Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página
Exposições

Estado Novo: 1937 - 1945

 

  • Apresentação

    O homem de Estado, quando as circunstâncias impõem uma decisão excepcional, de amplas repercussões e profundos efeitos na vida do País, acima das deliberações ordinárias da atividade governamental, não pode fugir ao dever de tomá-la, assumindo, perante a sua consciência e a consciência dos seus concidadãos, as responsabilidades inerentes à alta função que lhe foi delegada pela confiança Nacional.(...)

    A organização constitucional de 1934, vazada nos moldes clássicos do liberalismo e do sistema representativo, evidenciara falhas lamentáveis, sob esse e outros aspectos. A Constituição estava, evidentemente, antedatada em relação ao espírito do tempo. Destinava-se a uma realidade que deixara de existir. Conformada em princípios cuja validade não resistira ao abalo da crise mundial, expunha as instituições por ela mesma criadas à investida dos seus inimigos, com a agravante de enfraquecer e anemizar o poder público. (...)

    Quando as competições políticas ameaçam degenerar em guerra civil, é sinal de que o regime constitucional perdeu o seu valor prático, subsistindo, apenas, como abstração. A tanto havia chegado o País. A complicada máquina de que dispunha para governar-se não funcionava. Não existiam órgãos apropriados através dos quais pudesse exprimir os pronunciamentos da sua inteligência e os decretos da sua vontade.

    Restauremos a Nação na sua autoridade e liberdade de ação: na sua autoridade, dando-lhe os instrumentos de poder real e efetivo com que possa sobrepor-se às influências desagregadoras, internas ou externas; na sua liberdade, abrindo o plenário do julgamento nacional sobre os meios e os fins do Governo e deixando-a construir livremente a sua história e o seu destino.

    Com este discurso o presidente Getúlio Vargas justificava um golpe contra as instituições liberais e anunciava a instauração de um outro modelo de estado. Baseado em uma constituição inspirada em modelos fascistas, o Estado Novo só teria fim com a Segunda Grande Guerra. O período mudaria a face do Brasil e do estado brasileiro: a partir de então o país entrou de vez no caminho da industrialização, com intenso crescimento das cidades, regulamentação das relações de trabalho, investimento em áreas de base. O processo seria marcado pela forte intervenção estatal, que também se fez presente na área cultural.

    A repressão política, violentamente esmagando qualquer oposição, deixaria uma herança duradoura na vida política do país: o embrião de uma estrutura de vigilância e opressão dentro do estado brasileiro, sistematizando a utilização de prisões e porões como forma de combater as vozes dissonantes.

    Viviane Gouvea
    Curadora

  • Galerias

    • Antecedentes
    • Povo nas ruas
    • Revolucionários de 1930
    • O movimento de 1930
    • Panfleto da Aliança Nacional Libertadora
    • Câmara dos deputados reage
    • Levante de 1935
    • Apreensão de material
    • Passaportes falsos
    • Contestação
    • Antecedentes

      Revolução de 1930

      Forças revolucionárias na avenida Rio Branco após a derrubada do governo de Washington Luis. Rio de Janeiro, 1930

    • Povo nas ruas

      Povo celebra nas ruas o golpe de 1930. s.l, 24/10/1930

    • Revolucionários de 1930

      Grupo de revolucionários de 1930. Em primeiro plano, da esquerda para a direita: Virgilio de Melo Franco, Oswaldo Aranha, Getulio Vargas, Batista Luzardo, Florencio de Abreu, Alcides Etchegoyen. s.l; s.d

    • O movimento de 1930

      A derrota nas urnas da coligação Getúlio Vargas-João Pessoa, apoiada pela Aliança Liberal, para a candidatura oficial Julio Prestes-Vital Soares, indicados por Washington Luis, quebrando o acordo entre São Paulo e Minas Gerais, não foi pacificamente aceita pelos grupos que apoiavam a candidatura derrotada. Grupos de interesse ligados ao capital comercial e industrial, além de camadas urbanas que não mais se vinculavam à lógica da "eleição de cabresto" levada a cabo pelas oligarquias rurais questionam a vitória do candidato governista. O assassinato de João Pessoa, em julho de 1930, foi o estopim para o movimento e fez com que grupos e lideranças ainda indecisas apoiassem a causa e se integrassem ao movimento para derrubar o governo. 

      Em outubro, sob a liderança do então tenente-coronel Góis Monteiro e do político gaúcho Getúlio Vargas o movimento varre o país, depõe Washington Luis e em menos de um mês é vitorioso em todo o território brasileiro. Getúlio Vargas logo é nomeado o novo presidente da República, cargo que acabaria ocupando até 1945, quando outro golpe de estado irá derrubá-lo.

    • Panfleto da Aliança Nacional Libertadora

      convocando para comício em celebração ao aniversário do movimento tenentista. Rio de Janeiro, junho/ 1935

    • Câmara dos deputados reage

      Comunicado da Câmera dos Deputados solicitando que Vargas também feche a Ação Integralista Brasileira, já que determinara o encerramento das atividades da Aliança Nacional Libertadora. Rio de Janeiro, 21/11/1935

    • Levante de 1935

      Imagem ao fundo: Terceiro Regimento de Infantaria, na Praia Vermelha, em chamas durante o levante de novembro de 1935. Rio de Janeiro, 28/11/1935.

      Imagem menor: Membros da Junta Governativa de Natal dando entrada na Casa de Detenção após o fracasso do levante de 1935. Natal, nov/ 1935.

      Inserção:bilhete de Prestes determinando o início do levante, apreendido em 29/11/1935. s.l

    • Apreensão de material

      Material apreendido na residência de Eduardo Ribeiro Xavier, membro do Partido Comunista, após o levante de novembro de 1935. s.l nov/1935

    • Passaportes falsos

      Passaporte falso utilizado por Luiz Carlos Prestes e Olga Benário em sua entrada no Brasil. s.d

    • Contestação

      Superar a constituição da velha república oligárquica, datada de 1891, tornou-se prioritário para o novo regime. Eleições ganharam novas regras e o congresso promulgou a nova carta em 1934. Contudo, o cenário nacional continuava conturbado, sem dar sinais de alcançar estabilidade, ao contrário, consoante com o processo de radicalização política que se espalhava por quase todo o planeta - agitações sociais, greves, movimento sindical, uma explosão de demandas, nascentes ou represadas -, forneceu ao governo a justificativa para uma atuação mais autoritária.

      Duas organizações políticas despontam neste cenário de extremismos: a Ação Integralista Brasileira (AIB) - uma organização inspirada no fascismo - e a Aliança Nacional Libertadora (ANL). Esta última, uma coalizão de forças que buscava resistir às tendências autoritárias de Vargas, contava com a participação do Partido Comunista e concedeu a Luis Carlos Prestes, recém-retornado da Rússia, a presidência da agremiação. Fundada em inícios de 1935, a ANL passou apenas quatro meses na legalidade. A nova Lei de Segurança Nacional, emitida em julho de 1935, foi utilizada para proscrever a organização.

       

      Em novembro do mesmo ano uma revolta foi deflagrada em Natal, Recife e Rio de Janeiro. Embora a ANL tenha sido anunciada e acusada como promotora do levante, ele ocorreu de fato sob a liderança do Partido Comunista. Apesar de no Recife e no Rio o levante ter se limitado a uma "quartelada", rapidamente reprimida, em Natal instaurou-se um governo provisório que funcionaria por quatro dias, antes da sua derrubada e consequente prisão das lideranças.

      A tentativa de golpe foi mais um evento a ser utilizado por Vargas para o processo de limitação das liberdades civis e políticas que há tempos fazia parte do projeto de governo. A repressão que se seguiu ao levante comunista foi intensa e severa, facilitada pela decretação do estado de guerra em março de 1936, estado este que suprimia as garantias de todos e quaisquer cidadãos.A ameaça comunista continuou a ser utilizada para a intensificação do autoritarismo, que culminaria no golpe do Estado Novo, anunciado por Vargas em 10 de novembro de 1937. A divulgação de um suposto plano de derrubada do governo, arquitetado pelos comunistas, o Plano Cohen, deu ao projeto golpista em andamento há anos a sua chave de ouro: após o retorno ao estado de guerra (então suspenso), o presidente fecha o congresso e anuncia o começo de uma nova era, guiada por uma constituição elaborada no gabinete de Francisco Campos e que viria a ser conhecida, pela origem inspiradora, como a "polaca".

    • Antecedentes
    • Povo nas ruas
    • Revolucionários de 1930
    • O movimento de 1930
    • Panfleto da Aliança Nacional Libertadora
    • Câmara dos deputados reage
    • Levante de 1935
    • Apreensão de material
    • Passaportes falsos
    • Contestação
    • Estado Novo e Sociedade
    • Consolidação das Leis do Trabalho
    • Multidão no aniversário de Vargas
    • Visita em carro aberto
    • Dia do Trabalho
    • Comício em Porto Alegre
    • Conselho Nacional do Petróleo
    • Trabalhismo
    • Música para o povo
    • Portinari
    • Urbanismo
    • Transporte urbano
    • O presidente na Baixada
    • Um cangaceiro
    • Organização Internacional do Trabalho
    • Cultura e informação
    • Marcha para oeste
    • Estado Novo e Sociedade

      Carnaval

      Fevereiro de 1939. Rio de Janeiro.

    • Consolidação das Leis do Trabalho

      Primeira página da Consolidação das Leis do Trabalho, instrumento de regulamentação do trabalho e um dos pilares fundamentais da popularidade de Getúlio Vargas entre trabalhadores urbanos. Publicada no Rio de Janeiro, em 01/05/1943.

      Vargas fala ao povo da sacada do Palácio do Trabalho durante comemorações do Primeiro de Maio.

      Rio de Janeiro, 01/05/1939

    • Multidão no aniversário de Vargas

      Estudantes reúnem-se na escadaria do palácio Tiradentes para celebrar o aniversário de Getúlio Vargas.

      Rio de Janeiro, 19/04/42

    • Visita em carro aberto

      Vargas em visita a Porto Alegre.

      Porto Alegre, 15/10/1943

    • Dia do Trabalho

      Comemoração do dia do trabalho. A data passou a ser celebrada com pompa, em uma ostentação encenada de poder e popularidade do governo. Rio de Janeiro, maio/ 1939

    • Comício em Porto Alegre

      Sindicato de trabalhadores em carvão mineral marca presença no comício em homenagem a Getulio Vargas. Porto Alegre, s.d

    • Conselho Nacional do Petróleo

      Reunião do Conselho Nacional do Petróleo. Criado em 1939, o conselho representou um primeiro passo na política nacionalista de exploração do petróleo. O primeiro campo a produzir - Candeias - foi aberto em 1941.

      Rio de Janeiro, 10/01/1941

    • Trabalhismo

      Getúlio Vargas sustentou-se no poder, em grande medida, com o apoio das cidades. O intervencionismo estatal na economia colocou o país na rota da industrialização consistente, e este mesmo intervencionismo, na área do trabalho, regulamentou as relações coletivas e individuais, dando maior estabilidade ao trabalhador urbano, ao mesmo tempo em que esvaziava o movimento sindical.

      A publicação da Consolidação das Leis do Trabalho em 1943 unificou e sistematizou a legislação trabalhista no país. Integrando a ideia de "estado regulador" influenciado pelo corporativismo, a CLT tornou-se um escudo protetor ao trabalhador que ainda resiste às tentativas de desregulamentação e "liberalização" das relações de trabalho no Brasil. O alcance e a importância desta regulamentação permitiram, na época, sua intensa utilização como propaganda do regime. Não foi à toa que Getúlio acabou conhecido como "pai dos pobres": o trabalhador urbano e as classes médias se tornaram suportes fundamentais para o regime, que investia maciçamente em eventos coletivos e celebrações cívicas, propaganda impressa e radiofônica como meio de fortalecer a imagem do presidente e intensificar o envolvimento popular - daí a criação de vários órgãos ligados à imprensa e à cultura, como o Departamento de Imprensa e Propaganda.

    • Música para o povo

      Villa-Lobos, na foto com Getúlio Vargas, organizou, com o apoio deste, apresentações orfeônicas que reuniram multidões.

      Rio de Janeiro, 07/10/1945

    • Portinari

      Comissão presidida por Cândido Portinari entrega álbum a Getúlio Vargas. Durante o Estado Novo, Cândido Portinari recebeu uma série de comissões, incluindo os murais do edifício do Ministério da Cultura - Palácio Gustavo Capanema - no Rio de Janeiro.

      Rio de Janeiro, 18/07/1944

    • Urbanismo

      Inauguração do primeiro trecho da Presidente Vargas em 10/11/1944.

      Rio de Janeiro, 10/11/1944

    • Transporte urbano

      Inauguração dos trens elétricos na estação Central do Brasil.

      Rio de Janeiro, 1937

    • O presidente na Baixada

      Vargas conversa com operários na Baixada Fluminense.

      s.l; s.d

    • Um cangaceiro

      Getúlio Vargas e Antônio Silvino, ex-cangaceiro libertado do cárcere devido a um indulto especial do presidente.

      Petrópolis, s.d

    • Organização Internacional do Trabalho

      Delegação brasileira na Confederação Internacional do Trabalho, cúpula da OIT - Organização Internacional do Trabalho.

      Filadélfia, 1944

    • Cultura e informação

      A necessidade de maior sistematização da produção e difusão de informação e propaganda diretamente ligadas ao regime e direcionadas ao povo foi percebida pelos novos ocupantes do poder. O Departamento de Propaganda e Difusão Cultural, criado em 1937, daria lugar ao Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) já no período do Estado Novo, com a função de organizar e coordenar basicamente todos os setores relacionados à propaganda e também à produção cultural - nesse último caso, tanto como produtor ou organizador, como censor.

      Questões relacionadas à identidade brasileira e à cultura nacional tornaram-se caras ao regime, mesmo antes do golpe de 1937, o que explica a criação de órgãos como o Instituto Nacional do Livro, do Serviço do Patrimônio Histórico Nacional, do Instituto Nacional do Cinema Educativo. Explica também o incentivo a expressões tradicionais da cultura popular, como o samba, embora "adestrados" pelo estado: o samba do trabalhador era incentivado como forma de deslegitimar a imagem boêmia típica do samba da malandragem. 

      O dirigismo foi a marca da política cultural implementada sob o comando do ministro da educação Gustavo Capanema, que cercou-se de artistas e intelectuais do porte de Carlos Drummond de Andrade, Mario de Andrade, Heitor Villa Lobos, cujo envolvimento, fosse estrutural - através da ocupação de cargos - fosse pontual, explicitou a intenção de produzir uma cultura que fosse nacional, ao mesmo tempo que cerceada pelos objetivos oficiais.

    • Marcha para oeste

      Fundação de Xavantina, no Planalto Central, como parte do movimento de marcha para o oeste.

      Planalto Central, maio de 1944

    • Estado Novo e Sociedade
    • Consolidação das Leis do Trabalho
    • Multidão no aniversário de Vargas
    • Visita em carro aberto
    • Dia do Trabalho
    • Comício em Porto Alegre
    • Conselho Nacional do Petróleo
    • Trabalhismo
    • Música para o povo
    • Portinari
    • Urbanismo
    • Transporte urbano
    • O presidente na Baixada
    • Um cangaceiro
    • Organização Internacional do Trabalho
    • Cultura e informação
    • Marcha para oeste
    • Conspirações e articulações
    • Conspiração
    • Ministro do Exército
    • Julgamento de Prestes
    • Prisão de comunistas
    • O regime se fecha
    • Cerimônia cívica
    • Armas, política e cultura
    • Continuismo
    • Forças da repressão
    • Conspirações e articulações

      Integralistas

      Plínio Salgado (ao centro), líder máximo da Ação Integralista Brasileira, posa com militantes integralistas, os "camisas verde" s.l., s.d.
      Inserção: capa da Revista Anauê, Maio de 1935.

    • Conspiração

      Carta anônima alertando o chefe do Estado Maior das forças armadas Góis Monteiro sobre um possível golpe integralista. A tentativa de tomada de poder pela AIB acabaria por acontecer em 11 de maio de 1938, depois do qual ela acabou proscrita s.l; s.d

    • Ministro do Exército

      Vargas e seu ministro do exército, general Eurico Gaspar Dutra no Palácio do Catete, 23/10/1944

    • Julgamento de Prestes

      Prestes no Supremo Tribunal Militar em 1937.
      Rio de Janeiro, 1937

    • Prisão de comunistas

      Envio de militantes comunistas ao presídio de Ilha Grande.
      Novembro, 1938.

    • O regime se fecha

      Tanto o início como o fim do Estado Novo se deram através de golpes militares. Getúlio Vargas, embora civil, contava com maciço apoio dos setores militares, aglutinados em torno do general Góis Monteiro, chefe do Estado Maior do exército e um dos articuladores tanto do golpe que fechou o regime quanto daquele que iria derrubar Getúlio.


      Em 10 de novembro de 1937, Vargas anuncia o fechamento do Congresso e a outorga de uma nova constituição. Justificando o golpe com uma crise interna, supostamente agravada por uma conspiração comunista, e com a inadequação das instituições democráticas frente à cizânia que ameaçava tornar-se uma guerra civil, Vargas anunciava a necessidade de se impor um governo de exceção capaz de se colocar acima da luta de classes e dos interesses particularistas.


      A oposição ao regime acabou esmagada, recolhida às celas da polícia comandada por Filinto Müller. Embora os comunistas tenham sido os alvos principais da violenta repressão, os integralistas, apesar de teoricamente mais afinados com o regime, também foram colocados à margem da política, em especial depois da fracassada tentativa de golpe de maio de 1938.

    • Cerimônia cívica

      Cerimônia de homenagem aos mortos na chamada "intentona comunista" de 1935.
      Rio de Janeiro, novembro de 1944

    • Armas, política e cultura

      Getúlio Vargas, Gustavo Capanema e Góis Monteiro. s.l; s.d

    • Continuismo

      Carta anônima a Góis Monteiro, alertando sobre as articulações continuistas de Getulio Vargas.
      Rio de Janeiro, 03/02/1941

    • Forças da repressão

      O chefe de polícia do então Distrito Federal, Filinto Muller, e o ministro do exército, Eurico Gaspar Dutra, na sede da Polícia.
      Rio de Janeiro, maio/1938

    • Conspirações e articulações
    • Conspiração
    • Ministro do Exército
    • Julgamento de Prestes
    • Prisão de comunistas
    • O regime se fecha
    • Cerimônia cívica
    • Armas, política e cultura
    • Continuismo
    • Forças da repressão
     
     
    • Brasil e o mundo
    • Declaração de guerra
    • Segunda Guerra
    • Força Expedicionária
    • Alzira Vargas e pracinhas
    • Dois presidentes
    • Condecorações
    • Força Expedicionária Brasileira
    • Missão cultural
    • Conferência de São Francisco
    • Brasil e o mundo

      Convocação

      Pouco depois da declaração de guerra às potências do eixo, trabalhadores desfilam em apoio à decisão do governo.
      Rio de Janeiro, 03/09/1942.
      Inserção: cartaz convocando a população a colaborar com o esforço de guerra. S.l; 1942

    • Declaração de guerra

      Reunião ministerial no Catete para declaração de guerra ao eixo.
      Rio de Janeiro, abril/ 1944.

    • Segunda Guerra

      No final da década de 1930 a escalada de agressões a nações vizinhas levadas a cabo pela Alemanha de Hitler enfim encontra o previsível desfecho. No início de setembro de 1939, o Reino Unido e a França declaram guerra aberta à Alemanha, em resposta imediata à invasão da Polônia. Ao longo dos anos seguintes, o conflito acabaria por envolver países de todos os continentes em torno das duas alianças centrais: Alemanha, Itália e Japão em oposição a Reino Unido, França e, posteriormente, Estados Unidos e União Soviética.

      De início, Vargas estrategicamente manteve a neutralidade em relação ao conflito, atitude que marcara a política para comércio internacional durante toda a década de 1930, com a assinatura de tratados tanto com os EUA como com a Alemanha. Tanto por questões de política interna, como por razões econômicas, declarar qualquer tipo de apoio - mesmo nominal - de forma precipitada poderia acarretar prejuízos econômicos ou desgaste político para o governo. No entanto, a guerra acabou por se prolongar e não mais foi possível manter a distância. Em 1941 o Brasil assina um acordo de cooperação com o governo norte-americano segundo o qual seria permitida a instalação de bases militares no nordeste; por sua vez, o governo brasileiro receberia financiamento para a construção de sua primeira siderúrgica.

      Após o alinhamento brasileiro, e não havendo mais razões para poupar o país de agressões, submarinos alemães atingem navios brasileiros na costa do nordeste, o que levou Vargas a declarar guerra ao Eixo em agosto de 1942. Em julho de 1944 o primeiro escalão da Força Expedicionária Brasileira (FEB) foi enviado ao campo de batalha na Itália.
      A participação de tropas brasileiras na guerra acabou por permitir o fortalecimento das forças armadas. Reequipadas e com a moral em alta, seus altos escalões assumiriam uma posição mais ativa na condução da política nacional. Ao menos em um primeiro momento, o próprio governo viu seu prestígio aumentar. Vargas, contudo, pagaria um alto preço por ter entrado em um conflito internacional para defender sistemas democráticos com os quais lhe faltava identidade e sintonia.

    • Força Expedicionária

      Treinamento de soldados da FEB, s.l. s.d. Acima: Jornal noticia retorno de soldados brasileiros que lutaram na Itália.
      RJ, 17/09/1945.

    • Alzira Vargas e pracinhas

      Alzira Vargas e soldados da FEB. 09/1945

    • Dois presidentes

      O presidente norte-americano Franklin Roosevelt e Getúlio Vargas.
      Natal, fevereiro de 1943.

    • Condecorações

      Getúlio Vargas condecora aviadores norte-americanos durante a Segunda Guerra Mundial. s.l;
      11/08/1945

    • Força Expedicionária Brasileira

      A FEB foi concebida ainda em agosto de 1943, mas partiu para combate efetivo apenas em julho de 1944. Sua criação, aparentemente, foi confirmada após o encontro entre Getúlio Vargas e o presidente norte-americano Franklin Roosevelt nas bases militares em Natal, em fevereiro de 1943, a partir do qual teria sido garantido o apoio logístico e material às tropas brasileiras. Uma das razões para a demora no início das operações foi precisamente a necessidade de treinar oficiais brasileiros nas estratégias militares como as que compreendiam as forças norte-americanas.

      A FEB entrou em combate em setembro de 1944, no vale do rio Pó, Itália. Até o final da guerra, o Brasil enviaria ao teatro de guerra cerca de 25 mil homens, incluindo um contingente da Força Aérea Brasileira. Integradas ao V Exército Americano, as tropas tinham por missão manter o exército alemão na região sob pressão. Com o fim das hostilidades em maio de 1945, em junho o contingente foi oficialmente dissolvido.

    • Missão cultural

      A missão oficial do cineasta norte-americano Orson Welles, cuja visita em 1942 integrou a política de boa vizinhança de Franklin Roosevelt, seria a produção de imagens "típicas" do Brasil da Era Vargas. Principalmente recolher imagens do carnaval carioca que integrariam um documentário. Contudo, ao chegar ao Rio de Janeiro, Welles tomou conhecimento da jornada empreendida por três jangadeiros a partir do Ceará em direção à então capital federal, no intuito de atrair a atenção do presidente Vargas para suas condições de trabalho e de seus pares.

      O jovem cineasta tentou integrar a história ao seu documentário - que a essa altura já havia se desviado do projeto original -, mas um acidente trágico durante as filmagens tirou a vida de um dos jangadeiros. Welles jamais terminou o filme. Foto: O diretor do DIP Lourival Fontes apresenta Getúlio Vargas a várias personalidades norte-americanas, incluindo Orson Welles, s.l, s.d.

    • Conferência de São Francisco

      Delegação do Brasil na Conferência de São Francisco, que acabaria por criar a Organização das Nações Unidas.
      São Francisco, 1945

    • Brasil e o mundo
    • Declaração de guerra
    • Segunda Guerra
    • Força Expedicionária
    • Alzira Vargas e pracinhas
    • Dois presidentes
    • Condecorações
    • Força Expedicionária Brasileira
    • Missão cultural
    • Conferência de São Francisco
    • Fim de jogo
    • Apoio ao presidente
    • Comunistas
    • Grandes comícios
    • O fim do Estado Novo
    • Última foto
    • O Globo
    • Fim de jogo

      Diário de notícias

      O retorno à democracia começa a ser exigido.
      Rio de Janeiro, 23/02/1945

    • Apoio ao presidente

      Comício de apoio a Getúlio Vargas. S.l. 20/08/1945

    • Comunistas

      Manifestantes comunistas pedem a constituinte em 45.
      Rio de Janeiro, s.d

    • Grandes comícios

      Acima: Comício dos chamados "queremistas" no Largo da Carioca. Rio de Janeiro, 20/08/1945. Parte inferior: Comício festa pelo fim da Segunda Guerra Mundial e em apoio a Vargas.
      Rio de Janeiro, 07/05/1945

    • O fim do Estado Novo

      A participação do Brasil na Segunda Guerra ao lado dos países liberais e contra os governos totalitários mostrou-se um golpe fatal ao regime inaugurado em 1937. Se na época do golpe que o levou ao poder Getúlio Vargas contava com um ambiente internacional favorável (os extremismos a justificar o fechamento do regime e a ascensão de governos autoritários com os quais o governo brasileiro se identificava), em 1945 ocorria exatamente o oposto.

      Derrotadas a Alemanha de Hitler e a Itália de Mussolini, a existência de um regime autoritário no Brasil, que lutara justamente contra tais regimes, perdia a coerência, além de qualquer apoio internacional que pudesse ter em conjuntura diversa. Já no início de 1945 as forças que se colocavam contra o governo autoritário iniciaram uma campanha pela redemocratização. Tais forças receberam a adesão de antigos defensores do governo que, percebendo o seu desgaste, passaram a defender o encerramento daquele período. Vargas, um presidente que ainda não vira sua popularidade pessoal cair, viu-se pressionado a convocar eleições que dariam origem ao novo congresso encarregado de elaborar uma nova constituição.O presidente assumiu uma posição ambígua em relação às eleições. Não deixou claro se, atendendo ao clamor de segmentos urbanos que defendiam a continuidade do governo, embora sob os auspícios da democracia, aceitaria candidatar-se às eleições, ou se sairia de cena, deixando o cargo vago para o vencedor do pleito. Nesse ambiente surgiu o movimento continuísta chamado queremismo - "queremos constituinte com Getúlio" -, apoiado pelo anteriormente inimigo de Vargas, o Partido Comunista.

      A partir de agosto a campanha ganhou as ruas de várias cidades e Vargas, convencido de seu prestígio, deixou entrever que iria adotar a solução continuísta. Contudo, nos últimos dias de outubro, seus adversários articulam um golpe para derrubá-lo do poder, o que eventualmente acaba acontecendo pelas mãos dos mesmos generais que antes o apoiavam: Gaspar Dutra e Góis Monteiro.

    • Última foto

      Última foto de Vargas no Palácio do Catete antes da sua deposição em outubro de 1945.
      Rio de Janeiro, outubro de 1945

    • O Globo

      O Globo entrevista o presidente deposto.
      Rio de Janeiro, 30/10/1945

    • Fim de jogo
    • Apoio ao presidente
    • Comunistas
    • Grandes comícios
    • O fim do Estado Novo
    • Última foto
    • O Globo
  • Sobre as imagens

    Todas as imagens da exposição Estado Novo: 1937-1945 receberam tratamento digital de forma a garantir o conforto visual do visitante e foram igualmente editadas para compor a narrativa da exposição. Assim, as reproduções aqui exibidas foram mescladas, cortadas, tiveram cor alterada ou detalhes realçados e não correspondem aos tamanhos originais dos documentos.

     

    Todas as fotografias e a documentação escrita selecionadas para a exposição Estado Novo: 1937-1945 fazem parte do acervo do Arquivo Nacional. Elas pertencem aos fundos Correio da Manhã, Agência Nacional, Góis Monteiro, Santiago Dantas, Federação Brasileira para o Progresso Feminino, Bernardo Fernandes de Brito, Série Interior - Negócios Políticos.


    Antecedentes
    Revolução de 1930. PH.FOT 05725.118
    Povo nas ruas. PH.FOT 05725.058
    Revolucionários de 1930. PH FOT 18089.007
    Panfleto da Aliança Nacional Libertadora. AP 49 CAIXA 5
    Câmara dos deputados reage. IJJ4-76
    Levante de 1935: Terceiro regimento em chamas: PH FOT 5620.24; Membros da Junta Governativa: PH FOT 05620.006; bilhete de Prestes: PH.FOT 39357.035
    Apreensão de material. PH.FOT 05620.044
    Passaportes falsos. PH FOT 39357.040


    Estado Novo e Sociedade

    Carnaval. PH.FOT 00135.032
    Consolidação das Leis do Trabalho. DLE CLT; foto: PH FOT 18089.089
    Multidão no aniversário de Vargas. PH FOT 18089.057
    Visita em carro aberto. PH FOT 18089.081
    Dia do trabalho. EH.COC.P 0634.15
    Comício em Porto Alegre. PH FOT 18089.320
    Conselho Nacional do Petróleo. EH.COC.P-00062.2
    Música para o povo. EH.COC.P-00915.1
    Portinari. EH.COC.P-01165.2
    Urbanismo. EH.COC.P.1523.5
    O presidente na Baixada. PH FOT 18089.088
    Um cangaceiro. PH FOT 18089.104
    Organização Internacional do Trabalho. Q0.ADM,EVE.CNF,FOT 6
    Marcha para oeste. PH FOT 18089.207


    Conspirações e articulações

    Integralistas. Capa da revista: Q8 cx 1; foto: PH. FOT 14964.004
    Conspiração. IJJ4-76 (CX 1276)
    Ministro do Exército. EH.COC.P 1209.06
    Julgamento de Prestes. PH.FOT 39357.015
    Prisão de comunistas. PH.FOT 05620.007
    Cerimônia cívica. PH FOT 18089.167
    Armas, política e cultura. PH FOT 18089. 106
    Continuismo. IJJ4-76 (CX 1277)
    Forças da repressão. PH. FOT 35628.018


    Brasil e o mundo

    Convocação. Foto: PH FOT 18089.414. Cartaz: PH FOT 18089.006
    Declaração de guerra. EH.COC.P-00981.1
    Força Expedicionária. Soldados: PH.FOT 01531.142; jornal: O GLOBO 2A cx. 2
    Alzira Vargas e os pracinhas. PH.FOT 01531.177
    Dois presidentes. PH FOT 18089.328
    Condecorações. PH FOT 18089.204
    Missão cultural. EH.COC.P-00127.1
    Conferência de São Francisco. Q0 ADM,EVE.CNF,FOT 7.3


    Fim de jogo

    Diário de Notícias. 2A cx. 6
    Apoio ao presidente. EH.COC.P 1791.07
    Comunistas. PH FOT 03786.048
    Grandes comícios. EH.COC.P 1257.01 (parte inferior); PH.FOT 18089.212 (parte superior)
    Última foto. PH FOT 18089.205
    O Globo. O GLOBO 2A caixa. 2

  • Ficha Técnica

    A exposição Estado Novo foi concebida para o ambiente virtual e organizada ao longo de 2009.

  • Créditos

    Presidente da República
    Luiz Inácio Lula da Silva

    Ministra-Chefe da Casa Civil da Presidência da República
    Dilma Rousseff

    Secretária-Executiva da Casa Civil da Presidência da República
    Erenice Alves Guerra

    Diretor-Geral do Arquivo Nacional
    Jaime Antunes da Silva

    Coordenador-Geral de Acesso e Difusão Documental
    Maria Aparecida Silveira Torres

    Coordenador de Pesquisa e Difusão do Acervo
    Maria Elizabeth Brêa Monteiro

    Curadoria/ Textos e imagens
    Viviane Gouvea

    Revisão de textos
    Maria Rita Ferreira Aderaldo

    Programação visual
    Alzira Reis e Silva

    Digitalização de imagens
    Coordenação de Preservação do Acervo / Laboratório de Fotografia
    Mauro Domingues
    Flávio Lopes

    Agradecimentos
    Beatriz Moreira Monteiro - Coordenação de Documentos Escritos - Documentos Privados
    Denise de Morais Bastos - Coordenação de Pesquisa e Difusão do Acervo - Pesquisa
    Sérgio Miranda Lima — supervisor — e a equipe de documentação iconográfica – Coordenação de Documentos Audiovisuais e Cartográficos 

Fim do conteúdo da página