre um pé anular, os vasos trípodes, as figurinhas sentadas, o motivo ‘mão no rosto’, rãs subindo pela parede exterior do vaso etc.” (Nimuendaju, C. Os Tapajó. Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi, v. 10, p. 105, 1949). Fundo Fundação Brasil Central.

  • Cerâmica do Tapajós: uma coleção
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