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A gênese do Império

O desligamento formal, em 1822, entre o governo instalado no Rio de Janeiro e aquele sediado em Lisboa, ambos nas mãos da mesma família, resultou de uma combinação de interesses: a instalação da estrutura administrativa e a alteração do pacto colonial, ocorridos em 1808, colocaram o Brasil em uma situação ambígua, e permitiram alianças em torno da idéia de independência.

Embora houvesse diferentes concepções de como seria a colônia após a ruptura, o interesse comum das elites brasileiras - a manutenção do escravismo - em muito contribuiu para que as forças se aglutinassem em torno de d. Pedro e da proposta de Brasil que ele representava: um Estado monárquico unificado.

Depois de um processo de independência que fragmentou a América espanhola, o Brasil viu-se cercado por repúblicas com as quais teria que disputar a integridade da ocupação territorial, herdada dos tempos da colônia. Acentuava-se a oposição latente entre as repúblicas sul-americanas e o Brasil, um Império dominado pela presença da escravidão. Essa oposição se materializa no conflito da Cisplatina, que culmina com a criação de um Estado independente, o atual Uruguai.

A aglutinação temporária em torno de d. Pedro e do projeto sustentado pela Corte não significou unanimidade. A dissolução da Assembléia pelo imperador e a outorga de uma Carta em detrimento da versão dos constituintes de 1823, reacenderam ânimos rebeldes em diversas províncias, em especial no Nordeste, onde eclode a Confederação do Equador em 1824. Na Corte, a animosidade contra o imperador se originava da sua insistência em manter alianças com os grupos lusitanos, ameaçando a autonomia brasileira e levando à sua retirada do país em 1831.

Até que o príncipe regente completasse a maioridade, uma regência ocuparia a chefia do Estado, dando início a um período dos mais violentos, marcado por instabilidade, alternância de regências e tentativas de permitir maior liberdade às províncias, descaracterizando o centralismo imposto por d. Pedro I. Tais experiências fracassaram, e as sangrentas revoltas ocorridas, em especial a Cabanagem e a Farroupilha, ameaçaram esfacelar o Estado e inspiraram receio mesmo entre os ditos liberais que haviam pressionado pela partida de d. Pedro I, fazendo brotar uma campanha pela maioridade antecipada do herdeiro da Coroa, que seria concedida aos 14 anos de idade.

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