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A fotografia francesa

Em 19 de agosto de 1839, portanto há 170 anos, as academias de ciências e artes francesas anunciaram ao mundo o advento do daguerreótipo, embora também Joseph Nicéphore Niépce tivesse alcançado o resultado. Como afirmaria Walter Benjamin, no clássico Pequena história da fotografia, "já se pressentia que a hora de sua invenção chegara". O objetivo era um só, fixar as imagens da camera obscura, conhecidas pelo menos desde Leonardo Da Vinci. Além da sua herança renascentista, a fotografia também descende cientificamente da ideia de registro e sistematização do conhecimento, dos gabinetes de curiosidades à Encyclopédie. De suas múltiplas identidades artística, científica ou documental, nasceria toda uma polêmica entre os intelectuais de seu tempo, entre eles, Charles Baudelaire.

O resultado do processo de Louis Jacques Daguerre era ainda único, gerava pequenas e caras joias suplantadas por novos processos e técnicas que se valiam do princípio negativo-positivo. A introdução do colódio úmido no início da década de 1850 difunde o retrato e pouco depois, em 1854, uma inundação de carte de visite, seu principal formato, derrama-se sobre indivíduos e famílias. É André Disdéri o responsável por esses pequenos cartões, em 6 x 9 cm e vinte francos a dúzia, que somente ele vende 2.400 por dia, imagens de indivíduos torturados naqueles cenários de cortinas, colunas gregas sobre o tapete, rigidez e seriedade. 

A Paris moderna, do II Império, vê exposições de fotografia acontecerem em paralelo às exposições industriais, enquanto proliferam os estúdios fotográficos na capital francesa ou em estações de férias, para onde se dirigem membros da nobreza brasileira, que circulam entre burgueses anônimos, artistas, escritores como Julio Verne e Victor Hugo, pelas lentes de Felix Nadar. No Brasil, guarda-se a inspiração francesa de fotógrafos de retratos e paisagens como Marc Ferrez.

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