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Histórias do Maracanã antigo

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  • Apresentação

    “Taí o que você queria!”... Bola rolando, começa a exposição sobre os primeiros anos do antigo Maracanã. Nosso objetivo é reviver as décadas de 1950, 1960 e início dos anos 1970. Os marcos escolhidos para partir nessa viagem são os projetos para a construção do estádio. E a exposição termina com os primórdios do Campeonato Brasileiro – que recebeu este nome a partir de 1971.

    Agradecemos a José Trajano, Juca Kfouri, Lúcio de Castro, Mauro Cezar Pereira e Washington Rodrigues pelas ótimas e generosas entrevistas que nos concederam e nos permitiram obter informações valiosas, histórias maravilhosas e pontos de vista diferentes para contar a trajetória do maior estádio do mundo.

    Os jogos, jogadores e fatos apresentados foram escolhidos pela relevância histórica, mas também pela plasticidade das imagens que encontramos no acervo do Arquivo Nacional. Mostramos diversos torneios, diferentes times, e o foco foi dirigido ao uso do estádio especificamente para o futebol – shows, outros esportes e atividades diversas não constam na exposição. Certamente, cada torcedor encontrará lacunas e isso se dará pela impossibilidade de contemplar todas as partidas e campeonatos, assim como pela inexistência de registros de alguns jogos importantes.

    Esta exposição é um olhar sobre o antigo Maracanã utilizando somente as imagens e filmes que estão custodiados pela maior instituição arquivística da América Latina, o Arquivo Nacional. A maior parte vem do jornal Correio da Manhã, embora haja também material dos fundos Agência Nacional, Fotografias Avulsas, Festas Chilenas no Rio de Janeiro, Serviço de Censura de Diversões Públicas, Departamento Nacional de Obras de Saneamento e Ministério da Viação, Indústria e Obras Públicas.

    “Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo”: a construção do novo estádio é o tema do primeiro módulo, onde apresentamos a discussão em torno de onde seria construído o gigante de concreto e mostramos a fundamental participação de Ary Barroso e, principalmente, de Mário Filho, para que o Maraca fosse construído em seu local atual, tendo sido batizado – com muita justiça – com o nome do jornalista, após sua morte.

    O segundo módulo mostra em detalhes os jogos da Copa de 1950 que ocorreram no estádio. “Haja coração, amigo!”, pois também estão presentes lances da grande final, que terminou com a vitória uruguaia sobre o Brasil e inaugurou o termo Maracanazzo por parte de nossos vizinhos do sul.

    Alguns jogos históricos das primeiras décadas do estádio compõem o terceiro módulo. “Olho no lance!”, porque lembraremos finais inesquecíveis, partidas que eram “briga de cachorro grande”, gols memoráveis (“Gol legal!”) e momentos que ficaram para sempre gravados em nossa memória.

    Geraldinos e arquibaldos estarão presentes no quarto módulo, que trará os torcedores para o palco do espetáculo. “Estão desfraldadas as bandeiras” – esse módulo mostra também o show das torcidas em todos os setores do estádio. Você vai ver a galera comemorando “feito pinto no lixo” com memoráveis vitórias em jogos contra rivais e em emocionantes conquistas de títulos.

    “Marque o tempo!”... A trajetória da seleção brasileira se confunde com a história do estádio. No quinto módulo, traremos algumas partidas do Brasil contra seleções do mundo todo, com destaque para conquistas importantes e amistosos inesquecíveis, passando por vários momentos marcantes.

    E os craques, os “artistas do espetáculo”, estão presentes no sexto módulo da exposição. “Pimba na gorduchinha!”... Gols, dribles, jogadas inesquecíveis, que fizeram do Brasil uma referência no futebol mundial. “Vai mais, vai mais, vai mais, garotinho!” E você vai rever algumas das lendas que pisaram no gramado do Maracanã entre os anos 1950 e 1970.

    “Apite comigo, galera!” No sétimo e último módulo, traremos as características do antigo estádio, antes das reformas que o transformaram. “Que beleza!”... As antigas traves, a rede “véu de noiva”, a criação do fosso, a evolução dos placares eletrônicos e as pessoas que ajudaram a compor, junto com jogadores, técnicos e torcida, o cenário do antigo estádio: maqueiros, jornalistas e gandulas.

    Chegamos na “última volta do ponteiro!”... Terminamos por agradecer os grandes narradores esportivos que, ao longo da história, criaram esses fantásticos bordões que utilizamos aqui em sua homenagem, em especial Januário de Oliveira, que nos deixou neste ano de 2021, quando inauguramos esta exposição no intuito de trazer informações, mostrar o acervo do Arquivo Nacional, mas, principalmente, despertar em cada torcedor uma memória afetiva que lhe traga um sorriso no rosto ao lembrar desse magnífico estádio onde já se passou tanta vida, tantas lembranças para gerações e gerações de brasileiros e brasileiras.

    “Não há tempo para mais nada”... Entre em campo e delicie-se.

    Thiago Cavaliere Mourelle e Luiz Salgado Neto

    Curadores

  • Galerias

    • Nasce um gigante
    • Nasce um gigante

      Era a primeira vez que o Brasil sediaria uma competição esportiva daquele porte.  Nações de diferentes continentes enviariam ao nosso país seus melhores jogadores para a disputa do IV Campeonato Mundial de Futebol. E para apresentar um belo espetáculo, era necessário ter um palco à altura. Assim que o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo de 1950, em agosto de 1946, surgiram propostas para a construção de um grande estádio no Rio de Janeiro, então capital da República."Saiba mais"

    • “Maracanã e não ‘Derby Club’”

      Talvez o único episódio lamentável da inauguração do Estádio Municipal do Rio de Janeiro, e de todo seu período de construção, tenha sido a insistência de alguns órgãos de imprensa em denominar a nova praça de esportes de estádio municipal do “Derby Club”, quando sua localização, às margens de um tradicional rio de nossa capital, lembra um nome que além de mais sugestivo é mais bonito e brasileiro: Maracanã.” (Correio da Manhã, 18 de junho de 1950)

      O gigante toma forma. Vista aérea do estádio em construção. Rio de Janeiro, [1948-1950]. Correio da Manhã.

    • O estádio, seu nome e seu lugar. Oficialmente denominado estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã deve seu nome mais popular ao bairro em que está localizado. Assim como outros estádios espalhados pelo país, seu nome oficial é menos lembrado do que a referência ao bairro que o abriga. Na época da construção, a região do Maracanã era parte da Tijuca. Apenas em 1981, o Maracanã tornou-se um bairro autônomo.

      Inaugurado como Estádio Municipal do Rio de Janeiro, na época já eram comuns na imprensa as referências ao “estádio do Maracanã”. Em 1966, foi rebatizado para homenagear o jornalista Mário Rodrigues Filho, que teve papel fundamental para que o gigante de concreto se tornasse realidade.

      Na verdade, referir-se ao estádio como Maracanã expressa simbolicamente a forte conexão que se estabeleceu entre o grande equipamento esportivo e seu lugar. O bairro recebeu esse nome por causa do rio que corre pelo local. O rio Maracanã, por sua vez, deve sua denominação a uma ave: o maracanã-guaçu, muito comum nessa parte da Zona Norte do Rio de Janeiro. O termo tem origem na língua tupi-guarani e é formado a partir da junção das palavras maracá e nã, que significa “semelhante a um chocalho”, devido ao som emitido por essas aves quando raspam o bico nas cascas das frutas para se alimentar.

      Assim, chamar o estádio de Maracanã é uma forma de conectá-lo integralmente ao seu ambiente. Maracanã é ave, é rio, é bairro, é estádio.

      Detalhe da planta cadastral da cidade do Rio de Janeiro mostrando o estádio municipal a ser erguido no Maracanã. Rio de Janeiro, década de 1940. Departamento Nacional de Obras de Saneamento.

    • Vizinho à Quinta da Boa Vista. Em meio às polêmicas sobre a localização do estádio, o prado do Derby Club tinha algumas vantagens em relação a Jacarepaguá. O terreno do antigo hipódromo era considerado mais bem localizado segundo diferentes critérios. Mais próximo ao centro da cidade, nas imediações da Quinta da Boa Vista, e bem servido de transporte. Um fator favorável era a existência de uma estação ferroviária, criada ainda no século XIX para atender ao público que ia assistir às corridas de cavalos.

      Detalhe de mapa mostrando o prado do Derby Club ao lado da Quinta da Boa Vista, separados apenas pela linha férrea. Mapa: Estrada de Ferro Metropolitana da Capital Federal dos Estados Unidos do Brasil: traçado geral da linha. Rio de Janeiro, 1891. Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas.

    • Substituição: sai o turfe, entra o futebol. O Maracanã foi erguido no exato local onde existia o Prado Itamaraty, hipódromo de propriedade do Derby Club, agremiação de turfe fundada em 1885. Esporte popular no Rio de Janeiro entre o final do século XIX e início do século XX, o turfe atraía grande audiência em diferentes hipódromos na Zona Sul e Zona Norte da cidade. As corridas de cavalo eram frequentadas tanto pela camada mais abastada da sociedade quanto pelas classes populares. No tempo do Império, o esporte era apreciado pela família imperial e corridas de cavalos eram grandes eventos sociais. Além das corridas regulares, ocorriam páreos festivos em datas especiais, como o realizado em 18 de maio de 1888, para celebrar a abolição da escravidão. Outro evento de destaque se deu em outubro de 1889, quando foi organizada uma corrida em honra à tripulação do encouraçado chileno Almirante Cochrane, que visitava o Brasil.

      O Prado Itamaraty abrigou corridas de cavalo até 1932, quando o Derby Club se uniu ao Jockey Club do Rio de Janeiro para formar o Jockey Club Brasileiro. Depois disso, o local caiu gradativamente em desuso, mas não foi vendido. Permaneceu o que restou das arquibancadas do hipódromo e dos obstáculos para os cavalos. Em 1944, o Ministério da Guerra implantou no local dois batalhões de carros de combate. Por fim, em 1947, após ficar decidido que o estádio municipal seria erguido no local, a prefeitura acertou com o Jockey Club Brasileiro a permuta do terreno do Derby Club por uma área adjacente ao hipódromo da Gávea, na Zona Sul da cidade.

      Evento no Derby Club. Rio de Janeiro, década de 1920. Fotografias Avulsas.

      Capa do programa da corrida de 20 de novembro de 1889 no Derby Club, em homenagem à tripulação do encouraçado chileno Almirante Cochrane. Festas Chilenas no Rio de Janeiro.

    • O Maracanã e a cidade. Por sua monumentalidade, o estádio municipal se tornou não apenas um equipamento esportivo, mas também uma atração turística do Rio de Janeiro. Cidade conhecida por suas belezas naturais, agora o Rio também seria representado no país e no exterior por um atrativo feito pelas mãos humanas. O Maracanã se tornou um símbolo arquitetônico, uma obra notável que, segundo argumentos dos defensores de sua construção, demonstraria a capacidade realizadora do Brasil ao erguer um estádio de tal magnitude.

      Neste cartão-postal, o estádio municipal aparece valorizado junto ao Corcovado e ao Pão de Açúcar. Rio de Janeiro, [1947-1950]. Correio da Manhã.

    • Os primeiros projetos. Muito antes das polêmicas sobre a construção do estádio para a Copa do Mundo de 1950, surgiram propostas para erguer uma grande praça de esportes no terreno do Derby Club. Projetos começaram a ser elaborados em meados da década de 1930 e, em 1941, uma comissão foi instituída para planejar o que seria o “estádio nacional”. Na época, o Brasil era candidato a sediar a Copa do Mundo de 1942 e um decreto assinado em 1940 autorizava a construção de um estádio no local. Mesmo diante da não realização das copas de 1942 e 1946, a intenção de erguer o estádio prosseguiu, ficando por decidir se ele seria nacional ou municipal.

      O prefeito do Distrito Federal Henrique Dodsworth (1937-1945) e comissão apresentam ao presidente Getúlio Vargas projeto de estádio municipal a ser erguido no terreno do Derby Club. Rio de Janeiro, 19 de setembro de 1945. Agência Nacional.

    • Mário Rodrigues Filho e o Maracanã. O jornalista, cronista esportivo e escritor Mário Filho foi um dos principais defensores da construção do estádio municipal e um dos líderes do segmento favorável à sua localização no terreno do Derby Club. Nascido no Recife (PE) em 1908, mudou-se para o Rio de Janeiro em 1916 e, na década de 1920, passou a integrar o cenário cultural da então capital federal, onde se destacou como grande apoiador dos esportes. Em 1936, adquiriu o Jornal dos Sports e o transformou no principal periódico esportivo do Brasil. Assim como seu irmão Nelson Rodrigues, era apaixonado por futebol e muito talentoso com as palavras. Criador do termo “Fla-Flu”, Mário Filho fez parte do grupo de personalidades que contribuíram para popularizar o futebol no Brasil. Foi o idealizador do “Duelo das Torcidas”, que estimulava os torcedores a competir pela melhor festa nas arquibancadas, nas cadeiras e na geral do Maracanã. Escreveu o livro O negro no futebol brasileiro, editado pela primeira vez em 1947, que se tornou um clássico na literatura futebolística nacional. Seu papel foi tão importante para viabilizar a construção do Maracanã, que após sua morte, em 1966, o Estádio Municipal do Rio de Janeiro foi renomeado estádio Jornalista Mário Filho.

      Mário Filho em 1965. Rio de Janeiro. Correio da Manhã.

    • O vereador Ary Barroso. Nascido em Ubá, Minas Gerais, Ary Evangelista de Resende Barroso (1903-1964) foi compositor, locutor, pianista e apresentador. Um dos grandes nomes da música brasileira, é autor de Aquarela do Brasil, samba-exaltação considerado uma obra-prima de nossa cultura. Ary Barroso entrou para a política na década de 1940 e, em 1946, foi eleito vereador no Rio de Janeiro pela União Democrática Nacional (UDN). Na Câmara de Vereadores, foi um dos principais defensores da construção do estádio municipal e integrante do segmento favorável ao terreno do Derby Club.

      O vereador Ary Barroso (de terno branco, ao centro) concede entrevista a jornalistas. Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1948. Agência Nacional.

    • Carlos Lacerda no Maracanã. Nos debates sobre a localização do estádio, o vereador Carlos Lacerda era o principal nome do grupo favorável à construção do equipamento esportivo em Jacarepaguá. Governador do estado da Guanabara entre 1961 e 1965, realizou uma visita ao estádio em fevereiro de 1963. Mesmo passados 13 anos da inauguração, o estádio ainda não estava concluído. Na ocasião, Lacerda inaugurou o estacionamento para quinhentos veículos e verificou o andamento das obras da marquise, das rampas e dos banheiros.

      Carlos Lacerda (ao centro, de terno claro), governador do estado da Guanabara, em visita ao Maracanã. Rio de Janeiro, 15 de fevereiro de 1963. Correio da Manhã.

    • A pedra fundamental. Aprovada a construção do estádio, em novembro de 1947, as obras puderam ter início. A pedra fundamental foi lançada em 20 de janeiro de 1948, faltando cerca de dois anos e meio para a abertura da Copa do Mundo. A data escolhida foi simbólica: o dia do padroeiro da cidade, São Sebastião. Estiveram presentes na solenidade diversas autoridades da política, com destaque para o prefeito do Distrito Federal, Ângelo Mendes de Moraes, que presidiu a cerimônia. Também compareceu o cardeal-arcebispo do Rio de Janeiro, d. Jayme Câmara, que deu a bênção à praça de esportes.

      Prefeito Mendes de Moraes lança a pedra fundamental do estádio municipal. Rio de Janeiro, 20 de janeiro de 1948. Correio da Manhã.

      “A minha ligação com o Maracanã é incrível. O Maracanã é um gigante. E eu estava no berçário quando o gigante nasceu. Eu tinha por volta de 13 anos e estudava no Instituto Lafayette, que ficava na rua Haddock Lobo, na Tijuca. Eu estudava no turno da manhã e convenci os meus colegas a ‘matarem aula’ para ver o lançamento da pedra fundamental do Maracanã. Eu nem sabia o que era isso. Mas era o lançamento da pedra fundamental. Era no local do antigo hipódromo, onde foi erguido o Maracanã. E haveria uma solenidade. E eles não se interessaram. Mas eu disse: ‘vão estar lá o Ademir, o Zizinho, o Jair’, os craques da época. Eu disse que eles estariam, eu achava, e chutei, para convencer todo mundo. E fomos lá. E chegando lá só tinha político e tal... Estavam o prefeito e outros, e realmente os jogadores não estavam. E eles quase me bateram (risos). E ficamos lá assistindo sem entender exatamente o que era aquilo. Era o lançamento da pedra fundamental. Ou seja, eu estava no berçário no dia em que o gigante nasceu. E de lá pra cá, não nos separamos mais.” (Washington Rodrigues, o Apolinho, em depoimento ao Arquivo Nacional, 7 de julho de 2021)

    • Em 31 de janeiro de 1946, Eurico Gaspar Dutra (1946-1951) tomou posse como presidente da República. A ação governamental para viabilizar a construção do estádio, que não havia obtido resultados práticos no final do Estado Novo (1937-1945), recebeu novo vigor. Dutra apoiou o prefeito Mendes de Moraes em seu empreendimento para erguer o estádio municipal, assim como foi favorável à realização da Copa do Mundo no país.

      Presidente Dutra visita as obras do Maracanã. Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 1949. Agência Nacional.

    • O colosso toma forma. Nesta imagem, vemos a marquise do estádio sendo construída. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

      “Tive a felicidade de ver os maiores estádios do mundo, mas igual a este, igual ao estádio municipal do Rio de Janeiro, eu nunca vi. Não só pelo tamanho, mas pelas linhas harmoniosas e estéticas da arquitetura brasileira, e também pelo seu estilo moderno e prático. Realmente, é a última palavra em questão de estádio.” (Per Soedeberg, cônsul sueco, Jornal dos Sports, 15 de março de 1950, p. 5)

    • Os trabalhadores do Maracanã. No primeiro recrutamento para as obras do estádio, em 11 de junho de 1948, duzentos candidatos apareceram no terreno do Derby Club na expectativa de fazer história. Mas esse foi só o primeiro contingente de uma multidão de trabalhadores que ergueram o gigante de concreto. Os números referentes aos operários que atuaram na construção do Maracanã são impressionantes. Foram 3.500 por dia, chegando a cinco mil no auge e alcançando ao final da obra o total estimado de 11 mil. Os trabalhadores tornaram-se o símbolo da capacidade realizadora dos brasileiros. Foram exaltados na imprensa e houve fotonovelas cujos protagonistas eram operários que trabalhavam no canteiro de obras do Maracanã.

      Operários trabalham nas obras no interior do estádio. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

    • A marquise apoiada em andaimes. O Maracanã foi inaugurado ainda inacabado. As obras de construção duraram 22 meses e o ritmo dos trabalhos foi acelerado, devido à exiguidade do tempo entre a decisão de construir o estádio e o início do IV Campeonato Mundial de Futebol. A Copa do Mundo se aproximava e um dos principais problemas para o andamento das obras era a conclusão da cobertura. Sem colunas internas que a sustentassem, a marquise de concreto precisou permanecer apoiada em andaimes mesmo depois do início da Copa do Mundo.

      Andaimes sustentam a marquise às vésperas do IV Campeonato Mundial de Futebol. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

    • Mesmo após a abertura da Copa do Mundo, a marquise ainda era sustentada por andaimes.

      Lance do jogo-treino entre a seleção brasileira e o Vasco da Gama. Rio de Janeiro, 18 de junho de 1950. Correio da Manhã.

    • Homens trabalham na colocação das cadeiras no setor que ficava imediatamente atrás da geral. Rio de Janeiro, 1950. Correio da Manhã.

    • Operários trabalham na instalação das cadeiras. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

    • O Maracanã e as obras. Supervisores avaliam as obras na parte de cima do estádio. Rio de Janeiro, s.d., 1950. Correio da Manhã.

    • Presidente Dutra e prefeito Mendes de Moraes circulam pelo estádio no dia da inauguração. Nota-se a presença de andaimes, demonstrando que o estádio municipal ainda não estava concluído na data de sua abertura oficial. Rio de Janeiro, 16 de junho de 1950. Agência Nacional.

    • Didi, o autor do primeiro gol do Maracanã. O jogo inaugural ocorreu em 17 de junho de 1950, entre as seleções de “novos” do Rio de Janeiro e de São Paulo. Os cariocas saíram na frente. O primeiro atleta a balançar as redes do novo estádio foi Didi, na época jogador do Fluminense, mas os paulistas viraram o placar e venceram a partida por 3 a 1.

      Didi com a camisa da seleção brasileira. S. l., s. d. Correio da Manhã.

    • O prefeito e o estádio. Em 16 de junho de 1947, o general Ângelo Mendes de Moraes assumiu a prefeitura do Distrito Federal. Entusiasta da construção do estádio, ele adotou as medidas que estavam sob sua responsabilidade para que o estádio municipal virasse realidade. Logo no início de seu mandato, instituiu uma comissão para elaborar um projeto do equipamento esportivo a ser erguido no terreno do Derby Club. Em 8 de agosto, enviou à Câmara Municipal mensagem solicitando autorização para a construção do estádio, o que foi obtido por meio do projeto 161-B, de 29 de outubro de 1947. Daí por diante, tomou todas as medidas administrativas necessárias para a realização da obra. Sua atuação foi muito exaltada na época da inauguração e houve propostas para batizar o estádio com o nome do “general-desportista”. Embora isso não tenha se efetivado, referências ao “estádio Mendes de Moraes” chegaram a aparecer na imprensa escrita e audiovisual após a inauguração.

      Prefeito Ângelo Mendes de Moraes dá o pontapé inicial em uma partida entre Flamengo e Fluminense no Maracanã. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

    • O Maracanã sem seu irmão menor. Vista da parte externa do estádio, em que podemos visualizar a área em que seria construído o ginásio Gilberto Cardoso, popularmente conhecido como Maracanãzinho, inaugurado em 1954. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

    • Maracanã e seu lugar. Após a Copa do Mundo, o estádio integrou-se de forma completa ao bairro. A monumental praça de esportes tornou-se um ponto de grande destaque nessa parte da Zona Norte do Rio de Janeiro, exercendo influência nos bairros vizinhos e marcando a vida de muitos que viveram e vivem na região. Compondo a paisagem às margens do rio de mesmo nome, é impossível circular pela região e não ser impactado pelo imponente equipamento esportivo.

      Carro transita pela avenida Maracanã, próximo ao acesso leste do estádio. Rio de Janeiro, 1956. Correio da Manhã.

    • Nasce um gigante
    • Copa do Mundo de 1950
    • Copa do Mundo de 1950

      A Copa de 1950 foi um evento de grande importância para a história do futebol. Após o cancelamento das edições de 1942 e 1946, por causa da Segunda Guerra Mundial, o IV Campeonato Mundial voltou a reunir seleções nacionais em um torneio futebolístico.

      Entre 24 de junho e 16 de julho de 1950, seleções de 13 países disputaram partidas em busca da conquista da tão sonhada Taça Jules Rimet: Brasil, Bolívia, Chile, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra, Itália, Iugoslávia, México, Paraguai, Suécia, Suíça e Uruguai. Além do Maracanã, foram realizados jogos no Pacaembu (São Paulo), Ilha do Retiro (Recife), estádio dos Eucaliptos (Porto Alegre), Durival de Brito (Curitiba) e Independência (Belo Horizonte). "Saiba mais"

    • “Magnífico! Inegavelmente, a realização do Estádio Municipal é uma afirmativa da força criadora do brasileiro. Daqui a muitos anos veremos no colosso do Derby a demonstração da capacidade realizadora de um grupo de operários, sob a direção de homens que quiseram dar ao Campeonato do Mundo de 1950 um cenário digno de sua magnitude.” (Jornal dos Sports, 10 de maio de 1950, p. 1)

      “O estádio municipal cumpria a missão para a qual fora idealizado. Não havia quem não sentisse alegria e orgulho de participar daquele momento. Eram dois sonhos que se completavam no mesmo instante: o estádio municipal e o campeonato do mundo.” (Jornal dos Sports, 25 de junho de 1950, p. 4)

      Material gráfico em uma vitrine da loja Mesbla, no centro do Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

    • A Copa do Mundo realizada no Brasil atraiu a atenção de multidões, no Rio de Janeiro e em outras partes do país. O futebol já havia se tornado o esporte mais popular entre os brasileiros e era grande a expectativa pelo IV Campeonato Mundial de Futebol.

      Menino segura o pôster oficial da competição junto aos jogadores Augusto e Chico, na concentração da seleção brasileira em Araxá, Minas Gerais, s.d. Correio da Manhã.

    • O scratch brasileiro perfilado. Material de divulgação da Copa do Mundo exibindo os jogadores e a comissão técnica da seleção brasileira que disputaria a Taça Jules Rimet em solo nacional. Além de mostrar os artistas do espetáculo, destaca-se o grande palco em que se desenrolariam dramas e alegrias.

      Cartão-postal de divulgação do IV Campeonato Mundial de Futebol. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

    • O garoto-propaganda. O Maracanã era o símbolo máximo da Copa do Mundo de 1950. Construído para o grande evento do futebol mundial, o estádio municipal era o protagonista em vários materiais de divulgação da competição. Antes da copa, uma vitrine da loja Mesbla, no centro do Rio de Janeiro, exibiu a verdadeira Taça Jules Rimet. O arranjo, que deixava admirados todos que passavam pelo local, mostrava o tão cobiçado troféu, sob um foco de luz, fotos dos jogadores brasileiros e as bandeiras dos países participantes. Mas é inegável que o Maracanã ganhava grande visibilidade, já que era o principal palco do IV Campeonato Mundial de Futebol e orgulho de um país que queria se apresentar como uma nação integrada ao mundo moderno. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

    • O selecionado brasileiro posa para fotografia antes da partida de estreia contra o México, em 24 de junho de 1950. Da esquerda para a direita, de pé: Ely, Juvenal, Augusto, Danilo, Barbosa, Bigode e Johnson (massagista); agachados: Mário Américo (massagista), Maneca, Ademir de Menezes, Baltazar, Jair e Friaça. Rio de Janeiro. Correio da Manhã.

    • A cordialidade pré-jogo. Alfonso Montemayor entrega a flâmula da seleção mexicana ao capitão brasileiro Augusto. Entre eles, o árbitro britânico George Reader. Naturalmente, as amenidades terminam quando a bola rola. E o Brasil não tomou conhecimento do adversário no primeiro jogo da Copa do Mundo. Com dois gols de Ademir de Menezes, um de Jair e um de Baltazar, a seleção estreou com uma vitória sólida diante dos mexicanos, no dia 24 de junho: 4 a 0. Rio de Janeiro. Correio da Manhã.

    • As autoridades no Maracanã. O presidente Eurico Gaspar Dutra e o prefeito Ângelo Mendes de Moraes assistem ao primeiro jogo da Copa do Mundo no Maracanã, em 24 de junho de 1950. Agência Nacional.

    • O goleiro mexicano Antonio Carbajal bem que tentou evitar a goleada, mas sua atuação não foi suficiente para impedir que a bola fosse quatro vezes para o fundo das redes. Aqui, ele pratica uma defesa durante o jogo em que o Brasil goleou o México por 4 a 0, em 24 de junho de 1950. Correio da Manhã.

    • A cordialidade pós-jogo. O meio-campo brasileiro Danilo, conhecido como O Príncipe pelo seu estilo de jogo habilidoso e refinado, abraçado com mexicanos após a partida Brasil 4 x 0 México, s.I., 24 de junho de 1950. Correio da Manhã.

    • A seleção brasileira jogou cinco vezes no Maracanã na Copa de 1950. Os jogos foram contra México, Iugoslávia, Suécia, Espanha e Uruguai.

      Barbosa, Augusto e Juvenal posam para fotografia antes de uma partida da Copa do Mundo de 1950, no Maracanã. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

    • O segundo jogo do Brasil no Maracanã (terceiro na Copa do Mundo) foi contra a Iugoslávia. Como a seleção havia empatado com a Suíça no Pacaembu, em São Paulo, por 2 a 2, a vitória era fundamental. Com gols de Ademir de Menezes e Zizinho, o Brasil venceu a partida por 2 a 0, obtendo a classificação para o quadrangular final, a ser disputado contra Suécia, Espanha e Uruguai.

      Lance do jogo entre Brasil e Iugoslávia no Maracanã, 1º de julho de 1950. De costas, o goleiro Barbosa. Correio da Manhã.

    • Após a goleada contra o México na estreia, o empate em 2 a 2 com a Suíça, em São Paulo, esfriou o otimismo da torcida. A classificação para a fase final estava ameaçada. Uma vitória contra a Iugoslávia era obrigatória. Respondendo a uma intensa campanha pela imprensa, a torcida afluiu em peso para o Maracanã no dia 1º de julho. E surtiu efeito. As vozes de mais de 150 mil presentes empurraram a seleção do início ao fim para a vitória. O resultado de 2 a 0 classificou o Brasil para o quadrangular final, no que parecia ser o caminho rumo à conquista do primeiro título mundial da seleção.

      Torcida brasileira comemora a vitória contra a seleção iugoslava, 1º de julho de 1950. Correio da Manhã.

      “Lembro da Copa do Mundo [de 1950]. O primeiro jogo que eu fui foi Brasil e Iugoslávia. Brasil venceu por 2 a 0. O Mitic, grande craque da Iugoslávia, ficou fora de combate antes do jogo começar. Ele foi entrar em campo e... Naquela época, tinha uma tampa na saída do vestiário. Quando subia para o campo, tinha uma tampa que eles fechavam depois do jogo e quem abriu, abriu só metade. E o cara deu uma cabeçada na tampa da saída do túnel e abriu a testa. Precisou ser tratado e isso retardou um pouco o início do jogo. Imagens que ficaram marcadas. Zizinho, do Flamengo, meu grande ídolo, fez um gol. Foi a primeira vez que eu fui ao Maracanã.” (Washington Rodrigues, o Apolinho, em depoimento ao Arquivo Nacional, 7 de julho de 2021)

    • Ingleses e chilenos no Maracanã. Além dos cinco jogos disputados pela seleção brasileira, o Maracanã recebeu outras três partidas da Copa do Mundo de 1950: Chile e Inglaterra, Espanha e Chile e Inglaterra e Espanha.

      Lance da partida em que a Inglaterra venceu o Chile por 2 a 0 no Maracanã, em 25 de junho de 1950. Correio da Manhã.

    • O 7 a 1 sueco. O Brasil aplicou na Suécia a maior goleada da Copa do Mundo de 1950. Com quatro gols de Ademir de Menezes, dois de Chico e um de Maneca, a seleção brasileira venceu a Suécia por 7 a 1 no primeiro jogo do quadrangular final, em 9 de julho. Esse placar ficaria amargamente marcado na história do futebol brasileiro 64 anos depois, no Mineirão, em Belo Horizonte, quando a Alemanha venceu impiedosamente o Brasil na semifinal da Copa do Mundo de 2014. Curiosamente, esse foi o maior placar a favor e contra a seleção brasileira em copas do mundo. Após a sonora goleada contra os suecos, o entusiasmo cresceu na torcida e na imprensa.

      Ademir de Menezes disputa a bola com o zagueiro sueco e marca um de seus quatro gols na partida, em 9 de julho de 1950. Correio da Manhã.

    • Sorrindo para o gol. Chico estampa um sorriso no rosto enquanto a bola cruza a linha da meta, anotando o sétimo gol do Brasil contra a Suécia no Maracanã, em 9 de julho de 1950. Correio da Manhã.

    • Os defensores do título. Em 1950, a Itália era a campeã mundial. Vencedora da Copa do Mundo de 1938, em casa, participou do IV Campeonato Mundial como última seleção a conquistar a Taça Jules Rimet, pois as copas de 1942 e 1946 não haviam sido realizadas por causa da Segunda Guerra Mundial. No entanto, a seleção italiana decepcionou e não se classificou para o quadrangular final da competição.

      Jogadores italianos, recém-chegados ao Brasil, assistem ao jogo-treino da seleção brasileira contra o Vasco da Gama no Maracanã, em 18 de junho de 1950. Correio da Manhã.

    • A Fúria no Maracanã. A seleção espanhola jogou três vezes no estádio na Copa do Mundo de 1950. Na primeira fase, bateu o Chile por 2 a 0, em 29 de junho, e venceu a Inglaterra por 1 a 0 no dia 2 de julho. Na fase final, a Fúria, como a seleção espanhola é conhecida, foi goleada pelo Brasil por 6 a 1.

      Jogadores espanhóis perfilados antes da partida contra o Brasil no Maracanã, em 13 de julho de 1950. Correio da Manhã.

    • O jogo Brasil e Espanha é um dos mais lembrados da campanha brasileira na Copa do Mundo de 1950, e não apenas pela vitória contundente por 6 a 1. O espetáculo dentro das quatro linhas foi acompanhado por um show da torcida. Enquanto a seleção brasileira goleava a Espanha, os torcedores cantaram a famosa marchinha de carnaval Touradas em Madri, do compositor Braguinha.

      Barbosa salta e faz mais uma defesa durante a partida entre Brasil e Espanha no Maracanã, em 13 de julho de 1950. Correio da Manhã.

    • A concentração em São Januário. Após vencer a Suécia e a Espanha, o jogo contra o Uruguai seria decisivo para o título. Bastaria um empate para que o Brasil conquistasse a Taça Jules Rimet. A concentração dos jogadores era fundamental diante de um jogo tão importante para a história do futebol brasileiro.

      Inicialmente, a seleção ficou concentrada em um hotel no Joá. No entanto, antes do jogo contra o Uruguai, o local foi mudado para São Januário, estádio do Vasco da Gama. Essa alteração, que deixou o ambiente mais agitado para os jogadores, foi considerada uma das causas da derrota, pois teria provocado desvio de foco às vésperas de um jogo decisivo.

      Jogadores da seleção em frente ao portão do estádio de São Januário. Sentados: Ruy e Zizinho; de pé, Ademir de Menezes. Rio de Janeiro, julho de 1950. Correio da Manhã.

    • Os campeões. Time uruguaio que bateu o Brasil no jogo decisivo da Copa do Mundo de 1950. Da esquerda para a direita, em pé: Obdulio Varela, Tejera, Gambetta, González, Roque Máspoli e Rodríguez Andrade; agachados: Alcides Ghiggia, Julio Pérez, Miguéz, Juan Schiaffino e Morán. Maracanã, Rio de Janeiro, 16 de julho de 1950. Correio da Manhã.

    • Após as goleadas contra Suécia e Espanha, a confiança da torcida brasileira estava altíssima. E como o Brasil precisava apenas do empate para ser campeão, o otimismo estava tão grande que chegou às raias da soberba. Poucos duvidavam que o Brasil conquistaria a Taça Jules Rimet. No entanto, logo que o jogo começou, ficou claro que o Uruguai não era um adversário fácil. No gramado do Maracanã, diante de duzentos mil torcedores brasileiros, a seleção celeste não se intimidou e fez jus à sua história vitoriosa no futebol mundial. Primeiro campeão da Copa do Mundo, em 1930 (em casa), o Uruguai também havia conquistado duas medalhas de ouro nos jogos olímpicos de 1924 (Paris) e 1928 (Amsterdã). No último jogo da Copa de 1950, o primeiro tempo foi equilibrado e terminou empatado, sem gols.

      Lance da partida entre Brasil e Uruguai, em 16 de julho de 1950. De preto, o goleiro uruguaio Máspoli. De branco, os atacantes brasileiros Ademir (caído) e Chico (em pé) Correio da Manhã.

    • A alegria antes da tristeza. A apreensão diante do jogo difícil do primeiro tempo deu lugar à empolgação no segundo. Logo no início da etapa final, Friaça abriu o placar para a seleção brasileira, parecendo pavimentar o caminho para o título. Como o Brasil precisava apenas de um empate para ser campeão, os torcedores já comemoravam. Ninguém esperava que a virada uruguaia pudesse acontecer.

      Friaça marca o gol do Brasil contra o Uruguai, em 16 de julho de 1950. Correio da Manhã.

    • Barbosa busca a bola no fundo das redes. Após Schiaffino empatar o jogo aos 21 minutos do segundo tempo, Ghiggia virou o placar para o Uruguai aos 34, deixando duzentos mil torcedores brasileiros em silêncio. O segundo gol da seleção celeste pareceu algo inacreditável para a torcida brasileira. Com o apito final, o placar de 2 a 1 para os uruguaios pôs fim ao sonho brasileiro de vencer pela primeira vez a Copa do Mundo. Essa é considerada uma das piores derrotas do nosso futebol. Durante anos, Barbosa foi acusado de ser o responsável pelo resultado adverso. Hoje, especialistas dizem que essa é uma das maiores injustiças do futebol brasileiro. Correio da Manhã.

    • O uruguaio Schiaffino briga pelo alto com a zaga brasileira. O atacante celeste foi o autor do gol de empate de seu time, iniciando o sofrimento de 200 mil pessoas no Maracanã. De costas, o camisa 6, Juvenal, acompanha o lance, enquanto os demais defensores brasileiros, Juvenal, Danilo e Bauer, disputam a bola.

      Lance do jogo entre Brasil e Uruguai, em 16 de julho de 1950. Correio da Manhã.

    • A emoção da vitória. Após o apito final, o zagueiro Gambetta comemora emocionado a conquista da Copa do Mundo, em 16 de julho de 1950. Correio da Manhã.

    • A festa dos campeões. Jogadores uruguaios comemoram a conquista da Taça Jules Rimet, 16 de julho de 1950. No canto, o goleiro Máspoli segura a base da taça com a mão esquerda. Correio da Manhã.

    • O símbolo da superação. Oito anos depois da fatídica derrota para o Uruguai, a seleção brasileira sagrou-se campeã na Suécia. Ao vencer os anfitriões no estádio Råsunda por 5 a 3, em 29 de junho de 1958, o Brasil enfim conquistou a tão sonhada Copa do Mundo.

      E o Maracanã foi escolhido para uma homenagem à seleção que colocou o país no rol dos campeões mundiais. Como uma espécie de símbolo de superação da derrota na Copa de 1950, foi instalado em frente ao acesso leste do estádio o Monumento aos Campões de 1958. Inaugurada em 13 de novembro de 1960, a obra é composta de uma base sobre a qual uma estátua de bronze mostra um jogador erguendo a Taça Jules Rimet. Embora seja conhecida como “estátua do Bellini”, em alusão ao capitão da seleção brasileira na Copa de 1958, a obra de autoria do escultor Mateus Fernandes não retrata o zagueiro do Vasco da Gama.

      A estátua tornou-se com o tempo um ponto de referência. O acesso leste do estádio é chamado por muitos de “entrada do Bellini”. E alguns marcam para se encontrar com os amigos próximo à escultura, o que torna a tarefa bastante difícil, já que outros tantos têm a mesma ideia.

      Gravura mostra o Monumento aos Campeões de 1958. Correio da Manhã.

      Solenidade de inauguração do Monumento aos Campeões de 1958, em 13 de novembro de 1960. Agência Nacional.

    • Copa do Mundo de 1950
    • Rivalidades em campo
    • Rivalidades em campo

      Qual o seu jogo inesquecível? Aquele que você guarda na memória e conta nas rodas de amigos com todos os detalhes? Aquele que você lembra onde, com quem estava e o que fazia?

      O Maracanã, ao longo das décadas, tem nos brindado com partidas memoráveis... Neste módulo, você verá algumas delas, que perpassam as décadas de 1950, 1960 e início de 1970, ou seja, a juventude do então maior estádio do mundo!

      Finais de campeonato estarão presentes, afinal são elas que perpetuam “heróis” e “vilões” para a posteridade. O torcedor, ao sair de casa para o jogo decisivo, já está tomado pela adrenalina de que poderá fazer parte da história do seu time... Uma cerveja com os amigos, um bate-papo caloroso sobre qual seria a escalação mais adequada e a discussão sobre que time tem mais chances de levantar a taça ocupam mentes e corações. Quem consegue dormir na véspera quando se está a um passo da consagração? "Saiba mais"

    • O primeiro “clássico dos milhões” entre Flamengo e Vasco no Maracanã ocorreu em 24 de setembro de 1950, com vitória do cruz-maltino por 2 a 1. Lero marcou para o Flamengo, Alfredo empatou e Ademir virou para o Vasco. Base da seleção brasileira vice-campeã mundial dois meses antes, os vascaínos conquistariam o Campeonato Carioca daquele ano, o primeiro disputado no novo estádio. Rio de Janeiro, 24 de setembro de 1950. Agência Nacional.

      “Eu ia assistir a jogos do Maracanã não só do meu América, mas também aos de outros times. Eu estudava no colégio São Bento. Combinava durante a semana com meus colegas de irmos juntos ao estádio. Alguns iam lá pra casa, a minha mãe preparava o almoço ou um lanche e depois íamos juntos assistir aos jogos no Maracanã. Sentávamos no meio do campo e fazíamos apostas. Cada grupo escolhia um time e quem perdesse pagava a quem ganhasse. Depois, saíamos rindo e íamos jogar sinuca na rua São Francisco Xavier, perto do Colégio Militar.” (José Trajano, em depoimento ao Arquivo Nacional, 3 de junho de 2021)

    • O Palmeiras foi o primeiro brasileiro campeão da Copa Rio, no ano anterior à conquista do Fluminense. Em 1951, o torneio também contou com a participação do Vasco, Austria Viena (AUS), Nacional (URU), Sporting (POR), Nice (FRA), Estrela Vermelha (IUG) e Juventus (ITA). Este último ficou com o vice-campeonato, sendo derrotado pelo alviverde no primeiro jogo das finais por 1 a 0, com a finalíssima terminando em 2 a 2.

      O time do Palmeiras perfilado antes de uma das partidas da competição. Assim como o Fluminense, o clube paulista recorre atualmente à Fifa para o reconhecimento do título desse torneio como “campeão mundial”. Rio de Janeiro, 1951. Correio da Manhã.

      “O Maracanã por muito tempo foi chamado de Recreio dos Bandeirantes. O Maracanã foi inaugurado em um jogo entre paulistas e cariocas em que os paulistas ganharam. E as grandes conquistas internacionais vistas no Maracanã foram de times de São Paulo. O Santos campeão mundial contra o Milan. O Corinthians campeão mundial contra o Vasco. O Palmeiras leva, o Telê vai para a seleção por causa do jogo que o Palmeiras ganhou do Flamengo por 4 a 1. E o Palmeiras campeão da Copa Rio no Maracanã, em 1951, o primeiro título internacional de um time brasileiro. Então: o Maracanã é nosso. Desculpa (risos).” (Juca Kfouri, em depoimento ao Arquivo Nacional, 3 de junho de 2021)

    • Em 13 de julho de 1952, o Fluminense estreava na Copa Rio contra o Sporting, com o placar final de zero a zero. Na imagem, o goleiro e o zagueiro do time português tiram a bola, antes que ela chegasse ao craque Didi, na época jogando pelo tricolor. A competição contou ainda com Corinthians, Grasshoppers (SUI), Peñarol (URU), Libertad (PAR), Austria Viena (AUS) e Saarbrucken (ALE), e terminou com o título do time carioca, após vitória sobre os corintianos. O clube aguarda o reconhecimento do torneio como título mundial pela Fifa. Rio de Janeiro, 13 de julho de 1952. Correio da Manhã.

    • Em 1º de abril de 1956, o Flamengo conquistava seu segundo tricampeonato carioca. O título era referente ao ano de 1955, mas o torneio havia se estendido pelo ano seguinte. O adversário era o América, que não conquistava o campeonato desde 1935, ou seja, amargava um jejum de vinte anos. Meses antes, o presidente do clube, Gilberto Cardoso, havia morrido de enfarte ao assistir a uma partida de basquete, decidida com uma cesta no último segundo. Os jogadores prometeram, então, que o histórico tricampeonato seria obtido em homenagem ao falecido comandante. Após o Flamengo vencer o primeiro jogo por 1 a 0, com gol de Evaristo de Macedo no último minuto, o América conseguiu uma sonora goleada por 5 a 1 na segunda partida, o que deu ao time da rua Campos Sales a certeza de sua superioridade. Porém, no terceiro e último jogo, o Flamengo conseguiu a vitória e a faixa de campeão ao ganhar por 4 a 1, em uma noite de domingo, com uma atuação memorável de Dida, que marcou os quatro gols rubro-negros.

      Evaristo disputa a bola contra defensores americanos, enquanto Dida observa ao lado do goleiro adversário. A partida marcou ainda uma grande polêmica, lembrada até hoje por torcedores do América e citada no depoimento abaixo. Rio de Janeiro, 1º de abril de 1956. Correio da Manhã.

      “É uma bronca muito grande! Até hoje, quando encontro aqueles torcedores mais antigos do meu América, eles reclamam da entrada violenta que o Tomires (zagueiro rubro-negro) deu no Alarcón (atacante americano), quebrando a perna dele e deixando o América com apenas dez homens em campo, porque naquela época não se podia fazer substituição [...]. Uma vez, já cinquenta anos depois desse jogo, quando fomos fazer uma reportagem com antigos torcedores do América, lá no Maracanã, eles ainda reclamavam com os rubro-negros: ‘vocês quebraram a perna do Alarcón!’ (risos)”. (José Trajano, em depoimento ao Arquivo Nacional, 3 de junho de 2021)

    • Este é um daqueles jogos que, inicialmente, poderia ter acontecido sem deixar muitas lembranças. Porém, a partida entre Flamengo e São Cristóvão acabou marcada por ter sido a maior goleada da história do Maracanã: simplesmente 12 a 2. Índio e Evaristo fizeram, cada um, quatro gols na gigantesca goleada.

      Joel, que marcou mais dois gols para o rubro-negro. Rio de Janeiro, 27 de outubro de 1956. Correio da Manhã.

      “Assim que inaugurou, eu assisti a todos os jogos do Flamengo. E, como eu morava perto, eu ia a todos os jogos de sábado no Maracanã, não importava quem estava jogando. Abriu o Maracanã eu estava dentro.” (Washington Rodrigues, o Apolinho, em depoimento ao Arquivo Nacional, 7 de julho de 2021)

    • Bangu 3 x 2 Vasco. Nadinho, goleiro do Bangu, na vitória por 3 a 2 sobre o Vasco, em 1956. Vendido ao Bahia, ganhou a Taça Brasil de 1959, considerado o primeiro campeonato brasileiro pela Confederação Brasileira de Futebol. O Bangu, assim como o América, era uma respeitada força do futebol carioca, tendo conquistado o torneio, pela última vez, em 1966. Em 1985, o time chegou à final do Campeonato Brasileiro, perdendo a final nos pênaltis, para o Coritiba, no Maracanã. Rio de Janeiro, 22 de setembro de 1956. Correio da Manhã.

    • Em 1956, o Futebol Clube do Porto chegou muito badalado ao Brasil, para uma turnê de vários jogos. Mas em um deles acabou derrotado categoricamente pelo Fluminense: 3 a 0, com mais de cem mil pessoas no estádio. Escurinho, Léo e Telê (Santana) marcaram para o tricolor. Rio de Janeiro, 17 de junho de 1956. Correio da Manhã.

    • O Torneio Início foi uma tradicional competição que ocorreu no Rio de Janeiro de 1916 até 1967, tendo uma última edição, comemorativa, em 1977. Como o nome sugere, era um campeonato que iniciava a temporada do futebol, antecedendo o campeonato estadual. Os jogos eram todos realizados no mesmo dia, um após o outro. Para isso, o tempo de jogo era reduzido: dez minutos para cada tempo, vinte no total 

      em cada partida. Apenas a final era um pouco mais demorada, jogada em dois tempos de trinta minutos. Em caso de empate, era declarada vencedora a equipe que tivesse mais escanteios a favor. Outra forma de desempate era a cobrança de três pênaltis para cada time, todos batidos pelo mesmo jogador escolhido pelo seu respectivo treinador.

      Em 1957, o Madureira conquistou pela segunda e última vez o torneio (o primeiro, em 1939) ao vencer o Vasco da Gama nos pênaltis, por 5 a 3, após um empate sem gols no tempo regulamentar. Rio de Janeiro, 14 de julho de 1957. Correio da Manhã.

      “Eu adorava ver o Torneio Início. Quando eu era garoto, não perdia um. O Torneio Início era marcante... Era o pontapé inicial do Campeonato Carioca. Ele começava ainda de manhã e ia até quase de noite. O curioso era que antes dos jogos os times eram fotografados e essas fotos iam para as revistas e você tinha aquele pôster com a escalação do time naquele ano, que na época não mudava muito como hoje.” (José Trajano, em depoimento ao Arquivo Nacional, 3 de junho de 2021)

    • O Bangu conquistou o Torneio Início de 1964, pela quarta e última vez. Na semifinal (imagem), derrotou o poderoso Botafogo nos pênaltis. Na decisão, passou pelo São Cristóvão por 2 a 0.  Daquele time já faziam parte alguns jogadores que conquistariam o último título estadual do clube, dois anos mais tarde, em 1966. Rio de Janeiro, 28 de junho de 1964. Correio da Manhã.

    • O Maracanã foi inaugurado com a vitória da seleção de São Paulo sobre a do Rio, em 1950. Era comum a realização de partidas entre seleções estaduais, sendo muitas delas realizadas no maior estádio do mundo. Em homenagem a esses jogos, trazemos a imagem que antecedeu o confronto entre cariocas e paulistas em 1957, vencida pelo Rio de Janeiro pelo placar de 4 a 0.  Cumprimentam-se, na fotografia, Dequinha (RJ) e Mauro Ramos Oliveira (SP). Rio de Janeiro, 10 de fevereiro de 1957. Correio da Manhã.

    • Paulo Valentim, caído, observa um dos seus cinco gols na vitória acachapante do Botafogo sobre o Fluminense, diante de 130 mil pessoas. Castillo, grande goleiro tricolor, não esconde sua frustração. O time da estrela solitária aplicou uma histórica goleada por 6 a 2 no rival, conquistando o título do Campeonato Carioca de 1957. Valentim, com os cinco gols, ultrapassou o rubro-negro Dida e alcançou a artilharia do torneio. Rio de Janeiro, 22 de dezembro de 1957. Correio da Manhã.

    • O goleiro Valter, do Olaria, foi batido por Mário, Escurinho e Léo, na vitória tricolor por 3 a 1. O estádio sempre foi palco dos jogos entre os grandes do Rio contra os times considerados de menor expressão. Rio de Janeiro, 26 de julho de 1957. Correio da Manhã.

    • Fluminense 2 x 1 Madureira. Com o resultado, o tricolor quebrou um jejum de oito anos e voltou a conquistar o Campeonato Carioca.

      O goleiro Silas, do Madureira, sobe para disputar a bola com o atacante tricolor Waldo, maior artilheiro da história do Fluminense. Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 1959. Correio da Manhã.

    • O dia 18 de dezembro de 1960 ficou marcado para sempre na memória de uma fanática e apaixonada torcida. O América, que estava há 25 anos sem conquistar o campeonato estadual e que passara por um trauma recente ao perder o título de 1955 para o Flamengo, finalmente voltava a levantar a taça. Foi o último título carioca da equipe, diante de quase cem mil pessoas. E, além disso, o primeiro após a criação, naquele mesmo ano, do estado da Guanabara. Rio de Janeiro, 18 de dezembro de 1960. Correio da Manhã.

      “Todas as torcidas do Rio estavam torcendo para o América, menos a do Fluminense, é claro. Não era final, mas era o último jogo do campeonato. O Fluminense jogava pelo empate e fez 1 a 0, mas o América virou no segundo tempo. Fui com meu pai, meu tio... Ali estavam todos os meus amigos... Foi o jogo mais importante da minha vida, como torcedor, porque eu vi o meu time sendo campeão carioca!” (José Trajano, em depoimento ao Arquivo Nacional, 3 de junho de 2021)

    • Ainda sobre a histórica conquista americana: o Fluminense contava com um grande time e lutava pelo bicampeonato. Tinha um trio de ataque que assustava qualquer adversário, com Escurinho, Telê e Waldo. Aos 26 minutos do primeiro tempo, Pinheiro marcou e deixou o tricolor na frente. O América, porém, empatou com Nilo e, aos 33 minutos do segundo tempo, o lateral direito Jorge se tornou o herói improvável. Em uma época em que os laterais pouco iam ao ataque, Jorge teve a felicidade de fazer o gol que tirou o América da fila. Rio de Janeiro, 18 de dezembro de 1960. Correio da Manhã.

      “Saímos do Maracanã lotado e rumamos para (a rua) Campos Sales, onde era a sede do América, pra comemorar. Meu pai estava em casa bebendo. Eu perguntei a ele se podia ir, ele disse que sim, e eu fui. Pulei de roupa e tudo na piscina... Foi uma festa!” (José Trajano, em depoimento ao Arquivo Nacional, 3 de junho de 2021)

    • Não só de clássicos viveu o Maracanã. Nessa imagem, partida entre Bangu e São Cristóvão com o estádio praticamente vazio ao fundo. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

    • Aniversário do Flamengo, 1961. Amistoso da equipe contra o Santos de Pelé. O jogo terminou empatado em 1 a 1. Aquele ano marcou mais um momento importante de superação na história do rubro-negro, com confrontos importantes contra o time da Vila Belmiro. No tradicional Torneio Rio-São Paulo, o time sofreu uma humilhante goleada de 7 a 1 para o alvinegro praiano, além de derrotas dolorosas contra Fluminense e Botafogo. Porém, quando muitos já viam o Flamengo como eliminado, a equipe ressurgiu das cinzas, recuperou-se no campeonato e derrotou o mesmo Santos por 5 a 1, em pleno estádio do Pacaembu (SP), com três gols de Gérson e dois de Dida. No jogo final, precisava vencer o Corinthians no Maracanã, e assim fez: 2 a 0, com gols de Joel e Dida. É o único título do Rio-São Paulo da história do Flamengo. Rio de Janeiro, 15 de novembro de 1961. Correio da Manhã.

    • Vasco vence o Fluminense por 1 a 0, gol de Vevé, diante de um público de 54.673 pessoas. Rio de Janeiro, 9 de setembro de 1962. Correio da Manhã.

    • Diante de um Maracanã lotado, o Santos venceu o Boca Juniors por 3 a 2 na primeira das finais da Taça Libertadores da América. Dois gols de Coutinho e um de Lima. Uma semana depois, nova vitória, dessa vez por 2 a 1, no histórico estádio La Bombonera, deu ao alvinegro praiano o bicampeonato da América. Rio de Janeiro, 3 de setembro de 1963. Correio da Manhã.

    • Em 1963, o Santos enfrentou o Milan na final do Mundial. Após a derrota na Itália, por 4 a 2, o time brasileiro tinha a dura missão de vencer os italianos na segunda partida, e sem contar com Pelé, machucado. Os santistas mandaram a partida no Maracanã, fato que se tornou comum na época. A torcida carioca abraçou aquele time de tantos craques e o Santos conseguiu uma virada histórica, devolvendo a derrota pelo mesmo placar de 4 a 2, após começar perdendo por 2 a 0. No jogo desempate, também no Maracanã, o Santos conquistou o mundo ao vencer por 1 a 0, gol de Dalmo, lateral esquerdo, de pênalti. Rio de Janeiro, 16 de novembro de 1966. Correio da Manhã.

      “O Santos era o segundo time de todo mundo, por causa do Pelé. Pelé conquistou a torcida carioca e se transformou no polo que fez com que a torcida adotasse o Santos. Aquele jogo histórico, entre Santos e Milan, no Maracanã, debaixo de muita chuva, o Pelé não jogou e o Almir foi quem resolveu a parada para o Santos. A história do Santos no Maracanã teve como elo a empatia com o Pelé. O Pelé conquistou o Brasil todo e não foi diferente com o Rio.” (Washington Rodrigues, o Apolinho, em depoimento ao Arquivo Nacional, 7 de julho de 2021)

    • O Santos enfrentou Peñarol (URU) e Racing (ARG) pela Supercopa dos Campeões Intercontinentais, torneio que reuniu os times sul-americanos que já haviam conquistado o Mundial Interclubes, que oficialmente tem o nome de Taça Intercontinental. As três equipes jogaram em turno e returno, com o time brasileiro somando mais pontos e se sagrando campeão.

      Vitória santista por 1 a 0 contra o Peñarol, gol de Clodoaldo, no Maracanã. Rio de Janeiro, 21 de novembro de 1968. Correio da Manhã.

    • Um jogo para a história! O maior público de todos os tempos entre clubes: 194.603 pessoas acompanharam, no Maracanã, a final do Campeonato Carioca de 1963, um Fla-Flu inesquecível. Ao Fluminense, só a vitória dava o título. E o Flamengo contou com sua apaixonada torcida, que compareceu em peso, e com o seu goleiro, Marcial, que fez uma partida primorosa, sendo o grande destaque do jogo. A bola não entrou em nenhum dos lados e o rubro-negro conquistou o título. Mas, naquele dia, o que estava dentro de campo foi menos importante do que a festa que ocorria ao redor, da geral aos camarotes. Um público que, talvez, nunca seja superado na história do futebol mundial. Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 1963. Correio da Manhã.

    • Castillo sobe e evita o gol do Flamengo. O Fluminense se vingou da perda do título de 1963 e venceu o Flamengo no primeiro turno de 1964. A vitória, no torneio de pontos corridos, acabou sendo decisiva para o tricolor terminar o campeonato um ponto à frente do rubro-negro, eliminando o rival. Nos jogos decisivos, o time das Laranjeiras venceu duas vezes o Bangu e conquistou o título. Ao fundo, vê-se um andaime na arquibancada. As obras do estádio só seriam totalmente terminadas em 1965, 15 anos após sua fundação. Rio de Janeiro, 8 de março de 1964. Correio da Manhã.

      “Além de ser craque, Castillo tinha fama de ser um goleiro com sorte. Mas claro que não era só isso. Ele guardava posição, estava sempre na linha, bem posicionado, tinha ótima impulsão. Então a bola naturalmente, quase sempre, estava ao alcance dele.” (Washington Rodrigues, o Apolinho, em depoimento ao Arquivo Nacional, 7 de julho de 2021)

    • O Torneio Rio-São Paulo foi mais um tradicional campeonato que teve o maior estádio do mundo como palco. Na edição de 1965, o campeão foi o Palmeiras, em uma campanha brilhante com 12 vitórias, três empates e apenas uma derrota.

      O atacante palmeirense Servílio, na partida que terminou com a vitória alviverde por 4 a 1 contra o Vasco da Gama. Nesta partida, outra curiosidade: Gildo marcou para o time paulista aos sete segundos de jogo, um dos gols mais rápidos da história alviverde. Rio de Janeiro, 27 de março de 1965. Correio da Manhã.

    • Jairzinho bate o goleiro Edson, que se esforça mas não alcança a bola. Primeiro gol da vitória do Botafogo, por 2 a 0, sobre o Fluminense. O Botafogo chegou motivado para o jogo contra o Vasco, que decidiria quem seria o primeiro campeão da Taça Guanabara. Rio de Janeiro, 29 de agosto de 1965. Correio da Manhã.

    • A partida entre Vasco e Botafogo definiu o primeiro campeão da Taça Guanabara, torneio que se tornou tradicionalíssimo e é disputado anualmente até hoje. Um total de 115.064 pessoas esteve presente no Maraca e viu o Gigante da Colina vencer por 2 a 0, gols de Odair e de Paulistinha (contra).

      Disputa de bola observada pela multidão na geral e nas cadeiras, ao fundo. Rio de Janeiro, 5 de setembro de 1965. Correio da Manhã.

    • Uma das maiores brigas da história do Maracanã e do futebol brasileiro. Assim terminou outro campeonato que marcou a memória popular em relação ao maior estádio do mundo. Sem conquistar o Campeonato Carioca há 33 anos, o Bangu chegava ao jogo final, contra o Flamengo, com dois pontos de vantagem e dependendo apenas do empate para levantar a tão sonhada taça. No Flamengo, o atacante Almir “Pernambuquinho” prometeu que não haveria volta olímpica no Maracanã, a não ser que fosse do Flamengo.

      Começado o jogo, o alvirrubro demonstrou ampla superioridade. A linha de frente com Ladeira, Aladim, Cabralzinho e o grande artilheiro, Paulo Borges, deu dores de cabeça para a defesa rubro-negra. Ocimar e Aladim marcaram para o Bangu ainda no primeiro tempo. No segundo, uma possível reação flamenguista foi sepultada após o gol de Paulo Borges, aos 18 minutos. Aos 25, o rubro-negro Paulo Henrique se desentendeu com o banguense Ladeira. Almir, de cabeça quente pela derrota, partiu para cima de Ladeira, perseguindo o adversário pelo gramado (imagem). A confusão terminou em briga generalizada, com nove jogadores expulsos e o árbitro Aírton Vieira de Morais dando o jogo por encerrado. Bangu campeão carioca, pela última vez. Rio de Janeiro, 18 de dezembro de 1966. Correio da Manhã.

    • O Maracanã também foi palcos de vários campeonatos amistosos, como o Torneio Internacional do Rio de Janeiro, em 1970. Participaram Flamengo, Vasco, a seleção da Romênia e o Independiente, da Argentina. No último jogo, o Flamengo enfrentou o Vasco, bastando um empate para vencer a competição, enquanto o rival já estava eliminado. O rubro-negro de Dionísio, Arilson, Fio e Doval já havia vencido os romenos por 4 a 1 e os argentinos por 6 a 1. Sob a plateia de 114.928 expectadores, a vitória foi de 2 a 0 contra o cruz-maltino, gols de Liminha e Arilson.

      Arilson, do Flamengo, corre para comemorar com a torcida, perseguido por Fio, com braços abertos. Andrada, grande goleiro vascaíno, lamenta junto aos zagueiros cruz-maltinos. Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 1970. Correio da Manhã.

    • Taça de Prata de 1970. O Internacional veio visitar o Flamengo e foi derrotado por 1 a 0, gol de Fio. Uma bela imagem mostra a disputa na bola aérea, com a torcida em grande número ao fundo. A competição foi conquistada pelo Fluminense. Rio de Janeiro, 28 de novembro de 1970. Correio da Manhã.

    • Lôla, camisa 10 do Atlético Mineiro, disputa a bola com jogadores do Vasco. O jogo terminou em 1 a 1. Naquele ano, o Galo conquistaria o título brasileiro, o primeiro com a nomenclatura oficial de Campeonato Brasileiro, instituída a partir de 1971. Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 1971. Correio da Manhã.

    • Oldair, capitão do Clube Atlético Mineiro, com o olhar enfeitiçado pela beleza da taça de campeão brasileiro de 1971. O galo conquistava o país após a vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo – gol de Dadá “Maravilha” –, encerrando com êxito o triangular final que tinha também a participação do São Paulo. A taça foi levantada em pleno Maracanã, deixando a marca do lendário estádio também na gloriosa história do clube de Belo Horizonte (MG). Rio de Janeiro, 19 de dezembro de 1971. Correio da Manhã.

    • Pelé em ação na derrota do Santos para o Fluminense, por 2 a 1, pelo Campeonato Brasileiro de 1972. O rei disputou quatro edições do Campeonato Brasileiro, criado em 1971.  Rio de Janeiro, 24 de setembro de 1972. Correio da Manhã.

    • Um total de 137.002 pessoas assistiu à final da Taça Guanabara, um grande Fla-Flu que terminou em 5 a 2 para o rubro-negro. O time da gávea conquistaria também o Campeonato Carioca daquele ano.

      Rogério soca o ar e Caio “Cambalhota”, autor de três gols, abraça Doval (camisa 10) e Paulo César Caju (encoberto). Rio de Janeiro, 22 de abril de 1972. Correio da Manhã.

    • Em 1978, foi realizado um jogo beneficente entre Flamengo e Atlético Mineiro para ajudar as vítimas de enchentes daquele ano. A grande atração foi a participação de Pelé com a camisa 10 rubro-negra, gentilmente cedida por Zico. O Galinho chegou a oferecer a Pelé a possibilidade de cobrar um pênalti, mas o rei deixou a batida para o craque rubro-negro. O time mineiro saiu na frente, mas o Flamengo virou e venceu com uma goleada de 5 a 1, com três gols de Zico. Pelé passou em branco. Estavam presentes no estádio 139.953 pessoas.

      Podemos ver o placar eletrônico, assim como outras características do antigo estádio, como a marquise, os anéis superior e inferior, o fosso e a geral. Rio de Janeiro, 6 de abril de 1979. Agência Nacional.

       

    • Rivalidades em campo
     
     
    • O
    • O "Maraca" é do povo

      Ah, o geraldino! O torcedor que ia aos jogos no antigo Maracanã na geral é o símbolo do povo brasileiro. O ingresso barato nesse setor, frequentemente por um valor simbólico, permitia a democratização do acesso ao estádio. Os mais pobres tinham seu lugar no maior do mundo.

      A expressão geraldino – criada pelo comunicador Washington Rodrigues, o Apolinho – se popularizou e passou a representar brilhantemente, com uma única palavra, toda aquela gente que podia passar fome em casa, mas reservava alguns tostões para ter a alegria de ver o seu time de perto, ao vivo, a poucos metros de distância. As derrotas da vida eram vingadas pela vitória do seu time. Os berros e xingamentos extravasavam uma semana difícil de trabalho e problemas na vida pessoal. "Saiba mais"

    • “Um mar de gente”, assim o jornal Correio da Manhã definia esta belíssima fotografia que mostra a multidão subindo a rampa de acesso ao estádio. No Maracanã antigo só havia duas entradas externas para se chegar à arquibancada. Era comum, em dias de grande público, demorar meia hora, uma hora, às vezes até mais para o torcedor entrar e sair do estádio. Rio de Janeiro, 10 de junho de 1968. Correio da Manhã.

    • Erguido para a Copa de 1950, o Maracanã era o estádio com a maior capacidade de público do mundo. A torcida brasileira foi em massa assistir aos jogos da seleção. O estádio era preenchido por uma massa humana que demonstrava a popularidade do futebol no país. Na imagem, a torcida brasileira durante a partida Brasil 4 x 0 México, estreia nacional na Copa do Mundo de 1950. Começava o sonho que terminaria em pesadelo. Rio de Janeiro, 24 de junho de 1950. Correio da Manhã.

      “Era um negócio totalmente diferente. O Maracanã pulsava. O Maracanã tinha alma. Você respirava aquilo ali.” (Washington Rodrigues, o Apolinho, em depoimento ao Arquivo Nacional, 7 de julho de 2021)

    • “Domingo

      Eu vou ao Maracanã

      Vou torcer pro time que sou fã...”

      Havia o temor de que um estádio tão grande ficasse vazio depois da Copa. Mas o que se viu foi que o torcedor carioca adotou o Maracanã como sua segunda casa.

      Letra da famosa música de Neguinho da Beija-Flor, quando submetida à censura. Rio de Janeiro, s.d. Serviço de Censura de Diversões Públicas.

    • A Charanga surgiu em 1942 e foi a primeira torcida organizada do Brasil. Jaime de Carvalho, seu criador, era apaixonado pelo Flamengo. Certa vez, em um dia de Fla-Flu, Jaime reuniu amigos e levou instrumentos até o estádio das Laranjeiras, com o objetivo de se divertir e animar os torcedores rubro-negros. De lá pra cá já são décadas de história e muitas lembranças na cabeça de quem viveu o período. Até torcedores de outros clubes, como José Trajano, lembram com carinho que a Charanga sempre foi uma atração à parte no Maracanã, nos jogos do Flamengo. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

      “A primeira relação que eu tive com a torcida foi com a Charanga do Jaime de Carvalho. Foi o primeiro movimento de torcida organizada. Não era nem uma torcida organizada, mas uma charanga. As pessoas se aproximavam deles. Ele tinha uma bandinha e as pessoas se reuniam em volta. E como eles estavam sempre uniformizados, as pessoas passaram a se reunir também uniformizadas. E a Charanga do Jaime de Carvalho se tornou a primeira torcida organizada.” (Washington Rodrigues, o Apolinho, em depoimento ao Arquivo Nacional, 7 de julho de 2021) 

      “Você ia ao Maracanã não só pra ver a sua torcida, mas também as dos outros. Quando você jogava contra o Flamengo, tinha a Charanga do Jaime. Aquilo arrepiava você! Quando você dava de cara com a Dulce Rosalina ou o Domingos Ramalho, torcedores-símbolos do Vasco, você se emocionava. E quando a torcida do Fluminense, que jogava aquele pó de arroz pra cima quando o time entrava em campo, aquilo também mexia contigo.” (José Trajano, em depoimento ao Arquivo Nacional, 3 de junho de 2021)

    • Dois homens compram ingressos em guichê na bilheteria do Maracanã. É possível ver que o camarote, que dava direito ao uso de seis cadeiras de madeira, custava trezentos cruzeiros – moeda da época – e a cadeira, sessenta. O Maracanã foi construído para abrigar pessoas das mais diversas classes sociais e condições financeiras. Assim, o valor da entrada variava muito, do mais barato – geral – até o mais caro – camarotes. Rio de Janeiro, 9 de julho de 1972. Correio da Manhã.

    • Compra de ingressos nos guichês de uma das bilheterias do estádio. Homens e mulheres, na imagem, adquirem suas entradas pacificamente. Mas nem todas as partidas ofereciam essa tranquilidade para a compra. Era comum a venda das entradas nos dias de jogos, correndo longas filas, empurra-empurra, uma disputa ferrenha pela possibilidade de assistir ao seu time quando se tratava de uma final ou um jogo decisivo. Muitas vezes, torcedores adormeciam em frente ao Maracanã aguardando a abertura das vendas. Rio de Janeiro, 29 de agosto de 1968. Correio da Manhã.

    • Os jogos no Maracanã atraíam tantos torcedores que, para facilitar a compra de ingressos, a Administração dos Estádios da Guanabara (Adeg) inaugurou, no início de 1962, postos de venda antecipada em diferentes pontos da cidade, em locais fixos ou em “postos volantes”. A partir de então, os frequentadores do maior do mundo poderiam adquirir seus ingressos em nove locais fixos: Central do Brasil, Teatro Municipal, Copacabana, estações de Madureira, Deodoro, Engenho de Dentro, Penha, praça Saenz Peña e rua da Quitanda, no Centro; e em postos volantes – kombis que ficavam estacionadas na praça Saenz Peña, Copacabana, Largo do Machado e Méier.

      Fila para compra de bilhetes em uma kombi que servia de posto de venda volante. Rio de Janeiro, 1962. Correio da Manhã.

    • Outro local no município do Rio de Janeiro que foi ponto de venda de ingressos para a torcida é o prédio da Central do Brasil, no centro da cidade. Na imagem, vemos o comércio de entradas para Flamengo x Vasco, com dizeres que afirmam que tal iniciativa ocorria em colaboração da Central do Brasil com a Administração dos Estádios do Estado da Guanabara (Adeg). À época, a cidade do Rio se situava no então estado da Guanabara, criado, em 1960, após a transferência da capital para Brasília – antes, a região era o Distrito Federal –, e extinto em 1975, quando foi anexado ao estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

    • Todo o esforço para conseguir o suado ingresso valia a pena. A festa nas arquibancadas era incrível. Bandeiras desfraldadas, cânticos ecoados por milhares de apaixonados e os melhores jogadores do mundo no gramado do estádio Mário Filho.

      Torcida do Botafogo. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

    • Torcedores do Flamengo comemoram, na geral e nas cadeiras, o título da Taça Guanabara de 1972, ao término do clássico contra o Fluminense no qual o rubro-negro venceu por 5 a 2. Mickey e Jair marcaram para os tricolores, enquanto Liminha, Doval e Caio “Cambalhota” (três vezes) fizeram os gols do time vitorioso. Rio de Janeiro, 23 de abril de 1972. Correio da Manhã.

    • Torcedor vibra na arquibancada, atrás de uma das traves. O domingo de Maracanã se tornou quase que uma instituição do carioca. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

      “O cara hoje, sem saudosismo, mas a parte dele é de espectador e em um espetáculo... Ele vai ali tirar selfie, na hora do pênalti ele está filmando, em vez de ficar desesperado para ver se a bola vai entrar ou não. Porque, provavelmente, ele não se vê como parte daquilo ali, como alguém que pode mudar aquela realidade do jogo, que é a essência do torcedor. Nesse sentido, eu fui um cara da arquibancada. A minha história de torcedor é na arquibancada, porque ali eu acreditava que eu era realmente parte daquilo tudo ali, que é muito mais do que futebol.” (Lúcio de Castro, em depoimento ao Arquivo Nacional, 13 de julho de 2021) 

    • Botafoguenses comemoram um dos gols da vitória por 2 a 1 contra o Santos, pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro de 1972. Zequinha abriu o placar para os cariocas, Nenê empatou e o argentino Fischer deu a vitória ao Botafogo, no finalzinho da partida. Vibração na geral e nas cadeiras. Entre os populares, alguém empunha e tremula a bandeira com a estrela solitária. Rio de Janeiro, 17 de dezembro de 1972. Correio da Manhã.

    • Rubro-negros tentam se proteger do sol escaldante do Rio de Janeiro enquanto acompanham uma partida de seu time. Um deles usa a bandeira como proteção, cena comum a todos os que já frequentaram o estádio. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

      “Eu acho que na geral é mais possível você torcer, gritar, incentivar. E você tem a ilusão de que você pode mudar aquela realidade do jogo. E, na verdade, pode mesmo. Uma torcida gritando, empurrando... Então, essencialmente, eu me via no jogo do Flamengo tendo a certeza de que tinha um papel ali. Como todo torcedor tem. E isso parece que se perdeu um pouco.” (Lúcio de Castro, em depoimento ao Arquivo Nacional, 13 de julho de 2021)

    • Torcida do Vasco faz a festa na arquibancada durante partida contra o arquirrival Flamengo, pelo terceiro turno do Campeonato Carioca de 1972. O jogo teve público de 78.970 pessoas e terminou sem gols. Rio de Janeiro, 20 de agosto de 1972. Correio da Manhã.

    • Geraldinos se protegem da chuva durante o clássico Flamengo e Vasco, válido pela nona rodada do segundo turno do Campeonato Carioca de 1964. A partida terminou em 2 a 1 para os rubro-negros, que marcaram com Paulo Alves e Airton, com Célio descontando para o Vasco. Na imagem, da esquerda para a direita: Célio e Saulzinho (Vasco); Carlinhos - encoberto -, Murilo e Luís Carlos (Flamento). Rio de Janeiro, 22 de novembro de 1964. Correio da Manhã.

    • Torcida tricolor desfralda suas bandeiras nas arquibancadas do maior estádio do mundo, palco de muitas glórias do Fluminense Football Club. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

    • Um estádio popular. Construído com o intuito de ser democrático, o velho Maraca cumpriu com louvor sua função. Muitas vezes pessoas em dificuldades econômicas pediam dinheiro do lado de fora para completar o valor do ingresso da geral, que tinha um preço acessível e até irrisório em algumas partidas. Assim, podiam estar presentes com frequência no então maior palco do futebol mundial. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

      “O Maracanã tinha uma função social: geral pro cara duro, arquibancada era um setor intermediário, cadeira azul, e as especiais para quem tivesse maior poder aquisitivo.” (Mauro Cezar Pereira, em depoimento ao Arquivo Nacional, 5 de julho de 2021)

    • A geral do Maracanã foi palco de grandes figuras populares, sempre com muito bom humor. Os geraldinos levavam animais como urubus, bodes, cães, entre outros. Usavam fantasias, se pintavam... Tornaram-se uma atração à parte, muitas vezes chamando mais a atenção do que a própria partida de futebol. Rio de Janeiro, 24 de março de 1972. Correio de Manhã.

      “Os jogadores falavam isso, o Zico fala isso: era muito legal fazer o gol, correr pra geral e ver a cara de alegria das pessoas, daquelas pessoas que estavam ali – muitas delas pobres, sofridas –, a poucos metros de distância do jogador, dividindo aquela satisfação e comemorando juntos o gol.” (Washington Rodrigues, o Apolinho, em depoimento ao Arquivo Nacional, 7 de julho de 2021)

    • Torcedores do Vasco fazem festa na geral, com direito a um bacalhau e muitas bandeiras e faixas de campeão amarradas na cabeça. A partida terminou em 2 a 0 para o Fluminense, com gols de Mickey e Marco Antônio. Porém, a festa era vascaína, pois o cruz-maltino já havia conquistado o Campeonato Carioca com uma rodada de antecedência e encerrava um jejum de 12 anos sem vencer a competição. Rio de Janeiro, 20 de setembro de 1970. Correio da Manhã.

    • A proximidade entre a geral e o gramado era fundamental para o congraçamento entre torcida e jogadores, criando um elo, um vínculo entre artistas da bola e artistas do estádio, que se misturavam no encontro após o gol. Na imagem, da esquerda para a direita: Liminha, Paulo Cesar, Doval e Caio "Cambalhota". Rio de Janeiro, 22 de abril de 1970. Correio da Manhã.

      “A geral era uma extensão do que acontecia à beira do campo. Os jogadores várias vezes relatam a alegria que era ver a felicidade estampada no rosto daquelas pessoas na hora do gol.” (Mauro Cezar Pereira, em depoimento ao Arquivo Nacional, 5 de julho de 2021)

    • Geraldinos debaixo de sol, com chapéu feito de folhas de jornal, ouvindo pelo radinho de pilha a partida que acompanhavam com o olhar. Rio de Janeiro, 13 de novembro de 1970. Correio da Manhã.

      “O torcedor vai ao Maraca com a ilusão de que pode mudar a realidade do jogo. E pode mesmo. A torcida é fundamental, faz toda a diferença." (Lúcio de Castro, em depoimento ao Arquivo Nacional, 13 de julho de 2021)

    • E também debaixo de chuva, lá estavam os geraldinos acompanhando fielmente o seu time. A imagem é do jogo América e Corinthians, que terminou em um melancólico zero a zero. Rio de Janeiro, 13 de novembro de 1972. Correio da Manhã.

    • Com o ingresso barato da geral, era muito comum as pessoas irem ao estádio simplesmente para sociabilizar, encontrar os amigos ou mesmo matar o tempo.

      Enquanto rola o jogo, pessoas conversam sentadas na mureta da geral. Jogo: Flamengo 2 a 1 Portuguesa. Na imagem, o goleiro Mauro e os defensores Luís Carlos e Jordan (Flamengo). Rio de Janeiro, 13 de julho de 1963. Correio da Manhã.

    • O tradicional pó de arroz, lançado ao vento pela torcida do Fluminense no momento da entrada do time em campo. Combinado com o agito das bandeiras e o cântico dos torcedores, tornou-se um dos símbolos do estádio Mário Filho ao longo de sua história. Rio de Janeiro, 28 de junho de 1971. Correio da Manhã.

    • Na arquibancada, a massa rubro-negra canta e empurra o seu time durante a campanha vitoriosa do Campeonato Carioca de 1972. Bandeiras de todos os tipos, uma delas com a palavra “campeão”.

      “Minha vida de torcedor foi, sem dúvida, de um arquibaldo. Eu sou um cara da arquibancada, essencialmente. E eu gostava tanto do Maracanã e tanto de futebol que eu ia também a jogos de outros clubes. Aí eu ia de geral. Claro que com uma constância menor, porque nos jogos do Flamengo eu ia a todos. Todos, todos, durante anos. Primeiro porque eu sentia que ali era meu lugar. Segundo porque eu gostava de me sentir parte daquilo.” (Lúcio de Castro, em depoimento ao Arquivo Nacional, 13 de julho de 2021)

    • Festa vascaína nas arquibancadas. O Vasco, como vencedor do primeiro Campeonato Carioca no novo estádio, em 1950, teve por direito escolher o lado onde ficaria sua torcida. Optou pela direita das cabines de rádio e televisão, local tradicionalmente ocupado pelos seus torcedores até hoje. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

    • Botafoguenses fazem festa nas arquibancadas com a entrada do seu time em campo. Uma prática comum e tradicional, que não existe mais, era a entrada de cada time pelo seu respectivo túnel, separados do adversário. Assim, quando uma equipe ingressava em campo, de um lado do estádio sua torcida fazia a festa, enquanto do outro os torcedores rivais entoavam a mais sonora vaia com a intenção de calar a festa. Era o esquenta para a partida que estava para se iniciar. Rio de Janeiro, 27 de junho de 1971.  Correio da Manhã.

    • Em 1963, o Santos enfrentou o Milan na final do Campeonato Mundial de Clubes. Após a derrota na Itália, por 4 a 2, o time brasileiro tinha a dura missão de derrotar os italianos na segunda partida, e sem contar com Pelé, machucado. O time brasileiro mandou a partida no Maracanã, o que se tornou comum na época. A torcida carioca abraçou aquele time de tantos craques e o Santos conseguiu uma virada histórica, devolvendo a derrota pelo mesmo placar de 4 a 2, mesmo estando perdendo por 2 a 0 em determinado momento da partida. No jogo desempate, também no Maracanã, os santistas conquistaram o mundo ao vencer por 1 a 0, gol de Dalmo, lateral esquerdo, de pênalti.

      Agradecendo o apoio, o Santos confecionou essa placa em homenagem aos cariocas que estiveram ao lado do clube nesse título tão importante. Rio de Janeiro, 1963. Correio da Manhã.

      “A torcida carioca abraçou o Santos, que era um timaço! Após a final, nós sentamos nos bares do entorno do Maracanã – que estavam lotados – como se fôssemos santistas, comemorando aquela vitória como se tivesse sido de nossos times. Era uma maravilha ver aquele Santos jogar.” (José Trajano, em depoimento ao Arquivo Nacional, 3 de junho de 2021)

    • O
    • Seleção brasileira
    • Seleção brasileira

      A relação entre a seleção brasileira e o Maracanã não começou bem. Apesar dos resultados expressivos durante a Copa do Mundo de 1950, a dolorosa derrota para o Uruguai no último jogo do torneio ficou entranhada na memória coletiva dos brasileiros por um termo que faz referência ao estádio: o Maracanazzo. No entanto, ao longo dessa história de mais de setenta anos, a seleção brasileira foi extremamente vitoriosa no gramado do Maraca. "Saiba mais"

    • O Brasil no Maracanã. A torcida viveu momentos inesquecíveis com a seleção brasileira no estádio. Títulos, grandes jogos e atuações memoráveis de nossos maiores craques estabeleceram uma sintonia entre jogadores e torcedores.

      Torcedores e jogadores brasileiros comemoram um dos gols da partida Brasil 2 x 2 União Soviética, em 21 de novembro de 1965. Correio da Manhã.

    • A volta ao Maracanã. A seleção brasileira voltou a jogar no Maracanã em 14 de março de 1954, em uma partida contra o Chile pelas eliminatórias da Copa do Mundo. Nesse mesmo ano, o Brasil disputou mais dois jogos no então Estádio Municipal do Rio de Janeiro: contra o Paraguai, com o placar de 4 a 1 para o Brasil, e contra o Combinado Colombiano, vencido pelo Brasil por 2 a 0.

      Formação titular que jogou contra o Combinado Colombiano, em 9 de maio de 1954. Da esquerda para a direita, de pé: Djalma Santos, Gérson dos Santos, Nilton Santos, Brandãozinho, Veludo e Dequinha; agachados: Julinho, Didi, Índio, Pinga, Rodrigues e Mário Américo (massagista). Correio da Manhã.

    • “Zizinho foi o maestro”. O jornal Correio da Manhã assim dava a manchete do excelente jogo da seleção brasileira contra o Paraguai, disputado em 13 de novembro de 1955. Após um primeiro tempo fraco da seleção, o então meia-atacante do Bangu entrou no segundo tempo para delírio da torcida que clamava seu nome. Zizinho mudou o panorama do jogo: marcou dois gols e participou de outro na vitória de 3 x 0 em jogo válido pela Taça Oswaldo Cruz. A brilhante atuação fez, segundo o periódico carioca, “reviver o verdadeiro futebol brasileiro”.

      Zizinho abre o placar no Maracanã contra o Paraguai, em 13 de novembro de 1955. Correio da Manhã.

    • Uma revanche de 1950? A primeira vez que o Brasil enfrentou o Uruguai no Maracanã após a final da Copa do Mundo de 1950 foi na Taça do Atlântico de 1956. Em um jogo confuso, com duas expulsões no lado uruguaio, a seleção brasileira venceu por 2 x 0, com gols de Zizinho e Canário.

      A Taça do Atlântico foi realizada em três edições – 1956, 1960 e 1976. Nas duas primeiras, participaram Argentina, Brasil e Uruguai. Na terceira, o Paraguai foi incluído. O Brasil jogou diversas partidas dessa competição no Maracanã.

      Lance do jogo Brasil e Uruguai, válido pela Taça do Atlântico, no Maracanã, em 24 de junho de 1956. Correio da Manhã.

      “Embora paulistano, é impossível para mim me limitar a um, a apenas um, momento no Maracanã. A começar pelo fato de que, embora paulistano, a primeira vez que fui a um estádio de futebol ver um jogo oficial foi em 1960. Taça do Atlântico, Brasil 5, Argentina 1. Eu tinha dez anos de idade e convenci meu pai... Passávamos férias no Rio de Janeiro, na casa de meu tio Mauro, que morava em Ipanema. Eu convenci meu pai e meu tio a me levarem ao Maracanã para ver esse jogo. E nunca me esqueço que no fusca do meu tio, no caminho, fizeram um terror comigo. Estavam meus dois irmãos no carro, ambos mais velhos, e eles diziam que provavelmente eu não conseguiria entrar porque eu tinha menos de 12 anos. Afinal, só poderia ver um jogo no Maracanã à noite quem tivesse mais de 12 anos. Fui para o Maracanã com essa pilha deles. E diziam: ‘olha, se você não puder entrar, você vai me desculpar, você que inventou essa história, mas você vai ficar no carro esperando a gente, porque nós vamos ver o jogo. Nós não vamos ao Maracanã para ficar do lado de fora’. E entrou para o folclore da família: diziam meu pai e meu tio que eu sequer passei na borboleta. Eu passei tão disfarçadamente pelo porteiro do Maracanã que a borboleta nem se mexeu (risos). Bom, o fato é que eu vi o jogo e foi uma experiência maravilhosa. E foi 5 a 1 para o Brasil, em um dia em que Pelé e Coutinho, se não me engano, fizeram quatro gols e até saíram no intervalo. Porque já estava 4 quando chegou o intervalo. E, no segundo tempo, Delém, centroavante do Vasco, fez o quinto gol. Essa foi minha primeira experiência no Maracanã.” (Juca Kfouri, em depoimento ao Arquivo Nacional, 3 de junho de 2021)

    • Caminhos para a Copa do Mundo. O Brasil disputou diversas partidas de eliminatórias de Copa do Mundo no Maracanã. Alguns jogos se destacaram por serem decisivos para a classificação e terem selado o caminho do Brasil para o título da copa seguinte. Muitos se lembram da vitória sobre o Uruguai por 2 a 0 em 1993, que classificou a seleção para a Copa do Mundo dos Estados Unidos em 1994, quando o país se sagrou tetracampeão. Um caso similar foi o jogo entre Brasil e Peru realizado no Maracanã em 1957. O time brasileiro precisava vencer para se classificar para a Copa do Mundo da Suécia, em 1958. Com gol único marcado por Didi, o Brasil venceu a partida que abriu caminho para o nosso primeiro título mundial.

      Da esquerda para a direita: Garrincha, Evaristo, Índio, Didi e Joel, que integraram o time brasileiro titular que jogou contra o Peru no Maracanã, em 21 de abril de 1957. Correio da Manhã.

    • Didi e o gol salvador. Autor do primeiro gol do Maracanã, em 17 de julho de 1950, Didi marcou outro gol histórico no mesmo estádio cerca de quatro anos depois. Em 21 de abril de 1957, em uma partida contra o Peru, válida pelas eliminatórias da Copa, Didi marcou o gol salvador de falta aos 11 minutos do primeiro tempo. A cobrança magistral de Didi, em seu estilo particular conhecido como “folha seca”, selou a vitória do Brasil em um jogo difícil e decisivo. O gol classificou a seleção brasileira para a Copa do Mundo de 1958, na Suécia, que consagraria o país perante o mundo com a conquista de seu primeiro título.

      Didi posa para foto ao lado do capitão peruano, antes da partida Brasil e Peru, em 21 de abril de 1957. Correio da Manhã.

    • Defendendo a classificação. A atuação do goleiro Gilmar foi fundamental para o Brasil vencer a seleção peruana em um jogo decisivo das eliminatórias. O placar final de 1 a 0 classificou o país para a Copa do Mundo da Suécia, em 1958, que terminou com a Taça Jules Rimet nas mãos brasileiras.

      Gilmar pratica defesa no jogo Brasil e Peru, no Maracanã, em 21 de julho de 1957. Correio da Manhã.

    • A seleção brasileira e o maior público do Maracanã. O velho Maracanã, que ostentava o título de maior do mundo, recebia enormes públicos, que por vezes chegavam a duzentos mil torcedores, entre pagantes e não pagantes. O maior público pagante registrado da história do Maracanã foi em um jogo de eliminatórias da Copa do Mundo. Em 31 de agosto de 1969, o estádio ficou completamente lotado na partida em que o Brasil enfrentou o Paraguai em jogo válido pelas eliminatórias para a Copa do México, em 1970. Na ocasião, 183.341 pessoas pagaram ingresso (e incontáveis outras entraram sem pagar para ver a seleção brasileira vencer pelo placar de 1 a 0, com gol de Pelé.

      Pelé marca o gol na partida contra o Paraguai, em 31 de agosto de 1969. Correio da Manhã.

      “Vi uma porção de coisas no Maracanã. Vi aquele Brasil e Paraguai, em 1969. Já quase adulto, com 19 anos, eu não era profissional ainda. Fui com Eduardo Gudin, o músico, ver esse jogo. E lembro perfeitamente de ter entrado no Maracanã... Lembro, com clareza, de entrar sem passar por borboleta nenhuma, sem sequer estar com os pés no chão. Porque, embora eu tivesse ingresso, fui levado pela multidão para dentro do estádio. Foi a primeira vez que eu vi as pessoas dando cambalhotas umas nas costas das outras, para chegar a um lugar onde pudessem assistir ao jogo. [...]. E por que eu saí de São Paulo com o Eduardinho Gudin, de fusca, ao Rio para ver esse jogo? Fomos de manhã, vimos o jogo e voltamos. [...]. Esse jogo teve uma motivação especial, porque o jogo de ida, em Assunção, foi muito violento. Os paraguaios desceram o cacete. E perderam, se não me engano, de 3 a 0 o jogo de ida. Eles criaram um clima horroroso. E houve uma campanha no Brasil: ‘vamos receber os paraguaios com flores’, ‘com rosas’. E a gente achou de ir para o Maracanã. O jogo foi ruim. O Brasil ganhou só de 1 a 0. Foi um jogo difícil. Os paraguaios jogaram muito melhor no Maracanã do que haviam jogado em Assunção. Mas o que eu me lembro é disso. Que o que nos motivou foi fazer uma recepção civilizada aos paraguaios. Quando chegamos lá tinha, sei lá, 180 mil pessoas...Muito mais gente do que os ingressos vendidos. Eu tinha ingresso, mas houve uma invasão. Nós entramos com a invasão. Eu me lembro claramente disso, que eu não coloquei os pés no chão. Fui levado pela massa.” (Juca Kfouri, em depoimento ao Arquivo Nacional, 3 de junho de 2021)

    • O gol decisivo para a Copa de 1970. O jogo que registrou o maior público pagante do Maracanã era uma partida decisiva para a participação brasileira na Copa do Mundo do México, em 1970. Em um jogo difícil, Pelé marcou o único gol da disputa. A vitória por 1 x 0 sobre o Paraguai carimbou o passaporte do Brasil para a Copa do Mundo, que consagraria a seleção canarinho como a primeira tricampeã mundial.

      Tostão abraça Pelé após o gol da vitória no jogo Brasil e Paraguai, válido pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 1970, em 31 de agosto de 1969. Correio da Manhã.

    • A rivalidade Brasil-Argentina na Copa Roca. Um importante torneio disputado pela seleção brasileira no Maracanã entre as décadas de 1950 e 1970 era a Copa Roca. Realizado pela primeira vez em 1914, o torneio colocava frente a frente Brasil e Argentina e seu nome era uma homenagem a Júlio Argentino Roca (1843-1943), presidente do país vizinho. Sua última edição ocorreu em 1976. Atualmente, o duelo entre as duas principais seleções da América do Sul é chamado de Superclássico das Américas.

      Ademir da Guia em lance do jogo Brasil 0 x 0 Argentina no Maracanã, válido pela Copa Roca, em 9 de junho de 1965. Correio da Manhã.

    • O Brasil contra os rivais da América do Sul. Além da Copa Roca, outros torneios eram disputados em dois jogos contra vizinhos sul-americanos: a Taça Oswaldo Cruz, contra o Paraguai; a Copa Rio Branco, contra o Uruguai; e a Taça O’Higgins, contra o Chile. Na edição da Taça Oswaldo Cruz de 1958, o Brasil utilizou a disputa como preparação para a Copa do Mundo da Suécia. O resultado foi animador. A seleção brasileira venceu os paraguaios pelo placar de 5 a 1.

      Time titular brasileiro perfilado antes do jogo contra o Paraguai, válido pela Taça Oswaldo Cruz, no Maracanã, em 4 de maio de 1958. Correio da Manhã.

    • Uma taça para comemorar a independência. O Maracanã foi palco de um título marcante conquistado pelo Brasil na década de 1970. Foi a Taça Independência, também conhecida como Minicopa, por reunir seleções de todas as partes do mundo. Realizada entre 11 de junho e 9 de julho de 1972, a competição era um evento comemorativo do sesquicentenário da independência do Brasil. O torneio contou com representantes da América do Sul, Europa e Ásia, além da seleção do continente africano e da seleção da Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe).

      Cinejornal produzido pela Agência Nacional sobre a Taça Independência, 1972. Agência Nacional.

    • Depois da Copa, a Minicopa. Contando com jogadores remanescentes do título da Copa do Mundo do México, em 1970, o Brasil se sagrou campeão da Minicopa em 1972, após vencer Portugal por 1 a 0 no Maracanã.

      Tostão e Jairzinho comemoram o gol brasileiro na final contra a seleção portuguesa, em 9 de julho de 1972. Correio da Manhã.

    • Celebrando a Copa do Mundo de 1958. O Maracanã era o palco ideal para jogos festivos da seleção brasileira. Estádio gigantesco e emblemático, abrigou diversas disputas comemorativas. Uma dessas partidas ocorreu em 13 de maio de 1959, para celebrar o título da Copa do Mundo da Suécia. Na ocasião, o Brasil venceu a Inglaterra por 2 a 0, com gols de Julinho e Henrique Frade.

      Seleções do Brasil e da Inglaterra entram em campo, tendo os capitães Bellini e Billy Wright à frente dos times, em 13 de maio de 1959. Correio da Manhã.

    • Julinho, o nome do jogo. Julinho Botelho teve uma carreira sólida, com títulos por Portuguesa-SP e Palmeiras, além de uma passagem pela Fiorentina (ITA). Jogou 31 jogos e marcou 13 gols pela seleção ao longo da década de 1950 e início dos anos 1960. Porém, talvez a atuação mais marcante pelo time brasileiro tenha sido em 13 de maio de 1959.

      Uma das maiores redenções da história do Maracanã se deu nesse Brasil 2 x 0 Inglaterra. Os ingleses chegaram ao país especialmente preocupados em como deveriam marcar Garrincha. Mas o técnico Vicente Feola decidiu escalar Julinho no lugar de Garrincha, para descontentamento e até revolta da torcida, que deu uma sonora vaia ao atacante brasileiro.

      Quase 130 mil vozes, no maior estádio do mundo, vaiaram um jogador da própria seleção de seu país. No entanto, iniciado o jogo, Julinho mostrou personalidade e toda a qualidade de seu futebol. Em uma atuação magistral, foi o grande nome da partida. Deu o passe para Henrique marcar e, pouco depois, fez um belíssimo gol, sacramentando a vitória do Brasil.

      As vaias deram lugar aos aplausos. Segundo relatos, um dos maiores já vistos no estádio.

      Julinho é o primeiro jogador agachado, da esquerda para a direita, ao lado de Didi. Rio de Janeiro, 13 de maio de 1959. Correio da Manhã.

    • Lance do jogo Brasil 2 x 0 Inglaterra, em 13 de maio de 1959. Partida comemorativa do título da Copa do Mundo da Suécia. Correio da Manhã.

    • O Maracanã e as despedidas. O Maracanã foi o palco das últimas atuações dos maiores craques da seleção brasileira. Em 18 de julho de 1971, Pelé se despediu da camisa amarelinha em jogos oficiais. Em um amistoso contra a Iugoslávia, que terminou empatado em 2 a 2, o maior craque de todos os tempos deu adeus à seleção. A partida recebeu um público de mais de 138 mil pagantes e contou com a participação de grandes jogadores brasileiros. Os gols do Brasil foram marcados por Gérson e Rivelino.

      Lance do jogo Brasil e Iugoslávia, que marcou a despedida de Pelé da seleção brasileira, 18 de julho de 1971. Correio da Manhã.

    • Gilmar despede-se da seleção. Um dos maiores goleiros da história da seleção brasileira, o goleiro Gilmar despediu-se da camisa verde e amarela em uma partida contra a Inglaterra realizada no Maracanã na noite de 12 de junho de 1969. Bicampeão em 1958 e 1962, Gilmar atuou em 94 jogos oficiais.

      Gilmar prepara-se para uma defesa, sob os olhares de Carlos Alberto Torres e Joel, em 12 de junho de 1969. Correio da Manhã.

    • Amistosos de preparação. A seleção brasileira disputou diversos jogos preparativos para copas do mundo no Maracanã. Nessas partidas, enfrentou seleções sul-americanas e europeias. Em 8 de março de 1970, em amistoso que antecedeu a Copa do Mundo do México, o Brasil venceu a Argentina por 2 a 1. Os mais de 99 mil pagantes viram Pelé e Jairzinho marcarem para o Brasil, e Brindisi descontar para os argentinos.

      Lance do jogo Brasil e Argentina no Maracanã, em 8 de março de 1970. Correio da Manhã.

    • Lance do jogo Brasil 0 x 0 Paraguai, amistoso de preparação para a Copa do Mundo do México, em 12 de junho de 1970. Correio da Manhã.

    • Em 6 de junho de 1965, o Brasil enfrentou a Alemanha Ocidental em amistoso de preparação para a Copa do Mundo da Inglaterra, a ser realizada em 1966. Em um jogo marcado por entradas violentas dos alemães, a seleção brasileira venceu pelo placar de 2 a 0, com gols de Pelé e Flávio. Rio de Janeiro, 6 de junho de 1965. Correio da Manhã.

    • O Brasil contra o mundo. Em 1968, o país enfrentou no Maracanã um time que reunia os maiores craques do planeta. Em um jogo que marcou os dez anos da Copa do Mundo da Suécia, os brasileiros duelaram contra a seleção multinacional da Fifa. A “seleção do mundo” tinha entre seus convocados algumas das maiores estrelas do futebol da época, como os alemães Franz Beckenbauer e Wolfgang Overath, o goleiro russo Lev Yashin, o argentino Silvio Marzolini, o uruguaio naturalizado brasileiro Pedro Rocha, dentre outros. Na ocasião, a seleção brasileira estreou o novo uniforme, com calções azul-escuros e camisa amarelo-canário, com duas estrelas sobre o escudo, simbolizando os títulos nas copas de 1958 e 1962. O Brasil venceu a partida por 2 a 1, com gols de Rivelino e Tostão.

      Selecionado titular brasileiro que enfrentou a seleção da Fifa. Da esquerda para a direita, de pé: Carlos Alberto Torres, Everaldo, Jurandir, Roberto Dias, Gérson e Picasso; agachados: Natal, Rivelino, Jairzinho, Pelé e Paulo César Caju. Rio de Janeiro, 6 de novembro de 1968. Correio da Manhã.

    • Jogos diplomáticos. Partidas da seleção brasileira no Maracanã eram, por vezes, eventos diplomáticos, em que o governo brasileiro convidava representantes de uma nação estrangeira para assistir a um jogo de futebol no maior estádio do mundo. Em 11 de junho de 1957, os presidentes Juscelino Kubitschek, do Brasil, e Francisco Higino Craveiro Lopes, de Portugal, assistiram a um amistoso entre as seleções de seus países. A partida no Maracanã fez parte do programa da longa visita do chefe de Estado português ao Brasil, que se iniciou em 7 de junho e terminou no dia 25.

      Seleção brasileira perfilada antes do jogo contra Portugal no Maracanã. Da esquerda para a direita: Didi, Ernani, Bellini, Nilton Santos, Paulinho de Almeida, Jadir, Zito, Garrincha, Del Vecchio, Canhoteiro e Pagão. Rio de Janeiro, 11 de junho de 1957. Agência Nacional.

    • Jogos de solidariedade. Em 1960, o aniversário de dois anos da conquista da Copa do Mundo da Suécia foi marcado por um jogo contra o Chile. Além da celebração do título mundial, a partida também foi um evento de solidariedade, voltado a arrecadar fundos para ajudar as vítimas de um terremoto no Chile. Mais de cem mil pessoas assistiram à partida, que terminou com um placar de 4 a 0 para o Brasil, com gols de Waldo (dois), Dida e Vavá.

      O capitão brasileiro Bellini troca flâmulas com o capitão chileno Sergio Navarro antes do jogo Brasil e Chile, no Maracanã, em 29 de junho de 1960. Correio da Manhã.

    • Em outubro de 1976, a seleção brasileira disputou uma partida contra o Flamengo no Maracanã. O objetivo do evento era arrecadar fundos em benefício da família de Geraldo, jovem jogador do rubro-negro carioca que havia morrido em agosto de 1976. Com apenas 22 anos, Geraldo sofreu um choque anafilático decorrente da anestesia para uma cirurgia de retirada das amígdalas. Era considerado uma joia do Flamengo e uma promessa da seleção brasileira para a Copa do Mundo de 1978. A tragédia comoveu o país. A partida em homenagem a Geraldo teve sua renda revertida para a família do jogador.

      Lances do jogo entre Flamengo e a seleção brasileira no Maracanã, em 6 de outubro de 1976. Agência Nacional.

    • Brasil treina no Maracanã. Além das grandes partidas, a seleção brasileira realizou diversos treinos no gramado do Maracanã. Nas décadas de 1950, 1960 e 1970, isso era bastante comum. Poderiam ser treinos táticos ou jogos-treino contra times cariocas, combinados de clubes ou disputas em que se enfrentavam o time titular e o reserva.

      Jogadores brasileiros em preparação antes do treino para o jogo contra a Inglaterra, em maio de 1959. Correio da Manhã.

    • Por dentro do Maracanã. Jogadores da seleção descansam em uma área interna do estádio durante pausa no treino realizado antes do jogo contra o País de Gales, em maio de 1966. Correio da Manhã.

    • Seleção brasileira
    • Artistas do espetáculo
    • Artistas do espetáculo

      O futebol representa a oportunidade, todos os anos, de meninos e meninas pobres dos quatro cantos do país se tornarem conhecidos no Brasil e no mundo. Agora, neste momento, em algum campinho de várzea, pode estar dando os primeiros passos a estrela futura do seu time... Aquele ou aquela que fará gols inesquecíveis e trará para a sala de troféus algo inédito que marcará a história de seu clube. "Saiba mais"

    • Este módulo sobre os artistas do espetáculo não poderia começar com outro que não fosse Edson Arantes do Nascimento, o rei Pelé. Um momento histórico: o primeiro gol de Pelé pela seleção brasileira, logo na estreia, na partida inicial da Copa Roca, torneio que era disputado entre Brasil e Argentina com jogos de ida e volta, um em cada país. No intervalo, o jovem de 16 anos entrou no lugar de Del Vecchio e marcou aos 32 minutos do segundo tempo. Rio de Janeiro, 7 de julho de 1957. Correio da Manhã.

    • Pelé e Pepe, uma dupla genial, posam para foto no gramado do Maracanã antes de mais uma das várias partidas que o Santos realizou no estádio em sua época áurea. O gigantismo do Maracanã – com maior público, mais renda era gerada – e a admiração da torcida carioca pelo timaço santista fizeram a diretoria do “Peixe” levar os jogos de maior repercussão para o Rio de Janeiro, em especial as finais, como da Libertadores e do Mundial. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

    • Dois gigantes se cumprimentam respeitosamente antes de mais um Flamengo e Botafogo. Dida, ídolo de Zico, é o segundo maior artilheiro da história do Flamengo, com 264 gols, atrás apenas do “Galinho de Quintino”. Conquistou 19 títulos com a camisa rubro-negra, entre os quais quatro cariocas (1953, 1954, 1955 – fez quatro gols na decisão que deu ao Flamengo o tricampeonato desse ano – e 1963) e o Torneio Rio-São Paulo (1961 – marcou o gol do título, contra o Corinthians). Garrincha dispensa apresentações. O gênio das pernas tortas foi campeão 18 vezes pelo Botafogo, entre elas os dois torneios Rio-São Paulo (1962, 1964), três cariocas (1957, 1961 e 1962), além da linda história com a camisa da seleção brasileira, que levou à conquista de duas copas do mundo. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

    • Puskas, da Hungria, um dos melhores jogadores de todos os tempos, segura a flâmula do Honvéd (HUN). Ao seu lado, Evaristo de Macedo, outro ícone do futebol mundial. A ocasião era o amistoso entre Flamengo e Honvéd, que terminou em 6 a 4 para o time mais popular do Brasil.

      Puskas atuou naquele time durante cerca de 14 anos, antes de se transferir ao Real Madrid (ESP), onde fez história ao conquistar três ligas dos campeões da Uefa (hoje conhecida como Champions League) e cinco títulos da liga espanhola. Fez 84 gols em 85 jogos pela seleção húngara, que foi campeã olímpica de 1952 e vice-campeã da Copa do Mundo de 1954, permanecendo invicta por quatro anos.

      Já Evaristo foi fundamental na conquista de quatro títulos estaduais pelo Flamengo, tendo marcado 45 gols pela equipe carioca. Na Europa, conseguiu um feito raro: jogou no Barcelona e no Real Madrid, tendo conquistado o Campeonato Espanhol duas vezes pelo primeiro e três pelo segundo, embora tenha sido ídolo, de fato, apenas no clube catalão, onde marcou 111 gols contando jogos oficiais e não oficiais. Marcou oito gols pela seleção brasileira, mas não pôde jogar a Copa do Mundo de 1958 porque o Barcelona não o liberou, o que o impediu de possuir o título de campeão do mundo. Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 1957. Correio da Manhã.

      “Meu ídolo era o Evaristo. Logo que chegou ao Flamengo, ele tinha entrado em alguns jogos, no fim, e marcado gols decisivos. Eu queria ser como ele. Quando jogava no colégio, gostava de ficar no banco de reservas e queria que o treinador me colocasse só no final, pra eu entrar e resolver o jogo. Queria que me chamassem de Evaristo.” (Washington Rodrigues, o Apolinho, em depoimento ao Arquivo Nacional, 7 de julho de 2021)

    • Natural de Barra do Piraí (RJ), Paulo Valentim teve uma carreira brilhante, em especial no Atlético Mineiro e no Botafogo. É ídolo também no Boca Júniors (ARG), considerado carrasco do rival River Plate (ARG) – foram 13 gols em 12 jogos. Campeão mineiro em 1955 e 1956, Valentim chegou ao Botafogo e foi campeão carioca em 1957, fazendo simplesmente cinco gols na decisão contra o Fluminense, na goleada por 6 a 2 que valeu a ele, ainda, a artilharia da competição. Rio de Janeiro, 1957. Correio da Manhã.

    • Zizinho, um dos maiores craques do futebol brasileiro de todos os tempos, ídolo no Flamengo e no Bangu. É considerado o sucessor de Leônidas da Silva, o “Diamante Negro”, e antecedeu a geração de Pelé, que nunca escondeu que “Mestre Ziza” era seu ídolo. O craque jogou por 11 anos no Flamengo (1939-1950), conquistando o primeiro tricampeonato carioca da história do clube (1942, 1943, 1944) e marcando 146 gols (nono maior artilheiro do rubro-negro). Depois se transferiu para o Bangu, onde jogou de 1951 a 1956. Foi titular do Brasil na Copa de 1950 e eleito o melhor jogador da competição. Marcou 31 gols em 54 partidas pela seleção e é o maior artilheiro da Copa América, ao lado do argentino Norberto Mendez, com 17 gols marcados nesse torneio. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

    • Zizinho atua pelo Bangu, em partida contra o Bonsucesso, válida pelo Campeonato Carioca. Essa foi uma de suas últimas partidas pelo clube banguense, onde marcou 122 gols entre 1950 e 1957. No segundo turno da competição o craque já não fazia parte do elenco alvirrubro, tendo se transferido para o São Paulo, onde conquistou o título paulista de 1957 e, mesmo tendo uma rápida passagem, alcançou o expressivo número de 24 gols em sessenta partidas disputadas. Zizinho sempre revelou duas mágoas: a derrota na Copa do Mundo de 1950 e a forma como foi vendido pelo Flamengo ao Bangu – pouco antes do início da referida Copa –, contra sua vontade e sem sequer ser consultado. Rio de Janeiro, 1957. Correio da Manhã.

    • Vavá (Vasco), ao lado de Zózimo (Bangu), observa a bola entrar no segundo gol vascaíno durante a vitória de 3 a 1 sobre o time baguense, na estreia do Campeonato Carioca de 1958.

      O pernambucano Vavá é o sexto maior artilheiro da história do Vasco da Gama, com 191 gols marcados, tendo conquistado três vezes o título carioca (1952, 1956 e 1958), além do Torneio Rio-São Paulo (1958). Estreiou pela seleção brasileira em 1955, quando o Brasil venceu o Paraguai por 3 a 0, conquistando a Taça Oswaldo Cruz. Vavá jogou também no Atlético de Madrid (ESP), América do México e San Diego (EUA). Merece destaque a passagem do craque pelo Palmeiras, onde fez 71 gols em 142 jogos. Bicampeão mundial, ao lado de Zózimo, em 1958 e 1962, ganhou o apelido de “Leão da Copa”, marcando quatro gols na primeira e cinco na segunda.

      O baiano Zózimo é considerado o maior jogador da história do clube de Moça Bonita, onde jogou de 1951 a 1965. Na seleção, foi campeão do mundo em 1958, na reserva de Orlando, e 1962, como titular absoluto da zaga brasileira. Rio de Janeiro, 20 de julho de 1958. Correio da Manhã.

    • Vavá marca mais um gol. Na época, alguns goleiros amarravam sacos plásticos no meio da rede para identificarem melhor o centro do gol, o que ajudava no seu posicionamento entre as traves. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

    • Didi é outro brasileiro que figura entre os melhores jogadores de todos os tempos. Em 1958, foi o grande líder da conquista e o jogador mais badalado do time brasileiro que ganhou a Copa do Mundo pela primeira vez, tendo sido, inclusive, eleito pela Fifa o melhor daquele mundial. O craque atuou longamente pelo Fluminense, de 1947 a 1956, onde conquistou a Copa Rio de 1952 e o Campeonato Carioca de 1951. No Botafogo, formou o inesquecível time que tinha Garrincha, Nilton Santos e companhia, permanecendo no alvinegro de 1956 a 1958 e entre 1961 e 1962, e conquistando o Torneio Rio-São Paulo de 1962 e o Carioca de 1957, 1961 e 1962. Nelson Rodrigues apelidou Didi de “Príncipe Etíope”, pela sua elegância em campo. Outro apelido recebido, dessa vez pela imprensa europeia, foi o de “Mister Football” (Senhor Futebol).

      Em campo, foi o inventor do chute apelidado de “folha seca”, em que a bola subia e depois descia rapidamente e com efeito, lembrando o movimento de uma folha seca ao cair de uma árvore. Jogou ainda um ano no Real Madrid e o mesmo período no São Paulo.

      Como técnico, Didi treinou clubes brasileiros e peruanos e levou a seleção do Peru à Copa de 1970, onde enfrentou o Brasil e foi derrotado por 4 a 2.

      Didi bate pênalti com precisão e marca contra o América. O jogo terminou empatado em 3 a 3. Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 1960. Correio da Manhã.

    • Waldo, maior artilheiro da história do Fluminense (319 gols) e o segundo maior da história do Valência (160). Pelo tricolor, onde jogou de 1954 a 1961, conquistou o Campeonato Carioca de 1959 e dois torneios Rio-São Paulo (1957 e 1960). Ficou no Valência de 1961 a 1970, se encantou com a cidade e nela permaneceu até sua morte, em 2019. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

      “Quando criança, estava na Bahia na casa de parentes, me recuperando de uma doença. [...]. Aquele timaço do Fluminense foi jogar numa cidade vizinha. Infelizmente, não pude ir... Mas, para minha surpresa, eles vieram até a minha casa, me visitar. Quando vi, estavam lá na sala Castillo, Waldo, entre outros. [...]. Muito tempo depois, durante um programa na Globo, lembrei aquilo ao Castillo, e ele se emocionou muito quando soube que aquele menino, do qual ele tinha vaga lembrança, era eu.” (Juca Kfouri, em depoimento ao Arquivo Nacional, 3 de junho de 2021)

    • Garrincha faz um cruzamento durante partida entre Flamengo e Botafogo. Durante alguns anos, o Botafogo teve ampla vantagem de vitórias no clássico contra o Flamengo. São várias as histórias sobre jogadores alvinegros dizendo que já estavam contando com o “bicho” (valor extra pago por vitória) da partida contra o rubro-negro. O domínio alvinegro só teria fim com a chamada “Era Zico”, quando o Flamengo conseguiu dar o troco e inverteu a lógica até então vigente. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

    • Garrincha e Zito caminham lado a lado antes de mais um Santos e Botafogo, o jogo mais esperado durante grande parte dos anos 1950 e 1960. Os dois times contavam com verdadeiras seleções. Jogadores como Quarentinha, Garrincha, Gérson, Nilton Santos, Manga, entre outros, fizeram parte da equipe carioca na época. Enquanto isso, o Santos tinha Pelé, Coutinho, Pepe, Gilmar e companhia. O Santos levou vantagem nas partidas mais decisivas. Pela semifinal da Libertadores de 1963, derrotou o Botafogo por 4 a 0 no Maracanã, após empate por 1 a 1 no primeiro jogo, no Pacaembu. Nas finais da Taça Brasil de 1962, o confronto chegou a ser noticiado pela imprensa como “o melhor jogo do mundo”. Após vitória santista por 4 a 3 no Pacaembu, o Botafogo deu o troco no Maracanã e venceu por 3 a 1. No jogo desempate, também no Maraca, o Santos venceu por 5 a 0, com dois gols de Pelé, e ficou com o título. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

    • Bellini e Pinga, jogadores do Vasco, caminham em direção ao vestiário após o fim de mais uma partida.

      Pinga é o quarto maior artilheiro da história do Vasco, tendo marcado 250 gols na sua passagem pelo clube. Antes disso, iniciou a carreira na Portuguesa-SP, onde balançou as redes 284 vezes.

      Bellini serviu de modelo para a famosa estátua, nos arredores do Maracanã, de um jogador erguendo a Taça Jules Rimet, conquistada pela primeira vez em 1958. Além de ter sido capitão do Brasil na Copa da Suécia, Bellini venceu, pelo Vasco, o Carioca de 1952 e também os de 1956 e 1958, estes ao lado de Pinga, assim como o Torneio Rio-São Paulo de 1958.

      Jogou ainda no São Paulo e terminou a carreira no Atlético Paranaense. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

    • O gol de placa. Em 5 de março de 1961, Pelé marcou um dos gols mais bonitos de sua carreira, que ficou conhecido como “gol de placa”. Foi durante uma partida válida pelo Torneio Rio-São Paulo, em que o Santos venceu o Fluminense pelo placar de 3 a 1. Aos quarenta minutos do primeiro tempo, Pelé recebeu a bola antes do meio de campo e partiu em direção à meta adversária para marcar “um dos mais sensacionais tentos já assinalados no Maracanã”, como noticiou o jornal Correio da Manhã. No caminho, deu uma finta em Clóvis, abrindo um “buraco” no sistema defensivo tricolor. Na entrada da área, driblou o zagueiro Pinheiro, deixando-o caído, e, quando Marinho ia alcançá-lo, Pelé tocou de leve, tirando do goleiro Castilho e mandando a bola para o fundo da rede. O belíssimo gol levou o público em peso, santistas e tricolores, a aplaudirem de pé. Impressionado, o jornalista Joelmir Beting teve a ideia de mandar fazer uma placa de bronze a ser afixada no Maracanã, contendo os dizeres: “Neste estádio Pelé marcou no dia 5 de março de 1961 o tento mais bonito da história do Maracanã”. Com o tempo, a expressão “gol de placa” popularizou-se no futebol brasileiro, para fazer menção a gols de beleza incomum. Não há nenhum registro, por foto ou vídeo, do gol. Existem apenas relatos escritos e repassados oralmente, além de outras imagens da partida. Rio de Janeiro, 5 de março de 1961. Correio da Manhã.

    • O único título do Torneio Rio-São Paulo conquistado pelo Flamengo foi em 1961. Após perder por 7 a 1 para o Santos, com cinco gols de Pelé, em pleno Maracanã, o time ficou completamente desacreditado. Porém, em uma reação impressionante, o rubro-negro venceu o Palmeiras na primeira rodada da fase final por 3 a 1 (imagem), se vingou do Santos ao goleá-lo por 5 a 1 no Pacaembu e conquistou o título com 2 a 0 sobre o Corinthians no estádio Mário Filho lotado.

      Dois ícones: Gérson, autor de um dos gols da vitória sobre o alviverde, e Djalma Santos, craque histórico do “verdão”.

      Gérson conquistou diversos títulos no Flamengo, Botafogo, São Paulo e Fluminense, e a Copa do Mundo de 1970. Djalma, bicampeão do mundo em 1958 e 1962, ganhou três títulos nacionais com o Palmeiras (Torneio Roberto Gomes Pedrosa em 1960 e 1967, e Taça Brasil em 1967). Rio de Janeiro, 16 de abril de 1961. Correio da Manhã.

    • O lendário Barbosa, um dos melhores goleiros da história do Brasil, já no final da carreira, atuando pelo Campo Grande, time de menor expressão da cidade do Rio de Janeiro. A partida foi contra o Fluminense e terminou em 1 a 0 para o tricolor das Laranjeiras.

      Barbosa jogou também pelo Santa Cruz, conquistando o Torneio Início de Pernambuco em 1956. Foi campeão da Copa Roca (1945), Copa Rio Branco (1947 e 1950) e Copa América (1949) pela seleção brasileira. No Vasco, foi campeão sul-americano em 1948, do Torneio Rio-São Paulo em 1958 e dos estaduais do Rio em 1945, 1947, 1959, 1950 e 1958, fazendo parte do épico time “expresso da vitória”, que foi a base da seleção brasileira de 1950 e conquistou 18 títulos em dez anos, sendo cinco campeonatos cariocas – três de forma invicta. Rio de Janeiro, 5 de agosto de 1962. Correio da Manhã.

    • Botafogo e Flamengo jogam pelo Torneio Rio-São Paulo de 1963. Três craques são facilmente identificados: pelo Flamengo, Dida. Pelo Botafogo, Nilton Santos e Zagallo, ao fundo.

      Nilton Santos, “a enciclopédia”, jogou as copas de 1950, 1954, 1958 e 1962, conquistando as duas últimas. É considerado o melhor lateral esquerdo de todos os tempos. Em uma época em que os jogadores de sua posição ficavam na defesa, Nilton inovou ao subir ao ataque com certa constância, marcando vários gols ao longo da carreira. Jogou entre 1948 e 1964 apenas no Botafogo, clube com o qual teve total identificação e onde conseguiu um feito raro: atuar em uma única equipe durante toda a sua trajetória esportiva. Em sua homenagem, o Botafogo renomeou, em 2015, o então estádio olímpico João Havelange, conhecido como “Engenhão” – por se situar no bairro de Engenho de Dentro, Rio de Janeiro (RJ) –, como “estádio olímpico Nilton Santos”.

      Zagallo dispensa apresentações. Apesar de atuar em campeonatos amadores pelo América, clube do qual era sócio, Zagallo formou-se como jogador e se profissionalizou no Flamengo, onde atuou de 1950 a 1958 e conquistou o tricampeonato de 1953, 1954 e 1955. Embora não quisesse sair do clube, acabou indo para o Botafogo após a demora na renovação de seu contrato. Em General Severiano, atuou de 1958 a 1965, fazendo parte do épico time que teve Nilton Santos, Garrincha, Quarentinha, entre outros.

      Seu destaque mundial fica, no entanto, pelas brilhantes passagens na seleção do Brasil, vencendo os mundiais de 1958 e 1962 como jogador, 1970 como técnico e 1994 como assistente técnico. Rio de Janeiro, 3 de março de 1963. Correio da Manhã.

    • Dida, segundo maior artilheiro da história do Flamengo (264 gols) e herói do tricampeonato de 1953, 1954 e 1955, e do título do Rio-São Paulo de 1961, em sua habitual comemoração, com os dois braços erguidos. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

    • Jairzinho, o “furacão” da Copa de 1970, e Carlos Alberto Torres, o eterno capitão daquela conquista. Os dois se enfrentam, em 1964, na partida vencida pelo Botafogo, por 2 a 0, contra o Fluminense, pelo Torneio Rio-São Paulo.

      Além da Copa, Jairzinho conquistou diversos títulos pelo Botafogo, onde jogou durante a maior parte de sua carreira, entre eles a Taça Brasil de 1968. Pouco antes da aposentadoria, ganhou a Taça Libertadores pelo Cruzeiro, em 1976.

      Já Torres passou por Fluminense, Flamengo e Botafogo no Rio, mas foi no Santos, entre 1965 e 1971, que teve o auge de sua carreira, ao conquistar cinco campeonatos paulistas (1965, 1967, 1968, 1969 e 1973), dois nacionais (1965 e 1968) e um Rio-São Paulo (1966). Rio de Janeiro, 19 de abril de 1964. Correio da Manhã.

    • O lendário goleiro Manga, dono de tantos títulos e herói de vários times do Brasil e do exterior, entra em campo saudado pela torcida botafoguense para mais um clássico contra o Flamengo, em 1966. O jogo terminou em 1 a 1. Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 1966. Correio da Manhã.

    • Manga, em mais uma grande defesa no Maracanã.

      Nascido em Recife (PE), iniciou sua carreira no Sport, onde jogou por quatro anos até ser transferido para o Botafogo. No time da estrela solitária, viveu o auge da equipe que teve grandes craques, entre os quais se destacava Garrincha. Ficou 11 anos no alvinegro, conquistando a Taça Brasil (1968), o Torneio Rio-São Paulo (1962, 1964 e 1966) e o Campeonato Carioca (1961, 1962, 1967 e 1968), até ir para o Nacional de Montevidéu (URU), onde também se tornou ídolo, jogando de 1969 até 1974 e vencendo o Campeonato Uruguaio, a Taça Libertadores da América (1971) e o Mundial (Copa Intercontinental) no mesmo ano. Voltou ao Brasil para defender as cores do Internacional. No Inter levou três vezes o Campeonato Gaúcho (1974, 1975 e 1976) e duas o Campeonato Brasileiro (1975 e 1976). Teve passagens pelo Operário (MS), Coritiba e Grêmio, conquistando estaduais por esses três clubes, até encerrar sua carreira jogando duas temporadas no Barcelona de Guayaquil (EQU) e sendo campeão equatoriano em 1981.

      No Equador, permaneceu por décadas. Com problemas de saúde, retornou ao Uruguai, onde recebeu atendimento graças a um grupo de torcedores que arrecadaram fundos para ajudá-lo. Hoje vive na casa Retiro dos Artistas, na cidade do Rio de Janeiro (RJ).

      Manga é considerado um dos maiores goleiros da história de três clubes brasileiros: Sport, Botafogo e Internacional. Além de ser ídolo também no Uruguai e no Equador. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

    • Brasil 4 x 0 Uruguai, pela Copa Rio Branco, no Maracanã. Paulo Borges marca um de seus dois gols, observado por Tostão. O atacante foi o artilheiro do Campeonato Carioca de 1966 e um dos líderes do Bangu campeão daquele ano. Em 1968, transferiu-se para o Corinthians e marcou logo na estreia, ajudando o time do Parque São Jorge a vencer o Santos por 2 a 0 e a acabar com o jejum de dez anos sem vencer o time da Vila Belmiro pelo Campeonato Paulista. Rio de Janeiro, 12 de junho de 1968. Correio da Manhã.

    • O rei e a rainha. Elizabeth II veio da Inglaterra para uma visita ao Brasil. Aproveitou a ocasião para ir ao maior estádio do mundo ver a partida entre a seleção de São Paulo contra a do Rio de Janeiro. Os paulistas venceram por 3 a 2 e coube à monarca a entrega do troféu a Pelé. Rio de Janeiro, 10 de novembro de 1968. Correio da Manhã.

    • No dia 19 de abril de 1969, o Santos enfrentou o Vasco, no Maracanã, pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa. O país inteiro e, talvez, todo o mundo do futebol tinha os olhos voltados para o estádio. Pelé estava, 13 anos depois de seu primeiro gol, a caminho do milésimo. O Vasco parecia decidido a impedir o feito, tanto que o primeiro gol santista foi contra, marcado pelo vascaíno René, quando tentou impedir que a bola chegasse ao camisa 10 santista.

      Quatro jogadores adversários acompanham a jogada de Pelé. Rio de Janeiro, 19 de novembro de 1969. Correio da Manhã.

    • A partida estava empatada em 1 a 1 quando, aos 33 minutos do segundo tempo, foi marcado o famoso pênalti, justamente em cima de Pelé.

      O camisa 10 cobrou e Andrada, goleiro do time de São Januário, quase defendeu, mas não impediu a concretização do feito. O jogo ficou paralisado, repórteres invadiram o campo e o estádio saudou o rei do futebol. Rio de Janeiro, 19 de novembro de 1969. Correio da Manhã.

      “O credenciamento era restrito. Não teve credencial pra mim, mas sobrou uma credencial de fotógrafo. O Oldemário Touguinhó me emprestou uma máquina, mas esqueceu de botar o filme. E eu nem sabia fotografar. Eu estava lá, sentado, junto com os outros fotógrafos, com uma máquina sem filme (risos). Quando ocorreu o gol, eu fui um dos que estavam lá correndo atrás do Pelé. Uma cena muito emocionante, muito marcante.” (José Trajano, em depoimento ao Arquivo Nacional, 3 de junho de 2021)

    • Após o gol, Pelé recebeu do Vasco uma blusa comemorativa com o número 1.000 nas costas. O rei deu uma volta olímpica no estádio, vestido com a camisa. Rio de Janeiro, 19 de novembro de 1969. Correio da Manhã.

    • Rivellino domina a bola durante a vitória do Corinthians sobre o Fluminense, pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro de 1972.  O “Garoto do Parque” jogou no clube paulista de 1965 a 1974, e foi muito cobrado devido ao período de jejum de títulos enfrentado pelos corintianos. Após a perda do título paulista para o Palmeiras, em 1974, acabou transferido para o Fluminense, onde jogou de 1975 a 1978, sendo campeão carioca em 1975 e 1976 no time que ganhou o apelido de “Máquina Tricolor”.

      “Riva” foi um dos destaques da lendária seleção brasileira de 1970, titular do time campeão da copa realizada no México.

      Rio de Janeiro, 29 de agosto de 1971. Correio da Manhã.

    • Vasco 3 x 2 Botafogo. Roberto Dinamite marca um dos gols do cruz-maltino. Era o início da caminhada do jovem jogador que havia estreado em 1971 no time profissional e se tornaria, para muitos, o maior ídolo da história da equipe de São Januário. O apelido “Dinamite” surgiu na imprensa, ao comentar sobre a “explosão” do craque na hora do arremate ao gol adversário. Rio de Janeiro, 14 de julho de 1973. Correio da Manhã.

    • Com a bola o argentino Doval, artilheiro do Campeonato Carioca de 1972, com 16 gols. Com passagem por Flamengo (1969-1975) e Fluminense (1976-1978), fez sucesso no futebol do Rio na década de 1970, marcando 95 e 71 gols por esses clubes, respectivamente. Rio de Janeiro, 26 de março de 1972. Correio da Manhã.

      “O Doval era o ídolo da torcida, um grande atacante, e pegou uma fase de um time não muito bom, no qual ele se destacava. Aí depois, em 1972, chegaram alguns reforços, e o time melhorou muito, acabando por conquistar o título daquele ano.” (Mauro Cezar Pereira, em depoimento ao Arquivo Nacional, 5 de julho de 2021)

    • O maior jogador de futebol de todos os tempos, o atleta do século, dizia adeus à seleção nacional em 1971, sendo ovacionado por 140 mil pessoas no Maracanã, que gritaram em vão “Fica, Pelé!”, emocionando o rei. A partida que marcou a despedida do craque foi um amistoso contra a Iugoslávia que terminou empatado em 2 a 2. Rivellino e Gérson fizeram os gols do Brasil. Rio de Janeiro, 18 de julho de 1971. Correio da Manhã.

    • Enquanto Pelé caminhava para o final da carreira, surgia outra grande estrela do futebol brasileiro e mundial. No dia 29 de julho de 1971, Zico estreava no profissional do Flamengo em partida conta o Vasco. Na imagem, outro clássico do Flamengo contra o time de São Januário, dois meses depois da estreia do menino. O garoto, ainda franzino, voltaria para a base e retornaria definitivamente aos profissionais em 1974, onde começaria a escrever a história mais vencedora que um jogador já teve no clube de maior torcida do Brasil. Rio de Janeiro, 3 de outubro de 1971. Correio da Manhã.

      “O Zico chega a jogar no time profissional, depois retorna pra base. Só em 1974 o Zico é campeão jogando, já com 21 anos. Na época se demorava um pouco mais pra se lançar um jogador. Hoje com 16, 17 anos o jogador já é lançado. Na época, pra chegar no profissional e se firmar, geralmente, o jogador tinha em torno de 20, 21 anos. Era mais demorada essa transição.” (Mauro Cézar Pereira, em depoimento ao Arquivo Nacional, 5 de julho de 2021)

    • Uma imagem rara: Zico jogando com a camisa 9, número que chegou a usar no início da carreira, até assumir, definitivamente, a camisa 10 da Gávea, que iria imortalizar. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

    • Uma prática comum até os dias de hoje é anunciar os novos reforços à torcida no gramado do Maracanã, antes ou no intervalo das partidas.

      O craque Tostão, recém-contratado pelo Vasco da Gama, é apresentado aos torcedores antes de jogo contra o Flamengo. Após início no América (MG), o craque teve passagem vitoriosa no Cruzeiro, tornando-se um dos maiores ídolos da história do clube, tendo conquistado o Campeonato Mineiro cinco vezes seguidas a partir de 1965 e a Taça Brasil de 1966. Além disso, foi titular do brilhante time brasileiro de 1970, levando o tricampeonato da Copa do Mundo para o país. Em 1972, a transferência para o Vasco foi a maior transação financeira envolvendo clubes brasileiros até então. Rio de Janeiro, 16 de abril de 1972. Correio da Manhã.

    • A passagem de Tostão pelo Vasco foi abreviada por um problema na retina que quase o havia tirado da Copa de 1970. Jogou no “gigante da colina” apenas dez meses, de abril de 1972 a fevereiro de 1973. Seu último gol foi contra o Flamengo, em 10 de fevereiro. O jogo de despedida, 17 dias depois, um amistoso contra o Argentinos Juniors (ARG). Com apenas 27 anos, o craque encerrou sua carreira, uma grande perda para o futebol do Brasil.

      Tostão em ação no 0 a 0 contra o América (RJ), em 19 de julho de 1972. Rio de Janeiro, 19 de julho de 1972. Correio da Manhã.

    • Paulo César Caju, com a camisa do Flamengo, no amistoso que terminou em empate de 2 a 2 contra a seleção da Hungria. Caju foi um dos jogadores mais vitoriosos que já passaram pelo gramado do Maracanã. Começou no profissional do Botafogo, onde esteve de 1967 a 1971. Participou, nesse período, do tricampeonato do Brasil em 1970. Depois transferiu-se para o Flamengo, defendendo as cores rubro-negras entre 1972 e 1974, ano em que foi vendido ao Olympique de Marselha (FRA), onde é respeitado até hoje. Depois passou ainda por Fluminense – fazendo parte da famosa “Máquina Tricolor” –, Vasco, Corinthians e Grêmio, time pelo qual conquistou o Mundial de 1983. Rio de Janeiro, 30 de janeiro de 1972. Correio da Manhã.

    • Em meados dos anos 1970, a rivalidade entre Flamengo e Vasco começa a ganhar força, chegando ao auge nos anos 1980. Até então, a grande rivalidade carioca dos tempos do Maracanã era entre Flamengo e Botafogo.

      Roberto Dinamite em um 2 a 2 entre Flamengo e Vasco. Rio de Janeiro, 8 de maio de 1972. Correio da Manhã.

      “Ainda no início dos anos 1970 o Flamengo era tido como freguês do Botafogo. A torcida levava a faixa lembrando os 6 a 0 de 1972. Zico e Roberto surgem nos anos 1970, mas a rivalidade Flamengo x Vasco desponta com força nos 1980, alimentada também pela figura do Eurico Miranda, que sempre provocava o rival. Tanto que a torcida do Flamengo chegou a fazer uma música contra o Eurico, xingando ele.” (Lúcio de Castro, em depoimento ao Arquivo Nacional, 13 de julho de 2021)

    • Uma imagem rara: Garrincha estreando pelo Olaria, em 1972, em partida contra o Flamengo no Maracanã. Zé Mário (Flamengo) observa o craque, assim como o juiz do jogo, Airton Vieira de Moraes. A partida teve público de 19.276 pessoas e terminou 1 a 1, com gols de Gessé para o time da rua Bariri e Doval para o clube da Gávea. Rio de Janeiro, 23 de fevereiro de 1972. Correio da Manhã.

    • Final do ano de 1973... No Maracanã, 155 mil pessoas assistiam ao chamado “Jogo da Gratidão”. Era a despedida de Mané Garrincha e também uma forma de arrecadar fundos para o craque, que passava por dificuldades financeiras. A seleção brasileira enfrentou um combinado de jogadores estrangeiros – alguns deles em atividade no Brasil –, entre os quais Andrada (Vasco), Forlan e Pedro Rocha (São Paulo), Alex (América-RJ), Reyes e Doval (Flamengo) e Dreyer (Coritiba). O experiente árbitro Armando Marques apitou o primeiro tempo e o então jovem Arnaldo César Coelho foi o juiz na segunda etapa. O Brasil atuou com Félix (Leão); Carlos Alberto (Zé Maria), Brito (Luís Pereira), Piazza e Everaldo (Marinho Chagas); Clodoaldo (Zé Carlos) e Rivellino (Manfrini); Garrincha (Zequinha), Jairzinho (André), Pelé (Ademir da Guia) e Caju (Mário Sérgio). O técnico era Zagallo. O Brasil venceu por 2 a 1, com gols de Pelé e Luís Pereira. Aos trinta minutos do segundo tempo, Garrincha saiu e foi ovacionado pela torcida, dando a volta olímpica no campo.

      O craque Mané é cercado por três adversários preocupados com seus dribles, cena comum em toda a sua vitoriosa carreira. Rio de Janeiro, 19 de dezembro de 1973. Correio da Manhã.

    • “Jogo da Gratidão”, com a presença de Pelé, Rivellino e outros craques brasileiros e internacionais. Os últimos momentos de Garrincha com a camisa verde e amarela. Ao final, o gênio acena para a torcida durante a volta olímpica no estádio do Maracanã. Rio de Janeiro, 19 de dezembro de 1973. Agência Nacional.

    • Artistas do espetáculo

     

     
    • Detalhes do velho Maracanã
    • Detalhes do velho Maracanã

      Ao longo de décadas de história, o Maracanã passou por várias reformas. A maior e mais drástica de todas foi a que ocorreu para que o estádio recebesse jogos da Copa do Mundo de 2014. Após essa última intervenção, surgiu um estádio completamente novo por dentro. Somente a parte externa lembra o histórico gigante de concreto erguido para a Copa de 1950. Na verdade, o velho Maracanã não existe mais. Trata-se de outro estádio, ou “arena”, chamado pelo antigo nome apenas por ocupar o mesmo terreno do Derby Club, no bairro do Maracanã. "Saiba mais"

    • Os notáveis pilares externos. Aqueles que se aproximam do Maracanã têm uma primeira visão de sua grandiosidade ao vislumbrar a fachada. O aspecto exterior é o único remanescente do velho Maracanã, depois que a grande intervenção para a Copa do Mundo de 2014 transformou radicalmente o estádio por dentro. Os sessenta pilares em forma de Y são uma marca registrada, e sua importância se dá tanto do ponto de vista estético, quanto do ponto de vista estrutural. Eram os pilares externos que davam sustentação à antiga marquise de concreto, permitindo que a cobertura não precisasse ser sustentada por pilares internos e deixando a vista livre para o gramado.

      Vista parcial dos pilares externos do Maracanã. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

    • A admirável arquibancada. Com uma área de mais de 25 mil metros quadrados, a antiga arquibancada era o setor com maior capacidade de público do velho Maracanã. Seus 48 degraus de cimento, que eram ao mesmo tempo assentos e via de circulação, podiam abrigar 120 mil pessoas – oficialmente, já que não foram raras as vezes que esse número foi ultrapassado. A arquibancada era o espaço em que as torcidas organizadas faziam sua festa, com bandeiras, instrumentos musicais, papel picado, pó de arroz e coreografias. Era o setor mais barato do estádio onde se podia assistir ao jogo sentado, mas a prática que se consolidou foi permanecer de pé. As sucessivas reformas fizeram desaparecer as arquibancadas de cimento. Com a grande transformação efetuada para a Copa de 2014, a antiga arquibancada foi demolida. Em seu lugar, surgiu uma nova em que foram colocadas cadeiras, na tentativa de obrigar os torcedores a assistirem às partidas sentados.

      Vista parcial da arquibancada do velho Maracanã. Rio de Janeiro, outubro de 1966. Correio da Manhã.

      “Era totalmente diferente. O Maracanã foi se agigantando e se transformou no maior estádio de futebol do mundo, cartão-postal do Rio de Janeiro, lamentavelmente destruído. Hoje o Maracanã é mais bonito, talvez, mas é só mais um estádio. Tem o Maracanã, tem a arena do Corinthians, tem o estádio do Palmeiras, do Internacional, do Grêmio. Tem o Mineirão. É mais um estádio. Não é aquele estádio que provocava um frisson.” (Washington Rodrigues, o Apolinho, em depoimento ao Arquivo Nacional, 7 de julho de 2021)

      “Até pela questão da grana eu ia na geral quando era jogo de outros clubes. E gostava de ir, sempre que podia, sempre quando o jogo me interessava. E guardava [o dinheiro] para ir na arquibancada no jogo do meu time.” (Lúcio de Castro, em depoimento ao Arquivo Nacional, 13 de julho de 2021)

    • As cadeiras azuis. Abaixo das arquibancadas e acima da geral estava o setor das cadeiras comuns, popularmente conhecidas como “cadeiras azuis”. Com capacidade para trinta mil pessoas, era o espaço em que os torcedores poderiam pagar um ingresso de valor intermediário entre a arquibancada e a geral. O contraste entre o azul das cadeiras e o cinza dos degraus da arquibancada e da geral, acima e abaixo, gerava um efeito visual marcante para os frequentadores do antigo Maracanã.

      Vista parcial das cadeiras azuis. Rio de Janeiro, fevereiro de 1966. Correio da Manhã.

      “Vivi o Maracanã intensamente [...]. A coisa mais emocionante era entrar no Maracanã, subir a rampa do Maracanã, do estádio, e atravessar o círculo que tinha e entrar numa entradinha, você subia e via aquele gramado verde impressionante, aquela coisa monumental, via as cadeiras pintadas de azul lá embaixo, era uma coisa emocionante, indescritível.” (José Trajano, em depoimento ao Arquivo Nacional, 3 de junho de 2021)

    • A inesquecível geral. Setor mais próximo do campo, era composta de 13 degraus, com capacidade para trinta mil torcedores de pé. O chão da geral começava abaixo do nível do gramado, fazendo com que os torcedores que quisessem ficar mais perto de seus ídolos assistissem ao jogo “de baixo para cima” e eventualmente perdessem lances que se desenrolavam do outro lado do campo. A geral era considerada o espaço mais democrático do futebol brasileiro. Setor mais barato do velho Maracanã, era um lugar do popular, da irreverência, da criatividade, das fantasias e das brincadeiras eternizadas pelas lentes dos fotógrafos e cinegrafistas. A primeira grande intervenção feita no estádio no século XXI teve como objeto justamente a geral. Em 2005, para adequar o Maracanã para os Jogos Pan-Americanos de 2007, ela foi abolida e substituída por cadeiras.

      Trabalhador atua em reparos na grade da geral do Maracanã. Rio de Janeiro, dezembro de 1968. Correio da Manhã.

    • Vista parcial das cadeiras azuis e da geral. Vê-se na geral, além de torcedores, um vendedor com sua carrocinha de sorvete e dois policiais. Rio de Janeiro, abril de 1971. Correio da Manhã.

      “Olha o que o Maracanã te proporcionava. Era uma feira aquilo ali. Uma feira gostosa, do cachorro-quente, do mate, dos craques, dos ídolos, das charangas. Nossa! Que coisa! Não tinha domingo igual. Muito melhor que televisão, muito melhor do que qualquer coisa.” (José Trajano, em depoimento ao Arquivo Nacional, 3 de junho de 2021)

    • No velho Maracanã havia espaço para todas as classes sociais. A maior parte dos lugares no antigo estádio era acessível a pessoas de classes mais populares. A exceção era uma área de 2.250 m², situada no anel superior, no lado oeste do estádio. Aí estavam localizados os setores mais caros e os lugares não compráveis do estádio: as cadeiras especiais de cor amarela, os camarotes e as tribunas de honra e de imprensa.

      Vista parcial das cadeiras especiais. Rio de Janeiro, março de 1972. Correio da Manhã.

      “E era algo absolutamente democrático. Você via engenheiro ou médico se abraçando com o negão da geral. Antigamente o charme era estar na geral e pular para as cadeiras. O pessoal pulava para as cadeiras para ficar perto da camada mais elitizada. E às vezes subiam na arquibancada para ir para as cadeiras especiais, que era algo mais difícil. Você via as pessoas se abraçando, o preto, o branco.” (Washington Rodrigues, o Apolinho, em depoimento ao Arquivo Nacional, 7 de julho de 2021)

    • Visão panorâmica dos três principais setores do Maracanã, arquibancada, cadeiras azuis e geral, durante partida entre Flamengo e Vasco da Gama. Rio de Janeiro, 24 de setembro de 1950. Agência Nacional.

      “A primeira vez [que fui ao Maracanã] foi bem impactante. Imagino que ainda seja, porque ir a um estádio de futebol é [impactante], para qualquer garoto, para qualquer menino ou menina que nunca foi. Mas o Maracanã era diferente. Porque era uma coisa imensa e ele perdeu essa perspectiva com a reforma, porque agora é um estádio de setor único. Antes você via a arquibancada, que se debruçava sobre o campo, e embaixo das arquibancadas as cadeiras azuis, e a geral. Então ele tinha diferentes setores e aquilo era uma coisa de uma dimensão um tanto quanto absurda. Eu sempre gosto de dizer que, no Maracanã, você tinha condições de ir na geral ver um jogo como se estivesse na várzea, vendo os jogadores de muito perto, especialmente na cobrança de escanteio. Se você ficasse ali perto da bandeirinha de escanteio, você veria o jogador batendo o escanteio como se estivesse no alambrado de um estádio pequeno, com o cara do seu lado. E se você estivesse no último degrau da arquibancada, você teria que ter um binóculo para ver direito o que estava acontecendo no campo, porque a distância era enorme. Então era muito grande. Era uma coisa realmente colossal e cativante para todo mundo que ama o futebol.” (Mauro Cezar Pereira, em depoimento ao Arquivo Nacional, 5 de julho de 2021)

    • O gramado. O tamanho inicial do gramado do Maracanã era 110 x 75 m, as maiores medidas permitidas pela Fifa. As dimensões do gramado faziam jus às proporções gigantescas em todos os aspectos do estádio. Com as obras para a Copa do Mundo de 2014, o gramado foi reduzido para 105 x 68 m.

      Operários trabalham no nivelamento do gramado do Maracanã. Rio de Janeiro, janeiro de 1964. Correio da Manhã.

    • As traves de madeira. As primeiras balizas do Maracanã eram feitas de madeira. Conta-se que após a substituição por traves de ferro, em 1968, um pedaço de uma das antigas traves foi doado a Barbosa, goleiro da seleção brasileira derrotada na Copa de 1950 pelo Uruguai. Segundo relatos do próprio Barbosa e de amigos, não lisonjeado com a “homenagem”, o goleiro teria queimado a trave como lenha para fazer um churrasco. No entanto, outros relatos afirmam que as verdadeiras traves de madeira do Maracanazzo são aquelas que estão expostas em Muzambinho, município de Minas Gerais.

      Vista da antiga trave de madeira em lance do jogo Flamengo 2 x 3 Olaria. Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 1955. Correio da Manhã.

    • Novas traves de ferro. Em 1968, por determinação da Fifa, as traves retangulares de madeira foram substituídas por traves redondas de ferro. No Maracanã, a troca fez parte de uma ampla reforma efetuada no estádio, que também envolveu o nivelamento do gramado, a colocação de grades na geral e a conclusão dos sanitários nos setores das cadeiras azuis. No dia da substituição, houve uma solenidade comandada por Abelard França, diretor da Administração dos Estádios da Guanabara (Adeg), órgão que mais tarde seria renomeado Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (Suderj). Coube ao goleiro Barbosa, derrotado na Copa de 1950, a tarefa de derrubar a antiga trave. Na época, Barbosa era funcionário da Adeg e foi nessa ocasião que ele teria recebido um pedaço da antiga baliza de madeira.

      Novas traves de ferro do Maracanã. Rio de Janeiro, dezembro de 1968. Correio da Manhã.

    • As traves de ferro. Retirada das balizas de ferro para reforma do gramado. Rio de Janeiro, dezembro de 1972. Correio da Manhã.

    • Remodelando o gramado. Em 1963, o gramado do Maracanã foi completamente remodelado, a primeira vez que isso foi feito desde a inauguração.

      Técnicos trabalham nas obras de remodelação do gramado. Rio de Janeiro, dezembro de 1963. Correio da Manhã.

    • A rede véu de noiva. O primeiro tipo de rede utilizado nas balizas do Maracanã foram as chamadas “véu de noiva”. A tradicional rede era uma marca registrada do velho Maracanã, diferente da rede mais aberta, usada em muitos estádios pelo mundo. É a preferida de muitos torcedores, já que, quando um time marca um gol, a bola “estufa” a rede ou “morre” no fundo da meta. Após a reforma para a Copa do Mundo de 2014, a rede mais aberta chegou a ser usada em algumas oportunidades, mas hoje a emblemática rede é a que está sendo utilizada nas balizas do estádio.

      A bola “morre” no fundo da rede véu de noiva em um gol marcado no jogo Fluminense 2 x 1 Santos, no Maracanã. Rio de Janeiro, 24 de setembro de 1972. Correio da Manhã.

    • Bola “estufa” a rede véu de noiva no Maracanã, após gol marcado pelo América do Rio de Janeiro no jogo Fluminense 3 x 1 América. Rio de Janeiro, em 12 de junho de 1971. Correio da Manhã.

    • A icônica marquise. A marquise do velho Maracanã era uma das estruturas mais tradicionais do estádio. Além da função arquitetônica, sua presença ajudou a marcar simbolicamente a imagem do Maracanã na mente dos torcedores. A marquise de concreto foi uma das estruturas que mais sofreu com a drástica reforma realizada para a Copa do Mundo de 2014. Após afirmações de que estava condenada, ela foi demolida para dar lugar a uma cobertura feita de um material composto de teflon e fibra de vidro. Essa intervenção gerou críticas veementes na mídia e na sociedade civil, por seu valor estético e cultural. A marquise era parte da fachada do estádio, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

      A marquise do velho Maracanã representava uma novidade na época da construção, pois cobria todo o anel do estádio. Antes, as coberturas eram restritas às tribunas de honra. Com 96 toneladas, a cobertura de concreto alcançava quase todos os espaços do estádio, exceto as fileiras da arquibancada mais próximas do campo e a geral.

      Torcedores à sombra da marquise do Maracanã assistem a uma partida entre Vasco e Bangu. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

      “Eu acabei conhecendo o Maracanã por dentro e por fora. O tipo de reportagem que eu fazia não era entrevistar os jogadores. Eu subia na marquise e dava a volta caminhando até a segurança me tirar... E dava o [panorama do] trânsito lá de cima. Tinha uma passagem que eu conhecia. Era a passagem para trocar as lâmpadas dos refletores. Eu combinei com o menino que fechava a porta para deixar sem a chave. E eu sempre ia lá. E me perguntavam: ‘Como você chegou aqui?’. E me tiravam. Mas no outro jogo eu estava lá de novo. Finalmente, eles acabaram me deixando (risos).” (Washington Rodrigues, o Apolinho, em depoimento ao Arquivo Nacional, 7 de julho de 2021)

    • O fosso. Rodeando todo o campo do Maracanã, havia, entre a geral e o gramado, um fosso com três metros de largura e de altura. Seu objetivo era impedir invasões de campo, tendo em vista a perspectiva de grande presença de público nos jogos. O Maracanã foi o primeiro estádio do Brasil a ter um fosso, estabelecendo um padrão que foi seguido em outros grandes brasileiros, como Mineirão, Serra Dourada, Morumbi, Beira-Rio e outros. O fosso era um instrumento de contenção do público em um esporte de massa e popular. Hoje, com a tendência à elitização e para evitar acidentes por quedas, os fossos foram sendo suprimidos em vários estádios após reformas como a efetuada no Maracanã. Além da pretensa contribuição para a segurança do espetáculo, o fosso também tinha seu lado lúdico. Quando a bola caía no fosso, era muito comum vermos algum torcedor “altruísta” descer para buscá-la e ajudar os gandulas, que tinham que usar uma espécie de apanhador de borboletas para “resgatar” a pelota. O fato desses torcedores descerem no fosso e retornarem para a geral põe em dúvida sua eficácia para impedir invasões de campo...

      Vista do interior do estádio, com o fosso visível. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

    • Os refletores. Em vez de torres de iluminação, o Maracanã recebeu 240 refletores que foram colocados em linha sobre a marquise ao longo das duas laterais do campo. Suas lâmpadas funcionavam a vapor de mercúrio, um sistema na época considerado sofisticado para iluminação pública, permitindo boa visibilidade em jogos noturnos.

      Iluminação do Maracanã no jogo Botafogo 5 x 1 Vasco pelo Torneio Rio-São Paulo. Rio de Janeiro, 18 de março de 1961. Correio da Manhã.

    • As “cabines de rádio”. O Maracanã foi inaugurado com vinte cabines de imprensa amplas e modernas para a época. Como, na década de 1950, o rádio era o principal meio de comunicação do país, as cabines de imprensa instaladas nos estádios brasileiros eram popularmente conhecidas como “cabines de rádio”. Além de sua importância para o trabalho da imprensa, elas se tornaram pontos de referência para quem acompanhava os jogos pelo rádio. Para situar os torcedores, os locutores comumente indicavam, antes da partida começar, qual time estava posicionado à direita ou à esquerda das cabines de rádio, um hábito que permanece até hoje. No Maracanã, desde a década de 1950, as torcidas também se posicionam nas arquibancadas tendo como ponto de referência as cabines de imprensa.

      Lance do jogo América-RJ 1 x 1 Atlético-MG, em que se veem ao fundo as cabines de imprensa do Maracanã. Rio de Janeiro, 21 de outubro de 1970. Correio da Manhã.

    • Os placares do velho Maracanã. Os primeiros placares do Maracanã eram manuais, modestos e pequenos, e não possibilitavam nem exibir os nomes completos dos clubes. Na década de 1960, foi instalado um novo placar, luminoso, que permitia acompanhar o resultado da partida mesmo à noite.

      A inovação maior veio em 1979, com a implantação do famoso placar eletrônico do Maracanã. A grande novidade do estádio foi inaugurada em um jogo entre Flamengo e América-RJ, realizado no dia 11 de fevereiro de 1979. Composto de lâmpadas incandescentes, mais sofisticado e maior, exibia não apenas o resultado da partida, mas também o tempo de jogo e a temperatura. A torcida poderia receber pelo placar várias informações adicionais, como as escalações dos times. Quando era marcado um gol, o placar mostrava uma animação e informava o autor, com direito a uma imagem eletrônica do artilheiro.

      Substituído por telões com a reforma realizada para os Jogos Pan-Americanos de 2007, o antigo placar eletrônico hoje está instalado no estádio Giulite Coutinho, de propriedade do América Futebol Clube. O clube rubro inaugurou seu novo placar no estádio de Edson Passos em 2008.

      Primeiro placar do Maracanã, no jogo entre Fluminense e Futebol Clube do Porto, de Portugal. Rio de Janeiro, 17 de junho de 1956. Correio da Manhã.

    • Antigo placar do Maracanã, visível durante o jogo entre São Cristóvão e América-RJ. Rio de Janeiro, 10 de outubro de 1963. Correio da Manhã.

    • Placar luminoso do Maracanã em um jogo diurno entre Olaria e Fluminense. Rio de Janeiro, 11 de julho de 1964. Correio da Manhã.

    • Placar iluminado no jogo Botafogo 2 x 1 São Paulo pelo Torneio Rio-São Paulo. Rio de Janeiro, 14 de março de 1965. Correio da Manhã.

    • Fotograma de cinejornal mostrando o placar eletrônico do Maracanã em um jogo entre o Flamengo e Atlético-MG. Rio de Janeiro, 6 de abril de 1979. Correio da Manhã.

    • Os túneis de acesso. Antes da reforma, o Maracanã possuía quatro túneis subterrâneos pelos quais era possível chegar ao campo a partir das instalações internas. O trajeto se iniciava nos vestiários localizados no subsolo e suas saídas eram rentes ao gramado. Cada time usava um túnel de acesso distinto e a prática ditava que cada equipe entrasse em campo em um momento diferente. Isso fazia com que se pudesse presenciar um show das torcidas. Na entrada dos times em campo, cada torcida fazia sua festa particular, agitando bandeiras, cantando músicas de apoio, lançando para o ar papel picado, bexigas, confete, serpentina. Por outro lado, na entrada do time rival, era hora de entoar uma sonora vaia. Esse espetáculo se perdeu no novo Maracanã. Hoje, o estádio possui apenas um túnel de acesso e os novos protocolos estabelecidos pelas federações determinam que os dois times entrem juntos em campo.

      Jogadores do Botafogo descem o túnel do Maracanã para os vestiários. Rio de Janeiro, 1º de dezembro de 1959. Correio da Manhã.

      “A entrada dos times em campo era uma coisa emocionante. Muito foguete, rojão, serpentina, confete. A torcida do Fluminense levava pó de arroz, foguetório imenso, Maracanã lotado. Era emocionante. Indescritível.” (José Trajano, em depoimento ao Arquivo Nacional, 3 de junho de 2021)

    • Chegando de trem. Para muitos torcedores, a principal forma de ir ao Maracanã era utilizando o trem. O antigo estádio era servido por uma estação ferroviária chamada Derby Club. O nome era uma referência ao antigo hipódromo que existia no local antes da construção do estádio, de propriedade do Derby Club, associação de turfe fundada em 1885. Era famosa a cena da chegada dos torcedores antes dos jogos, quando o trem abria as portas e uma massa humana desembarcava com suas bandeiras e instrumentos musicais, entoando canções de incentivo aos seus times.

      Nos anos anteriores à Copa do Mundo de 2014, a estação Derby Club foi desativada e outra, construída em um local diferente, mais próximo ao acesso oeste do estádio, ao lado do campus da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Maior e mais moderna que a antiga, recebeu o nome de estação Maracanã.

      O estádio do Maracanã visto do trem. Rio de Janeiro, 8 de janeiro de 1974. Correio da Manhã.

      “Eu ia ver o trem chegar. Quando o trem chegava e saía aquela massa era um negócio lindo. Era outra coisa. O Maracanã tinha vida própria.” (Washington Rodrigues, o Apolinho, em depoimento ao Arquivo Nacional, 7 de julho de 2021)

      “Se você for na rampa da Uerj, você vê o trem. Você vê a Mangueira, você vê as pessoas desembarcando do trem... E meu pai adorava ver aquilo antes do jogo. A gente chegava cedo e ficava vendo aquelas pessoas. [...]. E era aquele formigueiro humano desembarcando, as pessoas descendo dos trens, para ir para o jogo do Flamengo. Era o povão descendo dos trens. Aquela massa humana chegando, o Maraca ficando cheio. E depois que eu ganhei minha independência e passei a ir sozinho ao Maracanã, eu também fazia esse ritual de chegar ao Maracanã e ir para lá para ver o movimento do trem chegando e as pessoas desembarcando. Aquela festa, eu gostava de ver aquilo. ‘Hoje vai ter casa cheia’, ver a torcida do Flamengo chegando, entrando. E eu ficava ali um pouco antes do jogo, até a hora de pegar meu lugar na arquibancada, antes que ficasse muito cheio. Um ritual que o antigo Maracanã proporcionava.” (Lúcio de Castro, em depoimento ao Arquivo Nacional, 13 de julho de 2021)

    • A antiga estação Derby Club foi criada no final do século XIX para atender ao público que ia assistir às corridas de cavalo no hipódromo. Nas discussões anteriores à construção do Maracanã, a existência de uma estação ferroviária era um fator positivo em relação à proposta de localização do estádio em Jacarepaguá.

      Bilheteria da antiga estação Derby Club. Rio de Janeiro, maio de 1965. Correio da Manhã.

    • Chegando de carro. Além do transporte público, outra opção para ir ao Maracanã era utilizar seu próprio automóvel. Nos seus primeiros anos, o estádio possuía grandes áreas para estacionamento, acessíveis por quatro portões estreitos em que veículos e pedestres dividiam espaço. Mas como o Maracanã frequentemente recebia grandes públicos, não havia espaço para todos os carros no interior do estádio e muitos estacionavam nas ruas do entorno. Como meio de resolver esse problema, o governador do estado da Guanabara, Carlos Lacerda (1960-1965), inaugurou, em 1963, um estacionamento com capacidade para quinhentos carros.

      Carros e pedestres passam por um dos portões de acesso ao estádio. Rio de Janeiro, 22 de setembro de 1960. Correio da Manhã.

      “Quanto tinha muito carro na minha rua... Por exemplo, jogos da seleção brasileira, à noite... Eu era bem garoto, mas lembro que quando eu via muito carro na minha rua, eu pensava: ‘vai ter muito público’... Eram aquelas banheiras. Não havia carro nacional ainda, eram aqueles Chevrolet, Ford, aqueles carros... Quando minha rua ficava coalhada de carro, era sinal de que ia ter muito público no Maracanã.” (José Trajano, em depoimento ao Arquivo Nacional, 3 de junho de 2021)

    • Engarrafamento em um dos portões do Maracanã, enquanto torcedores tentam sair do estádio em seus automóveis. Como os portões eram estreitos, em dias de grande público o motorista chegava a levar trinta minutos para deixar o estádio.

      Fila de automóveis na saída do Maracanã. Rio de Janeiro, abril de 1956. Correio da Manhã.

    • Personagens para além das quatro linhas. O velho Maracanã foi o local de trabalho de milhares de profissionais do futebol, para além dos jogadores. Funcionários do estádio, jornalistas, fotógrafos, médicos, gandulas e muitos outros passaram pelo Maraca e deixaram sua contribuição para o espetáculo que se desenrolava dentro das quatro linhas. Um desses profissionais está mais próximo do que ocorre em campo e, de fato, tem impacto no jogo: o treinador.

      Um dos técnicos mais conhecidos do velho Maracanã foi Fleitas Solich. Nascido em Assunção, no Paraguai, Manuel Agustín Fleitas Solich (1900-1984) treinou quatro clubes brasileiros: Flamengo, Corinthians, Atlético-MG e Bahia. No rubro-negro carioca, ele venceu títulos importantes, com destaque para o tricampeonato carioca de 1953-54-55.

      Fleitas Solich entra em campo à frente do time do Flamengo campeão de 1953, em uma festividade realizada no Maracanã. Rio de Janeiro, 20 de janeiro de 1954. Correio da Manhã.

    • João Saldanha nos braços do povo. Um dos maiores personagens do futebol brasileiro, João Alves Jobim Saldanha (1917-1990) foi um craque em diferentes atividades. Após uma tentativa breve de jogar profissionalmente, formou-se em jornalismo e tornou-se um dos grandes nomes da crônica esportiva brasileira. O gaúcho de Alegrete, apelidado de João-Sem-Medo por Nelson Rodrigues, também se aventurou no trabalho de técnico. Treinou o Botafogo, em 1957, e a seleção brasileira, entre 4 de fevereiro de 1969 e 17 de março de 1970.

      João Saldanha é carregado nos ombros após sagrar-se campeão com o Botafogo batendo o Fluminense por 6 x 2, no Maracanã. Rio de Janeiro, 22 de dezembro de 1957. Correio da Manhã.

    • Os gandulas. Durante muito tempo, as equipes de gandulas do Maracanã eram formadas por crianças. Desempenhando uma função importante para o desenrolar das partidas, garotos e garotas ficavam ali, a poucos metros dos seus ídolos, mas com um trabalho a fazer: pegar as bolas que saíam das quatro linhas para que o jogo fosse reiniciado o mais rápido possível. Às vezes era difícil separar a paixão do trabalho. Muitos eram torcedores de um dos times em campo e em algumas ocasiões a emoção falava mais alto, como foi o caso da gandula Sonja Martinelli, de apenas 11 anos. Torcedora do Botafogo, ela ficou conhecida ao chorar em frente às câmeras de tevê em uma derrota do alvinegro para o Vasco em 1988.

      Gandula mirim do Maracanã observa um lance do jogo entre Flamengo e Portuguesa-RJ, vencido pelo rubro-negro por 2 a 1. Rio de Janeiro, 13 de julho de 1963. Correio da Manhã.

    • Socorrendo os contundidos. Eles estão lá, sempre prontos para socorrer um jogador que tem algum problema de saúde em campo. Os maqueiros são personagens importantes em qualquer jogo. Hoje, muitos estádios no Brasil e no mundo possuem carros elétricos, mas os maqueiros continuam sendo profissionais fundamentais na condução dos atletas para serem atendidos de forma mais apropriada fora de campo.

      Maqueiros conduzem o jogador Jairzinho, ao lado do médico Lídio Toledo, no jogo Botafogo 2 x 1 Vasco. Rio de Janeiro, 24 de maio de 1971. Correio da Manhã.

    • Por dentro do Maracanã. O acesso às instalações internas do estádio era um privilégio para poucos. Em décadas de história do velho Maracanã, milhões de torcedores passaram pelas arquibancadas, cadeiras e geral, mas não tiveram a oportunidade de caminhar e conhecer as dependências menos conhecidas do gigante de concreto.

      Ponto de acesso de autoridades, convidados, cadeiras especiais e profissionais de imprensa. Rio de Janeiro, fevereiro de 1970. Correio da Manhã.

    • Fotografando no Maracanã. Em uma época em que os jogos não eram televisionados com tanta frequência, os fotógrafos eram os maiores responsáveis pela popularização das imagens dos jogadores de futebol. Isso não era diferente no Maracanã. No dia seguinte às partidas, o resultado do trabalho desses profissionais estampava as primeiras páginas dos jornais que davam conta do que acontecera na véspera. No velho Maracanã, era permitido um grande número de fotógrafos à beira do campo, o que possibilitou os belos registros apresentados nesta exposição.

      Fotógrafos atuam no jogo Flamengo 0 x 2 Portuguesa de Desportos, pelo Torneio Rio-São Paulo. Rio de Janeiro, 28 de março de 1965. Correio da Manhã.

    • Muitos dos grandes momentos do velho Maracanã ficaram eternizados pelas lentes dos fotógrafos que trabalhavam no estádio.

      Fotógrafos aguardam o milésimo gol de Pelé, no jogo Vasco 1 x 2 Santos. Rio de Janeiro, 19 de novembro de 1969. Correio da Manhã.

    • Em décadas passadas, os jornalistas eram autorizados a entrar em campo após os jogos. Algumas vezes, isso ocorria até mesmo durante o jogo, como após o milésimo gol de Pelé. Como esses profissionais estavam frequentemente no gramado, podemos vê-los em várias fotos que registram o pós-jogo no velho Maracanã.

      O repórter Deni Menezes (à esquerda, ao microfone) trabalha após a partida entre Brasil e Peru. Rio de Janeiro, 9 de abril de 1969. Correio da Manhã.

    • “Ô seu juiz!”. Repórter indaga o árbitro sobre algum lance do jogo. As polêmicas de arbitragem vêm de longe...

      Apito final! Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, s.d. Correio da Manhã.

    • Detalhes do velho Maracanã
  • Sobre o acervo

    Módulo 1 – Nasce um gigante

    O gigante toma forma... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01269_008

    O estádio, seu nome e seu lugar... BR_RJANRIO_04_0_MAP_3007_005C

    Vizinho à Quinta da Boa Vista... BR_RJANRIO_4Q_0_MAP_0807_007G

    Evento no Derby Club... BR_RJANRIO_O2_0_FOT_0065_001

    Capa do programa da corrida... BR_RJANRIO_Q3_0_0_18_093

    O Maracanã e a cidade... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01272_012

    Os primeiros projetos... BR_RJANRIO_EH_0_FOT_PRP_01326_003

    Mário Rodrigues Filho e o Maracanã... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_14969_012

    O vereador Ary Barroso... BR_RJANRIO_EH_0_FOT_PPU_01319_002

    Carlos Lacerda no Maracanã... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01272_040

    A pedra fundamental... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_34958_077

    Presidente Dutra visita as obras no Maracanã... BR_RJANRIO_EH_0_FOT_PRP_04432_004

    O colosso toma forma... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01272_046

    Os trabalhadores do Maracanã... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01272_042

    A marquise apoiada em andaimes... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01272_025

    Lance do jogo-treino... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03579_010

    Homens trabalham na colocação das cadeiras... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01272_023

    Operários trabalham na instalação das cadeiras... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01272_031

    O Maracanã e as obras... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01272_024

    Presidente Dutra e prefeito Mendes de Moraes... BR_RJANRIO_EH_0_FOT_PRP_04482_002

    Didi, o autor do primeiro gol do Maracanã... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_19386_031

    O prefeito e o estádio... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_34958_023

    O Maracanã sem seu irmão menor... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01272_028

    Maracanã e seu lugar... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_05092_014

    Módulo 2 – Copa do Mundo de 1950

    Material gráfico em uma vitrine da loja Mesbla... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01682_054

    Menino segura o pôster oficial... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01682_005

    Cartão-postal de divulgação... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01682_006

    O garoto-propaganda... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01682_054

    O selecionado brasileiro posa para fotografia... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01682_033

    A cordialidade pré-jogo... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01682_028

    As autoridades no Maracanã... BR_RJANRIO_EH_0_FOT_PRP_04490_001

    O goleiro mexicano Antonio Carbajal... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03432_091

    A cordialidade pós-jogo... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03677_092

    Barbosa, Augusto e Juvenal posam para fotografia... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03581_022

    Lance do jogo entre Brasil e Iugoslávia... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01682_029

    Torcida brasileira comemora a vitória... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01682_055B

    Ingleses e chilenos no Maracanã... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01556_050

    O 7 a 1 sueco... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01682_031

    Sorrindo para o gol... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01682_044

    Os defensores do título... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03677_139

    A Fúria no Maracanã... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03677_068

    Barbosa salta e faz mais uma defesa... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01682_018

    A concentração em São Januário... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03581_060

    Os campeões... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03677_120

    Está chegando a hora da decisão... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03677_145

    Lance da partida entre Brasil e Uruguai... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01682_051

    Friaça marca o gol do Brasil contra o Uruguai... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01682_003

    Barbosa busca a bola no fundo das redes... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01682_049

    A seleção brasileira insiste... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03432_036

    O herói do título... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03677_143

    A festa dos campeões... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03677_141

    Gravura mostra o Monumento aos Campeões de 1958... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03671_011

    Módulo 3 – Rivalidades em campo

    Primeiro jogo entre Flamengo x Vasco no estádio... BR_RJANRIO_EH_0_FOT_EVE_06148

    Palmeiras na Copa Rio de 1951... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03313_027

    Fluminense na Copa Rio de 1952... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_19386_d0043

    Flamengo tricampeão contra o América... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01710_d0094

    Flamengo x São Cristóvão, maior goleada... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03213_004

    Bangu x Vasco em 1956... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01594_d0004

    Fluminense x Porto em 1956... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01611_d0001

    Torneio Início em 1957... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03517_018

    Bangu campeão do Torneio Início, 1964... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03517_043

    São Paulo x Rio de Janeiro... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03152_027

    Paulo Valentim e Castillo... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03196_023

    Fluminense x Olaria em 1957... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01598_d0005

    Fluminense campeão de 1959... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01556_d0553

    América campeão de 1960... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03124_d0068

    Jorge comemora gol do título... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03124_d0072

    Bangu x São Cristóvão... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01730_d0002

    Flamengo x Santos em 1961...BR_RJANRIO_PH_0_FOT_38422_039

    Vasco x Fluminense em 1962... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03286_039

    Santos x Boca Juniors, Libertadores de 1963... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03597_023

    Santos x Milan, Mundial de 1963... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03595_025

    Santos x Peñarol, Supercopa Sul-Americana de 1968... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_38422_d0646

    Fla-Flu histórico em 1963... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03217_129

    Fla-Flu de Castillo... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03217_059

    Vasco x Palmeiras, Rio-São Paulo de 1965... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_00792_007

    Botafogo x Fluminense, gol de Jairzinho... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03605_015

    Vasco, primeiro campeão da Taça Guanabara... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03605_021

    Bangu campeão de 1966... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01734_d0057

    Flamengo x Vasco de 1970... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03207_048

    Internacional x Flamengo em 1970... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03207_008

    Atlético Mineiro x Vasco em 1971... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03010_d0031

    Atlético Mineiro campeão brasileiro de 1971... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03357_003

    Pelé no Campeonato Brasileiro... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03010_d0320de0501

    Fla-Flu em 1972... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01560_d0300

    Flamengo x Atlético Mineiro, jogo beneficente em 1978... BR_RJANRIO_EH_0_FIL_BHO_0265

    Módulo 4 – O “Maraca” é do povo

    Um “mar de gente”... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_00776_d0004

    Torcida durante Brasil 4 x 0 México pela Copa de 1950... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01272_d0032

    Letras da música de Neguinho da Beija-Flor... BR_RJANRIO_TN_CPR_LMU_11391_d0001

    Jaime de Carvalho e a Charanga Rubro-Negra... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_00792_021

    Dois homens compram ingressos... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01272_038

    Homens e mulheres adquirem entradas... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01272_d0045

    Compra de ingressos em uma Kombi... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01272_013

    Venda de entradas na Central do Brasil... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01272_d0036

    Torcida do Botafogo... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_00852_d0119

    Flamenguistas na geral e nas cadeiras... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_00792_d0011

    Torcedor vibra na arquibancada... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01266_d0001

    Botafoguenses comemoram vitória... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_00793_d0015

    Torcedores se protegem do sol com a bandeira do Flamengo... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_00792

    Vascaínos na arquibancada... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_00775_d0003

    Geraldinos se protegem da chuva... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_14964_004 e BR_RJANRIO_TZ_27_4

    Tricolores nas arquibancadas... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03604_040

    Torcedores de diferentes classes sociais... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_00793_d0041

    Torcedores na geral do Maracanã... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_00793_d0011de0067

    Vascaínos com um bacalhau na geral... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_00852_d0098

    Jogadores e geraldinos... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01560_d0303de0306

    Geraldinos se protegem do sol com jornais... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_00793

    Torcedores debaixo de chuva forte... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_00793_d0063

    Pessoas conversam ao fundo, durante um jogo... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03217_138

    Tricolores jogam pó de arroz... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_00791_d0011

    Torcida rubro-negra canta nas arquibancadas... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_00792_007

    Festa vascaína nas arquibancadas... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_00793_d0028

    Botafoguenses festejam a entrada de seu time... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_00793_d0064de0067

    Santos x Milan, final do Mundial de 1963... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03414_042

    Módulo 5 – Seleção brasileira

    O Brasil no Maracanã... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03166_001

    A volta ao Maracanã... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03577_038

    “Zizinho foi o maestro”... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_49331_077

    Uma revanche de 1950?... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03118_007

    Caminhos para a Copa do Mundo... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03498_005

    Didi e o gol salvador... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01686_008

    Defendendo a classificação... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01686_016

    A seleção brasileira e o maior público do Maracanã... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_38422_307

    O gol decisivo para a Copa de 1970... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03445_010

    A rivalidade Brasil-Argentina na Copa Roca... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03119_008

    O Brasil contra os rivais da América do Sul... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03398_051

    Uma taça para comemorar a independência... BR_RJANRIO_EH_0_FIL_CJS_0053

    Depois da Copa, a Minicopa... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03209_092

    Celebrando a Copa do Mundo de 1958... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03133_010

    Julinho, o nome do jogo... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03385_021

    Lance do jogo Brasil 2 x 0 Inglaterra... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03445_011

    O Maracanã e as despedidas... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03009_017

    Gilmar despede-se da seleção... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03432_090

    Amistosos de preparação... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03445_033

    Lance do jogo Brasil 0 x 0 Paraguai... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03445_033

    Brasil enfrenta a Alemanha Ocidental... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03125_006

    O Brasil contra o mundo... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01574_003

    Jogos diplomáticos... BR_RJANRIO_EH_0_FOT_PRP_06682_009

    Jogos de solidariedade... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01685_009

    Lances do jogo entre Flamengo e a seleção brasileira... BR_RJANRIO_EH_0_FIL_BHO_173

    Brasil treina no Maracanã... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03385_006

    Por dentro do Maracanã... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01574_013

    Módulo 6 – Os artistas do espetáculo

    O primeiro gol de Pelé pela seleção brasileira... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03128_d0001de0007

    Pelé e Pepe posam para foto... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_38422_022

    Dida e Garrincha antes de Flamengo x Botafogo... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03140_007

    Puskas e Evaristo de Macedo... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03138_004

    Paulo Valentim... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01558_013

    Zizinho... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_49331_d0055

    Zizinho atuando pelo Bangu... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_49331_d0028

    Vavá e Zózimo... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01594_d0012

    Vavá marca um gol para o Vasco... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_47075_d0097

    Didi cobrando um pênalti... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01558

    Waldo... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_46569_013

    Garrincha contra o Flamengo... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_23198_106

    Zito e Garrincha... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01602_d0048de0071

    Bellini e Pinga... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03492_040

    O gol de placa de Pelé... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03283_068

    Gérson e Djalma Santos... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03217_071

    Barbosa... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03339_044

    Zagallo, Nilton Santos e Dida... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03453_040

    Dida... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_19384_040

    Carlos Alberto Torres e Jairzinho... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_26709_d0017

    Manga entrando em campo... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_31721_036

    Manga fazendo uma defesa... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_31721_d0016

    Paulo Borges e Tostão... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_46056_d0230

    A rainha Elizabeth II e Pelé... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_38422_201

    Quatro vascaínos marcam Pelé... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_38422_323

    Pelé marca seu milésimo gol... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_38422_d0348de0692

    Pelé salda a torcida após o gol... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_38422_d0344de0692

    Rivellino... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03010_d0012

    Doval domina a bola... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01560_d0286

    Roberto Dinamite marca para o Vasco... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03231_004

    A despedida de Pelé da seleção brasileira... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_38422_467

    Zico no início de carreira... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01607_d0007de0173

    Zico com a camisa nove... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_49300_001

    Tostão sendo apresentado à torcida do Vasco... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_46056_d0093

    Tostão em campo pelo Vasco... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01559_d0002

    Paulo César Caju com a camisa do Flamengo... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01560_d0082

    Dinamite durante um Flamengo x Vasco... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01559_d0137

    Garrincha estreando pelo Olaria, contra o Flamengo... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_23198_d0059

    Despedida de Garrincha pela seleção do Brasil... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_23198_d0153

    Filme mostrando a despedida de Garrincha... BR_RJANRIO_EH_0_FIL_BHO_0265

     Módulo 7 – Detalhes do velho Maracanã

    Os notáveis pilares externos... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01272_003

    A admirável arquibancada... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01266_033

    As cadeiras azuis... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01266_040

    A inesquecível geral... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01269_010

    Vista parcial das cadeiras azuis e da geral... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03347_040

    Vista parcial das cadeiras especiais... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01272_034

    Visão panorâmica dos três principais setores... BR_RJANRIO_EH_0_FOT_EVE_06148_004

    O gramado... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01272_047

    As traves de madeira... BR_RJANRIO_0_PH_FOT_03214_002

    Novas traves de ferro... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01269_009

    Retirada das balizas de ferro... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01272_021

    Remodelando o gramado... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01272_026

    A rede véu de noiva... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03010_299

    Bola “estufa” a rede véu de noiva... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01607_036

    A icônica marquise... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01594_053

    O fosso... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01272_002

    Os refletores... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03204_052

    As “cabines de rádio”... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03207_038

    Primeiro placar do Maracanã... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01611_001

    Antigo placar do Maracanã... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03120_014

    Placar luminoso do Maracanã... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03283_059

    Placar iluminado no jogo Botafogo 2 x 1 São Paulo... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03142_098

    Fotograma de cinejornal mostrando o placar eletrônico... BR_RJANRIO_EH_0_FIL_BHO_0265

    Os túneis de acesso... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01556_538

    O estádio do Maracanã visto do trem... BR_RJANRIO_EH_0_FOT_EVE_10791_029

    Bilheteria da antiga estação Derby Club... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_000590_112

    Carros e pedestres passam por um dos portões... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01556_305

    Engarrafamento em um dos portões do Maracanã... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01272_005

    Fleitas Solich entra em campo... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_43756_085

    João Saldanha é carregado nos ombros... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_40858_018

    Gandula mirim do Maracanã... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03217_136

    Maqueiros conduzem o jogador Jairzinho... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_26709_161

    Ponto de acesso de autoridades, convidados... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01272_043

    Fotografando no Maracanã... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03142_045

    Fotógrafos aguardam o milésimo gol de Pelé... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03534_086

    O repórter Deni Menezes... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03445_054

    Repórter indaga o árbitro... BR_RJANRIO_PH_0_FOT_03312_028

  • Ficha técnica

    Uma viagem pelas primeiras décadas do Maracanã. Este é o nosso convite para você que agora vai visitar a exposição virtual Histórias do Maracanã Antigo. A mostra foi desenvolvida ao longo do ano de 2021, com a curadoria dos historiadores Thiago Mourelle, supervisor da Equipe de Pesquisa do Arquivo Nacional, e Luiz Salgado Neto, da Assessoria de Comunicação Social da mesma instituição.

    Organizada em sete módulos, a exposição apresenta, através de 221 documentos do acervo do Arquivo Nacional, momentos importantes da história daquele que é considerado o grande templo do futebol brasileiro, inaugurado em 1950 para ser o palco principal da primeira Copa do Mundo realizada no país.

    A exposição conta o início da história do antigo “Maraca”, contemplando as décadas de 1950, 1960 e parte dos anos 1970. Nesse período, o estádio é bastante representado no acervo do jornal Correio da Manhã, doado ao Arquivo Nacional em 1975 e que contém a maior parte da iconografia aqui apresentada, embora haja documentos de diversos outros fundos arquivísticos.

    Nas legendas você encontra depoimentos de Juca Kfouri, José Trajano, Washington Rodrigues (“Apolinho”), Mauro Cezar Pereira e Lúcio de Castro, que relembram histórias e curiosidades vividas por eles enquanto frequentadores do antigo e lendário estádio.

    Prepare-se para viajar no tempo. Reviva conosco a antiga atmosfera do Maracanã que marcou diversas gerações de brasileiros, um estádio democrático que abraçava pessoas das mais diferentes classes sociais.

    Data: dezembro/2021

  • Créditos

    REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

    Presidente da República

    Jair Messias Bolsonaro

    Ministro da Justiça e Segurança Pública

    Anderson Torres

     

    ARQUIVO NACIONAL

    Diretor-geral

    Ricardo Borba d'Agua de Almeida Braga

    Coordenadora-geral de Acesso e Difusão Documental

    Patrícia Reis Longhi

    Coordenadora de Pesquisa, Educação e Difusão do Acervo

    Leticia dos Santos Grativol

    EXPOSIÇÃO

    Curadoria/Seleção de imagens/Textos e legendas

    Thiago Cavaliere Mourelle e Luiz Salgado Neto

    Edição de texto

    Mariana Simões

    Revisão

    Maria Cristina Martins

    Programação visual e tratamento de imagens

    Luciana Monteiro Peralva

    Edição do portal 

    Maria Elizabeth Brêa Monteiro

    Agradecimentos

    José Trajano | Juca Kfouri | Lúcio de Castro | Mauro Cezar Pereira | Washington Rodrigues

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