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Nasce um gigante

Era a primeira vez que o Brasil sediaria uma competição esportiva daquele porte.  Nações de diferentes continentes enviariam ao nosso país seus melhores jogadores para a disputa do IV Campeonato Mundial de Futebol. E para apresentar um belo espetáculo, era necessário ter um palco à altura. Assim que o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo de 1950, em agosto de 1946, surgiram propostas para a construção de um grande estádio no Rio de Janeiro, então capital da República.

Projetos para erguer uma praça de esportes no lugar onde hoje existe o Maracanã começaram a aparecer em meados da década de 1930. Nesse período, havia no terreno um antigo hipódromo, que pertencera ao Derby Club, agremiação de turfe criada em 1885 e que realizou corridas de cavalo no local até 1932.

O estádio a ser construído seria grandioso, moderno, seguindo as mais recentes tendências arquitetônicas internacionais – o símbolo de um Brasil que pretendia se apresentar como parte do “mundo civilizado” e trilhando o caminho do progresso.

No entanto, antes do projeto sair do papel, o Maracanã esteve envolto em polêmicas. Em primeiro lugar, havia aqueles que alegavam que o Brasil não deveria gastar dinheiro público para erguer um estádio de futebol. Contra essa visão, surgiu a figura do jornalista Mário Rodrigues Filho. Proprietário do Jornal dos Sports, o mais importante periódico esportivo do país, Mário Filho foi o principal defensor da construção. Sua relevância é tamanha para a história do Maracanã, que, após sua morte, em 1966, o então Estádio Municipal do Rio de Janeiro foi renomeado estádio Jornalista Mário Filho.

Outro ponto de divergências era o lugar onde o estádio deveria ser erguido. Para alguns, o local ideal era o terreno do Derby Club. Para outros, o bairro de Jacarepaguá. Entre os primeiros, destacaram-se Mário Filho e o compositor Ary Barroso, na época vereador no Rio de Janeiro. A segunda posição tinha como mais ardoroso defensor o vereador Carlos Lacerda, futuro governador do estado da Guanabara (1960-1965).

Após acalorados debates na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro e na imprensa, em 29 de outubro de 1947, foi aprovado o projeto relativo à construção do estádio no terreno do Derby Club.

A pedra fundamental foi lançada em 20 de janeiro de 1948 pelo prefeito Ângelo Mendes de Moraes (1947-1951) e, no dia 2 de agosto, as obras foram iniciadas. Em um ritmo frenético de trabalho, o gigante de concreto foi erguido em menos de dois anos. O “Colosso do Derby”, obra imponente e motivo de orgulho para os brasileiros, seria inaugurado, ainda inacabado, em 16 de junho de 1950, a oito dias da abertura da Copa do Mundo.

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