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Exposição

O mundo luso-brasileiro

 

  • Apresentação

    A idéia de um mundo luso-brasileiro evoca uma origem ibérica para a civilização que se ergueu nos trópicos, conectada ao Império ultramarino em sua totalidade. Chega-se de Portugal ao Brasil por meio das viagens e das cartas, mas também como destino histórico que, ao longo dos séculos da colonização, fez da América portuguesa sua principal possessão no século XVIII. Luso-brasileiro será também o projeto ilustrado que triunfa sobre as inconfidências. Essa associação toma forma com a chegada da Corte portuguesa ao Brasil, em 1808, vindo a ser chamada por d. Pedro de "nação luso-brasílica". Nos séculos seguintes, entre tantos processos de migração e trocas culturais, a escrita da história nos dois países engendra várias dimensões do luso-brasileiro.

    Registros da construção dessa história estão no Arquivo Nacional, criado no Império e que desde então guarda um acervo datado de fins do século XVI, gerado pela administração colonial, e que se complementaria com os arquivos vindos com a Corte e aqueles produzidos pelos órgãos do governo joanino. Dialoga com esses documentos a coleção de obras raras e a cartografia acumulada, bem como imagens fotográficas que, comportando a revolução técnica de seu tempo, atualizam esse universo temático.

    Cláudia Heynemann e Vivien Ishaq
    Curadoras

  • Galerias

    • Expansão marítima portuguesa
    • Torre de Belém, Portugal
    • Arte de navegar
    • Expansão marítima portuguesa
    • Reino de Portugal
    • Império - Expansão - Diu, Goa
    • Império - Expansão - Macau
    • Império - Expansão - Importação de Goa para o Rio de Janeiro
    • Império - Expansão - Exportação do Rio de Janeiro para Goa
    • Império - Expansão - Forte em Diu
    • Expansão marítima portuguesa

      Imagem de abertura

      Frente principal do edifício para o sul, que faz o centro na rua do Ouvidor. José da Silva Moniz, primeiro arquiteto dos Paços Reais, e encarregado das Obras Públicas por carta régia do príncipe regente.

      Rio de Janeiro, 1812.

    • Torre de Belém, Portugal

      Correio da Manhã, s.d.

    • Arte de navegar

      PIMENTEL, Manuel. Arte de navegar: em que se ensinam as regras práticas, e os modos de cartear e de graduar a balestilha por via de números, e muitos problemas úteis à navegação, e roteiro das viagens, e costas marítimas de Guiné...
      Lisboa: Oficina de Miguel Manescal da Costa, impressor do Santo Ofício, 1762.

    • Expansão marítima portuguesa

      A conquista da praça de Ceuta marca o início da expansão marítima portuguesa. Ainda que se pudesse recuar no tempo, é a partir de 1415 que esse movimento se consolida. Em guerra contra o Islã, após garantir o território a Coroa prossegue sua guerra no mar, escrevendo parte importante da história da expansão comercial européia. Saiba mais

      Mapa-múndi

      Mappe-monde qui represente les deux hemisphéres savoir celui de l'Orient et celui de l'Occident tirée des quatre cartes generales de feu M. le professeur Hosius, 1746.

    • Reino de Portugal

      Royaume de Portugal. Par P. Du-Val. Paris, 1686.

    • Império - Expansão - Diu, Goa

      No âmbito de um projeto de conversão de toda a Ásia, sob d. João V, e sobretudo na segunda metade do século XVIII, afirma-se a Congregação do Oratório, organizada em Portugal a partir de 1668 e que logo receberia proteção régia. Em franca oposição aos jesuítas recebe o reconhecimento por seu trabalho de expansão da cristandade. A presença dessa e de outras missões acentua-se com a expulsão da Companhia de Jesus, do Reino e das colônias, em 1759. 

      • Sé de Diu, Índia. Correio da Manhã, s.d.

       

      • Coleção dos vários documentos, das cartas, ordens, atestações, dos vice-reis e governadores deste Estado, dos arcebispos primares de Goa. Secretários. Cópia da carta do sereníssimo senhor rei d. Pedro II. Negócios de Portugal.

    • Império - Expansão - Macau

      Macau. Correio da Manhã, s.d.

       

      Foral, regalias e privilégios concedidos à cidade de Macau, na China. Lisboa, 10 de fevereiro de 1710. Negócios de Portugal.

    • Império - Expansão - Importação de Goa para o Rio de Janeiro

      Importação de Goa para o Rio de Janeiro. 1810. Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação.

    • Império - Expansão - Exportação do Rio de Janeiro para Goa

      Exportação do Rio de Janeiro para Goa. 1810. Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação.

    • Império - Expansão - Forte em Diu

      Forte em Diu. Correio da Manhã, s.d.

    • Expansão marítima portuguesa
    • Torre de Belém, Portugal
    • Arte de navegar
    • Expansão marítima portuguesa
    • Reino de Portugal
    • Império - Expansão - Diu, Goa
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    • Império - Expansão - Forte em Diu
    • O Brasil holandês e a Restauração de Portugal
    • Cartografia da América
    • Cartografia da América - detalhe de mapa
    • Vila Bela da Santíssima Trindade
    • Brasil holandês - Willem Piso
    • Maurício de Nassau
    • Brasil holandês - Kaspar Baerle
    • Antônio Vieira - História do Futuro
    • Antônio Vieira
    • Restauração de Portugal
    • História de Portugal Restaurado
    • Pirataria
    • O Brasil holandês e a Restauração de Portugal

      Império - Expansão & Escravismo

      Com a União Ibérica, Portugal domina o comércio e o litoral africano, tomando o lugar dos traficantes genoveses. Apesar da escravidão indígena ter sido utilizada nas atividades coloniais, a opção pela mão-de-obra escrava africana foi motivada, especialmente, pelos lucros proporcionados pelo tráfico atlântico integrante do sistema mercantilista de colonização. Assim, a escravidão africana foi largamente empregada no Nordeste açucareiro, área de agroexportação desde o século XVII, e na mineração do século XVIII. Desde o século XVI, o comércio negreiro torna-se o sustentáculo da economia do Império.

      Mapa das pessoas livres, escravos e casas de sobrais, térreas, cobertas de palha, e senzalas, de que se compõe a cidade de Benguela no ano de 1796. Negócios de Portugal.

      Detalhe de brasão de Portugal. PORTUGAL. LEIS, etc. Ordenações e leis do reino de Portugal confirmadas e estabelecidas pelo senhor rei d. JoãoIV, e agora impressas por mandado do muito alto e poderoso rei d. Pedro II. Lisboa: Real Mosteiro de S. Vicente dos Cônegos regulares de S. Agostinho com as licenças necessárias por Manoel Lopes Ferreyra, 1695.

      Alvará régio que proíbe passar negros para terras que não sejam dos reais domínios de Sua Majestade. Registrado na Provedoria da Real Fazenda do Rio de Janeiro, 17 de outubro de 1751. Secretaria de Estado do Brasil.

      Termo de fiança assinado por d. Miguel Antônio Melo dirigido a d. José Luís de Castro, conde de Resende, sobre transporte e comércio de escravos de Angola com os vice-reis. Vice-reinado.

    • Cartografia da América

      Na segunda metade do século XVIII, a assinatura do Tratado de Madri levou matemáticos, engenheiros e cartógrafos à delimitação de fronteiras entre Portugal e Espanha na América. Essas medidas já haviam sido tomadas nas primeiras décadas daquele século quando padres jesuítas italianos empreenderam a primeira viagem do gênero. Se em 1750 não se logrou uma demarcação definitiva, em 1777 o Tratado de Santo Idelfonso assinalou o fim das contendas em torno dos limites, calculados especialmente por portugueses, que procuravam reservar, assim, o conhecimento do território.

      Mapa L'Amérique divisée par grands états. Paris, 1783.

      Averiguação do plano para executar a demarcação da América na raia dos domínios de Portugal e Castela, correspondente à divisão do continente do Rio Grande de São Pedro, até o continente ou raia da capitania de São Paulo. Lisboa, 29 de agosto de 1780. Secretaria de Estado do Brasil.

      Relação dos instrumentos que recebeu Antônio Joaquim de Oliveira, capitão de mineiros do regimento de artilharia do Porto. S.l., 17 de setembro de 1774. Secretaria de Estado do Brasil.

    • Cartografia da América - detalhe de mapa

      Detalhe do mapa L' America secondo le ultime asservazioni. Diva né suoi stati principali. La parte del Nord Ovest dell' America é descrita secondo le scoperte fattevi dal capitan Cook. Roma, 1788.

    • Vila Bela da Santíssima Trindade

      Plano da Vila Bela da Santíssima Trindade, capital da capitania de Mato Grosso, 1789.

    • Brasil holandês - Willem Piso

      Há cerca de 350 anos encerrava-se o domínio holandês em Pernambuco, eternizado, sobretudo, pelo período de Nassau, contratado pela Companhia das Índias Ocidentais, nomeado governador em Pernambuco e que aqui permaneceu entre 1637 e 1644. A partir de 1624, com a invasão da Bahia, sucederam-se as lutas com os portugueses, que entre 1580 e 1640 formaram, sob a Coroa de Espanha, a União Ibérica. Expulsos da Bahia em 1625, os holandeses conquistariam Olinda em 1630, traçando seu domínio sobre toda a região compreendida entre o Ceará e o rio São Francisco.

       

      PISO, Willem. Historia naturalis brasiliae: auspicio et beneficio: Illustriss I Mauritii com. Nassau illius Provinciae et Maris summi Proefecti adornata: in quanon tantum plantae et animalia, set et indigenarum morbi, ingenia et mores. Lugdun: BATAVORUM, apud Franciscum Hackium; Amstelco dami: apud Lud. Elzevirium, 1648.

    • Maurício de Nassau

      "Com o conde Maurício de Nassau levantou-se no meio dos cajueiros o primeiro observatório astronômico da América; um jardim botânico e outro zoológico surgiram dentre os mangues; apareceram Piso e Marcgraf - os primeiros olhos de cientistas a estudarem sistematicamente os indígenas, as árvores, os bichos do Brasil; pastores da religião de Calvino pregando novas formas de cristianismo; Franz Post e Zacarias Wagner pintando casas de engenho, palhoças de negras com trouxas de roupa suja à cabeça, figuras de índios, de mestiços, de negras; Peter Post traçando os planos de uma grande cidade de sobrados altos e de canais profundos por onde se pudesse passear de canoa como na Holanda. Luxo e não apenas riqueza de diferenciação intelectual, artística, científica, religiosa.
      A exclusividade portuguesa e católica estava quebrada em Pernambuco...". Gilberto Freire, Sobrados e mocambos.

    • Brasil holandês - Kaspar Baerle

      Dos anos de convivência e confronto entre o Brasil português e o Brasil holandês, ficou, entre tantos vestígios, um acervo bibliográfico que corresponde a um amplo movimento editorial, de expansão e divulgação do conhecimento. Na Amsterdã do século XVII, observa-se a coincidência de autores e livreiros com a empresa colonial da Holanda. Desse grupo, Kaspar Baerle, por exemplo, escreveu uma história da expedição de Nassau a Pernambuco. Johannes de Laet, diretor da Companhia das Índias Ocidentais, e um estudioso, foi autor de uma história do Novo Mundo, editada em 1640. Isaak Commelin, livreiro e cronista, foi autor de uma história das viagens feitas pela Companhia e de um relato dos feitos do príncipe Frederico Henrique, versando também sobre o Brasil holandês.

      BAERLE, Kaspar Van. Rerum per octennium in Brasilia et alibi nuper gestarum sub praefectura illustrissimi comitis I Mauritii, Nassoviae, & C. comitis, nunc Vasaliae Gubernatoris e Equitatus Foederatorum Belgii Ordd. Amsterlodami: Ex. Typographeio Ioannis Blaeu, 1647.

    • Antônio Vieira - História do Futuro

      VIEIRA, Antônio, padre. História do futuro. Livro anteprimeiro, prolegômenos a toda a história do futuro, em que se declara o fim, e se provam os fundamentos dela. Matéria, verdade e utilidades da história do futuro. Lisboa Ocidental: Oficina de Antônio Pedrozo Gaham, 1718.

      BARROS, André de. Vida do apostólico padre Antônio Vieira da Companhia de Jesus.
      Lisboa: Nova Oficina Silviana, 1746

    • Antônio Vieira

      Antônio Vieira (1608-1697) nasceu em Lisboa, partindo para o Brasil em 1614. Aluno do Colégio dos Jesuítas na Bahia foi ordenado sacerdote, mestre em Artes e exerceu a função de pregador na Colônia, sendo posteriormente nomeado pregador régio. Em 1643, sob o reinado de d. João IV, é indicado para negociar a reconquista das colônias, enviado a missões em Haia, pronunciando-se sobre a venda de Pernambuco aos holandeses. Foi pregador no Maranhão, empenhando-se na obtenção de uma nova legislação sobre os índios.

      Acusado de pecados de heresia, Vieira foi preso pela Inquisição em 1665 e mantido em custódia até ser isentado pelo Papa em 1675. Um dos maiores autores da língua portuguesa, Vieira teve seus Sermões publicados, além de muitos outros escritos, entre eles Esperança de Portugal; o Livro anteprimeiro, prolegômeno a toda a história do futuro e Clavis Prophetarum (plano). Morreu na Bahia aos 89 anos.

    • Restauração de Portugal

      Em 1640, Portugal recuperou sua soberania, após 60 anos de dominação espanhola. Com a morte do rei d. Sebastião, em 1578, que não deixou herdeiros, a luta pelo trono português levou à invasão de Portugal por Felipe II, rei da Espanha, dando início à União Ibérica. Aclamado como rei libertador, d. João IV teve seu reinado marcado também pela expulsão definitiva dos holandeses do Nordeste brasileiro em 1654, além da criação da Companhia Geral do Comércio (1649) e do Tribunal da Relação da Bahia (1652), para assegurar a administração das riquezas coloniais e da justiça na América portuguesa. 

      D. João IV. SOUSA, Manuel de Faria e. Historia del reyno de Portugal: dividida en cinco partes que contienen en compendio, sus poblaciones, las entradas de las naciones, sus poblaciones, las entradas de las naciones setentrionales en el reyno, su descripcion, antigua y moderna... Amperes: Casa de Juan Lautista Verdussen, 1730.

    • História de Portugal Restaurado

      ERICEIRA, Luís de Meneses. História de Portugal restaurado. Lisboa: Oficina de João Galvão, 1679-1698.

    • Pirataria

      René Duguay-Trouin (1673-1736) comandou a invasão ao Rio de Janeiro em 12 de setembro de 1711, com 17 navios, 5.403 homens e 732 canhões, conseguindo tomar rapidamente a cidade. Diante da população em fuga, o corsário francês exigiu seiscentos mil cruzados para não destruir a cidade. Não dispondo dessa quantia, Francisco de Castro Morais, governador da cidade, ofereceu todo o ouro que os invasores obtivessem como butim, além de duzentos mil cruzados pagos pelo próprio governador, de caixas de açúcar e de todos os animais que conviessem às tropas. Uma devassa apontou a culpa do governador, mandado à prisão perpétua na Índia.

      Plan de la baye et de la ville de Rio de Janeiro. DUGUAY-TROUIN, René. Memoires de monsieur DuGuay-Trouin. S.l. 1740.

      Capitulação que o governador Francisco de Castro Morais ajustou com inimigos franceses nesta cidade. Rio de Janeiro, 11 de novembro de 1711. Secretaria de Estado do Brasil.

      Portugal disputou nos mares a garantia de seu Império, enfrentando a concorrência colonial de franceses, ingleses e holandeses. Se a costa do Brasil foi freqüentada desde o início da chegada dos portugueses, as diferentes configurações políticas européias também ditaram os ataques, como a União Ibérica e a Guerra de Sucessão Espanhola, fazendo com que se passasse dos holandeses aos franceses.

      Carta do governador de Macau, Vasco Luís Carneiro, ao Senado, acerca do aprisionamento da chalupa de Antônio Félix Machado por piratas.

      Macau, 7 de julho de 1793. Negócios de Portugal.

    • O Brasil holandês e a Restauração de Portugal
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    • Restauração de Portugal
    • História de Portugal Restaurado
    • Pirataria
    • Aldeias indígenas, Inconfidência e ideias ilustradas
    • Concessão de sesmarias
    • Mão-de-obra indígena
    • Aldeias indígenas
    • Índios na povoação de Platina, 1911
    • Índio
    • Projeto de chafariz atribuído a Aleijadinho
    • Descobrimento do ouro na serra dos Órgãos
    • Sentenças dadas aos réus da Conjuração de Minas Gerais
    • Sentença proferida contra os réus do levante e Conjuração de Minas Gerais
    • Ouro/Inconfidência
    • Sedição & Idéias sediciosas
    • Sedição & Idéias sediciosas - Raynal; Sociedade literária clandestina
    • Terremoto em Lisboa
    • Ilustração
    • Ideias ilustradas
    • Aldeias indígenas, Inconfidência e ideias ilustradas

      Terras

      Registro de sesmarias. 1594-1595. 1º Ofício de Notas do Rio de Janeiro, 1594-1595. Mapa do rincão de Pelotas situado na margem meridional do Rio Grande do Sul e compreendido entre o de Pelotas e o de Correntes. Porto Alegre, 12 de abril de 1781. Sesmarias. 
      Planta do terreno alagadiço demarcado para a sesmaria de Florêncio Mendes Pereira. Maranhão. 1817. Sesmarias.

    • Concessão de sesmarias

      Foi com o primeiro governador-geral, Tomé de Souza, que o regime de concessão de sesmarias, prevista em carta régia de 1530, começou a vigorar. As terras passaram a ser destinadas aos engenhos de açúcar ou outros estabelecimentos, sendo que muitas sesmarias nunca chegaram a ser ocupadas e exploradas.

      Conceder sesmarias era uma atribuição dos governadores e capitães-generais das capitanias, cuja posse dependia da confirmação régia, dependente, desde 1753, da medição e demarcação das terras. Em 1822 chegava ao fim o regime de concessão de sesmarias, valendo para a propriedade rural o apossamento de terras, até a Lei de Terras, de 1850.

    • Mão-de-obra indígena

      Detalhe do mapa America: Mappa generalis. Secundum legitimas projections stercographical regulas, relationes que recentissimas et observationes sociurú Acad. reg. Scque mentem D. I. M. Hasii M. P. P. in partes suas methodicas divisa nunc concin nata et delineata as Aug., 1746.

      Carta do rei d. Pedro II sobre a exploração de minas de prata e ferro em Sorocaba e sobre a necessidade de nelas se empregar a mão-de-obra indígena. Lisboa, 8 de fevereiro de 1687. Secretaria de Estado do Brasil.

    • Aldeias indígenas

      A política de fundação de aldeias indígenas no litoral brasileiro iniciou-se na segunda metade do século XVI e esteve associada, na maior parte dos casos, à ação missionária da Companhia de Jesus. O deslocamento dos índios de suas terras para a sua fixação nos aldeamentos, relativamente isolados dos núcleos urbanos, desarticulava as culturas indígenas, o que gerou, muitas vezes, a defesa armada de sua liberdade. A estratégia missionária enfrentou ainda a resistência dos colonos que queriam utilizar os índios como mão-de-obra cativa nas diversas atividades coloniais.

      Algumas leis tentaram regular a liberdade dos índios, como a de 30 de julho de 1609, que determinou a proibição de escravização indígena no Brasil, mas o cativeiro continuou a ser uma realidade na Colônia. A política indígena sofreu importante mudança com o estabelecimento do Diretório dos índios, em 1757-1758, substituindo o Regimento das missões, de 1686. Com o Diretório foi abolida a tutela religiosa das aldeias, as quais passaram a ser administradas por diretores leigos e os índios declarados vassalos livres da Coroa. Doravante, a questão indígena estaria submetida aos interesses econômicos da exploração colonial.

    • Índios na povoação de Platina, 1911

      Coleção Fotografias Avulsas.

    • Índio

      Jean de Léry (1534-1613), religioso huguenote, partiu para o Brasil em 1556 com um grupo de calvinistas. Tinha como destino a França Antártica, fundada um ano antes por Nicolas Durand de Villegagnon na baía de Guanabara. Depois de oito meses, em virtude da intolerância de Villegagnon, os protestantes deixaram a Colônia e Léry passou dois meses vivendo próximo aos índios tupinambás. Sua obra História de uma viagem à terra do Brasil foi um dos primeiros tratados da nascente etnografia moderna. Um de seus aspectos mais fascinantes é a descrição da flora e da fauna do Brasil, assim como da vida dos tupis. Foi a fonte para o ensaio Os canibais de Michel de Montaigne, no século XVI, e o livro de bolso do antropólogo Lévy-Strauss quando este desembarcou no Brasil.

      • LÉRY, Jean de. Historia navigationis in Brasiliam, qvae et America dicitvr qvae descritvr avtoris navigatio, quaeque in mari vidit memoriae prodenda. Villagagnonis, a nostris admodum alieni cum eorum linguae dialogo: Animalia etiam, arbores, atque herbae, reliquaque singularia & nobis penitus incognita Jean de Léry. Geneve: Evstathivm Vignon, 1586.

      • Lei sobre a liberdade do gentio da terra, 1609. Relação da Bahia.

    • Projeto de chafariz atribuído a Aleijadinho

      Projeto de chafariz atribuído a Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Vila Rica, 27 de abril de 1753.

    • Descobrimento do ouro na serra dos Órgãos

      Sobre o descobrimento do ouro na serra dos Órgãos. Rio de Janeiro, 8 de novembro de 1726. Secretaria de Estado do Brasil.

    • Sentenças dadas aos réus da Conjuração de Minas Gerais

      Correspondência do vice-rei d. José Luís de Castro, conde de Resende, para a Corte, comunicando as sentenças dadas aos réus da Conjuração de Minas Gerais. Rio de Janeiro, 29 de maio de 1792. Negócios de Portugal.

    • Sentença proferida contra os réus do levante e Conjuração de Minas Gerais

      18 de abril de 1792. Diversos códices - SDH.

    • Ouro/Inconfidência

      A atividade mineradora do século XVIII foi determinante para restaurar o erário régio após o fim da União Ibérica, em 1640. De todas as regiões da Colônia, as extrações auríferas de Minas Gerais eram inigualáveis e, em 1729, foram descobertos diamantes, tornando-a densamente povoada. Este novo mercado consumidor atraiu mercadores, artesãos, boticários e advogados, entre outros, constituindo uma formação urbana e um modelo de povoamento específico na América portuguesa. O declínio da exploração aurífera, a partir da segunda metade do século XVIII, acentuou as tensões sociais na região. O endividamento progressivo da capitania para com a Fazenda Real e a notícia da cobrança do valor mínimo devido, que deveria ser pago por meio de um imposto incidindo sobre cada indivíduo, intensificou o quadro crítico. A denúncia da existência de um levante contra a administração colonial foi o estopim para a prisão dos envolvidos.

      A declaração da sentença lida em abril de 1791, condenou à morte onze pessoas e outras sete para o exílio na África. Entre os condenados estavam proeminentes intelectuais luso-brasileiros, como Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Inácio de Alvarenga Peixoto, o cônego Luís Vieira da Silva. Todos os condenados à morte tiveram a pena comutada para degredo, à exceção do alferes Joaquim José da Silva Xavier. Tiradentes foi enforcado, decapitado e esquartejado no Rio de Janeiro, em 21 de abril de 1792.

    • Sedição & Idéias sediciosas

      O abade Raynal (1713-1796) foi ordenado padre jesuíta, tendo abandonado a Companhia de Jesus em 1748. Publicada em 1770, a Histoire philosophique et politique des etablissements et du commerce des europeens dans les deux Indes foi um grande sucesso em seu tempo, merecendo mais de trinta edições. Pelas idéias ali veiculadas, Raynal foi processado como autor de um livro que parecia destinado a sublevar os povos e cuja influência se fazia sentir entre os inconfidentes mineiros. Escrita com a colaboração incendiária de Denis Diderot, uma versão da Histoire..., formada pelos capítulos referentes à independência norte-americana, recebeu o título de Revolution de l'Amerique, título igualmente popular e presente em muitas bibliotecas dos letrados coloniais.

      RAYNAL, Guillaume Thomas François. Revolution de l'Amerique. Londres: Chez Lockier Davis, 1781.

      Criada originalmente em 1771 como Academia Científica do Rio de Janeiro, pelo marquês do Lavradio, e extinta em 1779, a Sociedade Literária do Rio de Janeiro renasce em 1786, sob a égide do vice-rei Luís de Vasconcelos e Sousa. Tendo à frente o poeta Manuel da Silva Alvarenga, acabaria por ser fechada em 1794 pelo então vice-rei conde de Resende. Suspeitos de apoio ao regime francês e de conspirarem contra a Coroa e a Igreja, os principais acusados, entre eles, Mariano José Pereira da Fonseca, futuro marquês de Maricá, ficaram presos pelo período de três anos.

      Relação dos livros apreendidos ao bacharel Mariano José Pereira da Fonseca. Rio de Janeiro, 20 de fevereiro de 1792. Diversos códices - SDH.

      Encyclopédie, ou Dictionnaire raisonné des sciences, des arts et des métiers, teve o seu primeiro tomo publicado em 1751. Dirigida por Denis Diderot e d'Alembert, a obra comporta, na primeira edição, em Paris, 35 volumes, concluídos em 1780. Um best-seller em seu tempo, foi considerada subversiva pelos censores do Antigo Regime, que a acusaram de "destruir a religião e inspirar a independência dos povos". Disposta em onze volumes, a Encyclopédie conta com 2.885 pranchas de desenhos que pretendiam revelar a arte dos ofícios, em um elogio da técnica. A edição da Encyclopédie reuniu alguns dos maiores representantes do pensamento moderno: Voltaire, Rousseau, Diderot e d'Alembert são os mais conhecidos entre os homens de letras que chegaram à América colonial por meio de suas idéias, mesclando os anseios de liberdade e conhecimento.

      Art d'ecrire. DIDEROT, Dennis et al. Encyclopédie, ou, Dictionnaire raisonné des sciences, des arts et métiers, par une societé de gens de lettres. Paris: Briasson, 1751-1780.

    • Sedição & Idéias sediciosas - Raynal; Sociedade literária clandestina

      RAYNAL, Guillaume Thomas François. Histoire philosophique et politique des etablissements et du commerce des europeens dans les deux Indes. Paris: Amble Costes et Cie., 1820-1821. Cópia da denúncia, que veio dar o frade José Bernardo da Silveira, membro de uma sociedade literária clandestina, enaltecedora das idéias francesas, ao vice-rei conde de Resende.

      Rio de Janeiro, 29 de dezembro de 1792.
      Negócios de Portugal.

    • Terremoto em Lisboa

      Lissabon, de Hooftftad van Portugal, door en Aardbeving verwoest den. 1 de novembro de 1755; Lisboa, capital de Portugal, destruída por um tremor de terra em 1º de novembro de 1755.
      Litogravura, 1755.

    • Ilustração

      Praça do Comércio, Lisboa. Correio da Manhã, s.d.

      Estatutos da Universidade de Coimbra. 
      Lisboa: Régia Oficina Tipográfica, 1773.

    • Ideias ilustradas

      Durante o reinado de d. João V (1706-1750) as idéias ilustradas começaram a penetrar em Portugal, sobretudo nos círculos formados por intelectuais em torno do conde de Ericeira. Mas foi no reinado de d. José I (1750-1777), com a atuação de seu principal ministro, Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782), depois marquês de Pombal, que a política portuguesa assumiu essas características. No plano econômico, Pombal estimulou o comércio colonial, dinamizou a expansão das manufaturas, incentivou os comerciantes de grande porte e criou o Erário Régio em 1761, centralizando ali todas as rendas do Reino. Foi o condutor da reconstrução da cidade de Lisboa, após o terremoto de 1755, segundo um planejamento urbanístico baseado em noções de racionalização e ordenação características do ideário ilustrado, enquanto dirigia o projeto de implantação do modelo absolutista, que deveria concentrar todo o poder na Coroa.

      A elaboração dos novos estatutos para a Universidade de Coimbra em 1772 - nos quais destacou-se a criação das faculdades de filosofia e de matemática, a valorização das ciências naturais e a criação de laboratórios, além da adoção do método experimental no currículo da medicina, entre outras reformas - pretendia banir do universo acadêmico conimbricense a escolástica e a filosofia aristotélica.

    • Aldeias indígenas, Inconfidência e ideias ilustradas
    • Concessão de sesmarias
    • Mão-de-obra indígena
    • Aldeias indígenas
    • Índios na povoação de Platina, 1911
    • Índio
    • Projeto de chafariz atribuído a Aleijadinho
    • Descobrimento do ouro na serra dos Órgãos
    • Sentenças dadas aos réus da Conjuração de Minas Gerais
    • Sentença proferida contra os réus do levante e Conjuração de Minas Gerais
    • Ouro/Inconfidência
    • Sedição & Idéias sediciosas
    • Sedição & Idéias sediciosas - Raynal; Sociedade literária clandestina
    • Terremoto em Lisboa
    • Ilustração
    • Ideias ilustradas
     
     
    • Marquês de Pombal e Período Joanino
    • Ciências da natureza
    • Marquês de Pombal/Expulsão dos Jesuítas
    • Extinção da Companhia de Jesus
    • Política pombalina
    • Período Joanino - Política continental, diplomacia
    • Período Joanino - A corte no Brasil
    • Período Joanino/Viajantes - Spix e Martius
    • Período Joanino/Viajantes - Rugendas
    • Período Joanino/Viajantes - Spix e Martius; Wied-Neuwied
    • Período Joanino/Debret no Rio de Janeiro
    • Sagração do Imperador
    • D. Pedro I
    • D. João VI
    • Marquês de Pombal e Período Joanino

      Ilustração / ciência

      Histoire Naturelle. DIDEROT, Dennis et al. Encyclopédie...

      Remessas de produtos naturais para o Jardim Botânico da Ajuda. Queluz, 30 de julho de 1784. Secretaria de Estado do Brasil.

       

      Remessas de produtos naturais feita pelo naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira para a Metrópole. Pará, 31 de janeiro de 1787. Negócios de Portugal.

       

    • Ciências da natureza

      As ciências da natureza dominam o século XVIII. É o mundo dos gabinetes de história natural, dos jardins botânicos, das coleções, das viagens. A história natural, o conhecimento extensivo da natureza, estruturado em sistemas, na nomenclatura ou na descrição, encontra um lugar relevante a partir da segunda metade do setecentos com o programa reformista pombalino, quando a reforma das instituições e o pacto colonial reafirmado promovem a sua valorização.

      Também são essenciais as viagens pelo interior dos continentes, cujo principal exemplo será a viagem filosófica de Alexandre Rodrigues Ferreira. Médico e naturalista nascido na Bahia em 1756, formado na Universidade de Coimbra reformada, ele viajou entre 1783 e 1792 pelas capitanias do Grão-Pará, Rio Negro, Mato Grosso e Cuiabá, participando de um projeto do governo português que incluiu o envio de outros naturalistas a Cabo Verde, Angola e Moçambique. Ferreira contou nessa difícil expedição com uma pequena equipe que incluía riscadores (desenhistas), um naturalista e um jardineiro. Em sua passagem pela capitania do Pará, procedeu a remessa de animais e plantas para a Metrópole, formando coleções que seriam analisadas e conservadas no Gabinete e Museu de História Natural da Ajuda.

    • Marquês de Pombal/Expulsão dos Jesuítas

      Detalhe do emblema da Companhia de Jesus. ACQUAVIVA, Cláudio. Regras da Companhia de Jesus. Évora: Manoel de Lyra, 1603.

      Carta a dom Antônio Álvares da Cunha, vice-rei do Brasil, em 23 de julho de 1766, sobre a prisão e expulsão dos jesuítas. Secretaria de Estado do Brasil.

    • Extinção da Companhia de Jesus

      Carta de lei do marquês de Pombal notificando a todos os domínios, pela qual se extingue a Companhia de Jesus. 9 de setembro de 1773. Diversos códices - SDH.

      Breve do santíssimo padre Clemente XIV pela qual se extingue e suprime a Companhia de Jesus. 1773. Diversos códices - SDH.

    • Política pombalina

      A consecução da política pombalina de fortalecimento do Estado português implicava a afirmação do poder do rei diante da alta aristocracia e da Igreja, vistos como poderes concorrentes ao da Coroa. O atentado fracassado a d. José I, ocorrido em 1758, deu a Pombal a oportunidade política para declarar a intervenção régia nos assuntos eclesiásticos. Foram executados em praça pública o duque de Aveiro, os marqueses de Távora e o conde de Atoguia, representantes de importantes famílias do Reino e acusados de participar do atentado ao rei. A Companhia de Jesus também foi acusada de envolvimento no regicídio fracassado e em 1759 foi expulsa de Portugal e de todo o Império ultramarino tendo todos os seus bens confiscados. Essa medida foi seguida pela França e pela Espanha conduzindo à extinção da Companhia, em 1773, pelo papa Clemente XIV. A Companhia de Jesus, fundada em 1540, por Inácio de Loyola, chegou ao Brasil em 1549, quando os primeiros jesuítas liderados por Manuel de Nóbrega integraram a comitiva de Tomé de Sousa, primeiro governador-geral.

      À Companhia coube a conversão dos indígenas à fé católica e a instalação de colégios, em diversas regiões, que se tornaram os principais núcleos de formação cultural da Colônia. Ao longo da colonização, a Companhia se tornou detentora de um vasto patrimônio composto por sesmarias, propriedades urbanas, fazendas de gado, engenhos de açúcar e escravos africanos. Com a expulsão dos jesuítas, o marquês de Pombal colocou em marcha uma série de medidas inspiradas, em parte, pelo ideário ilustrado, como a reforma do ensino.

    • Período Joanino - Política continental, diplomacia

      Durante a década de 1790, a política externa de Portugal foi marcada por conflitos armados contra a França e depois contra a Espanha, em 1801. A situação agravou-se com a aproximação entre a França napoleônica e a Espanha, o que levou d. Rodrigo de Sousa Coutinho, secretário da Marinha e do Ultramar, a preparar um plano de guerra contra a França, assim como a eventual transferência da sede da monarquia para o Brasil. A posição de Napoleão Bonaparte foi consolidada em parte da Europa levando-o a concentrar-se no inimigo inglês, que havia declarado guerra à França em 1793, e seu aliado luso. Em 1806, Napoleão ordenou o Bloqueio Continental que consistiu no fechamento de todos os portos europeus à Inglaterra. Em 1807, ocorreu a primeira invasão francesa em Portugal, quando a França exigiu de Portugal a declaração de guerra à Inglaterra, e o fechamento dos seus portos aos ingleses. Diante das notícias de que França e Espanha haviam assinado um tratado secreto definindo a partilha do território português, e da proximidade das tropas francesas de Lisboa, efetuou-se a partida da Corte, em 29 de novembro de 1808, para o Brasil.

      Selo do tratado de paz entre França e Portugal estabelecendo o fechamento dos portos portugueses na Europa aos navios da Inglaterra e fixando os limites entre a Guiana Francesa e o Brasil. Paris, 9 de outubro de 1801. Negócios de Portugal.

      Cópia da declaração de guerra do príncipe regente d. João a Napoleão Bonaparte e a todos os seus vassalos. Rio de Janeiro, 10 de junho de 1808. Mesa do Desembargo do Paço.

      Carta do príncipe regente d. João ao "cidadão primeiro cônsul" Bonaparte. Queluz, 13 de abril de 1801. Negócios de Portugal.

      Carta do marquês de Alorna aconselhando o príncipe d. João a sair de Portugal. Castelo Branco, 3 de maio de 1801. Negócios de Portugal.

    • Período Joanino - A corte no Brasil

      Foi na segunda metade do século XVIII e no início do XIX que surgiram projetos de jardins botânicos na Colônia. Além da aclimatação de plantas exóticas, eles eram voltados, sobretudo, para atender às demandas metropolitanas de plantas e sementes para Portugal. De fato, os hortos e jardins botânicos na Colônia conheceram poucas ocorrências até o final do século. Ainda assim, em 1772, com a criação da Academia Científica pelo marquês do Lavradio, existiu, por um curto espaço de tempo, um horto botânico no Rio de Janeiro. Em 1796, foi criado o horto público de São José, em Belém, na capitania do Pará, por algum tempo o único jardim botânico da América portuguesa. No início do século XIX, a atenção se volta também para o projeto de criação do jardim botânico da Bahia, localizado em Salvador, que, no entanto, não chegaria a se concretizar naquele período. Em 1808, com a chegada da Corte, foi criado na área do antigo engenho de Rodrigo de Freitas o Real Horto, atual Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

      Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Rodrigues. Rodrigues & Co. Rio de Janeiro [RJ]: [189-]. Coleção Fotografias Avulsas.

      Correspondência de d. Rodrigo de Sousa Coutinho para d. Fernando José de Portugal sobre o estabelecimento de um jardim botânico para uso do hospital militar. Rio de Janeiro, 2 de abril de 1808. Série Guerra.

    • Período Joanino/Viajantes - Spix e Martius

      O médico e botânico alemão Carl Friedrich von Martius (1794-1868) e o zoólogo Johan Baptist von Spix (1781-1826) foram indicados pelo rei da Baviera para fazerem parte da expedição científica que, em Viena, se incorporou à comitiva da arquiduquesa Leopoldina, permanecendo no Brasil de 1817 a 1820. Em cerca de três anos, esses dois pioneiros percorreram quase todo o território do país. Coligiram cerca de 30 mil exemplares - entre eles uma coleção de sete mil espécies e variedades vegetais, acompanhada de desenhos. De volta ao seu país, quando contava pouco mais de 26 anos, Martius projetou a publicação de uma grande obra, sobre toda a flora dessa parte do continente americano, intitulada Flora brasiliensis, trabalho monumental que começou a ser publicado em 1829 e cujos 130 capítulos levaram 66 anos para serem concluídos.

      Flora de Martius abrange 20 mil espécies brasileiras, das quais 5.939 eram novas para a ciência. Foi autor do livro Systema materiae medicae e de Vegetabilis brasiliensis, no qual relaciona 470 plantas medicinais no Brasil. Além dessas obras de cunho científico, Martius foi autor de estudos sobre a sociedade brasileira, como o tratado Como se deve escrever a história do Brasil, de 1842, com o qual venceu um concurso promovido pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

      Aves na lagoa junto ao São Francisco. SPIX, J. B. e VON MARTIUS, K. F. Ph. Reise in Brasilien...in den Jahren 1817 bis 1820... München: Gedruckt bei M. Lindauen, 1823-1831

    • Período Joanino/Viajantes - Rugendas

      Johann Moritz Rugendas (1802-1859) foi contratado como desenhista da missão científica do diplomata Georg Heinrich Langsdorff, o qual obtivera crédito do czar da Rússia para realizar no sertão brasileiro uma extensa viagem científica, que durou sete anos. Rugendas logo no início abandonou a expedição e passou a viajar por conta própria. Em 1835, publicou os cem desenhos produzidos na Voyage pittoresque dans le Brésil, e que obteve grande popularidade junto ao público europeu.

      Vista do Rio de Janeiro, tomada do Aqueduto. RUGENDAS, Johann Moritz. Voyage pittoresque dans le Brésil.
      Paris: Publie par Engelmann & cia, 1835.

    • Período Joanino/Viajantes - Spix e Martius; Wied-Neuwied

      Índio. SPIX, J. B. e VON MARTIUS, K. F. Ph. Reise in Brasilien... in den Jahren 1817 bis 1820... München: Gedruckt bei M. Lindauen, 1823-1831.

      Detalhe de ornamentos e utensílios dos Camacans. Maximilien Alexander Philipp, prinz von Wied-Neuwied. Voyage au Brésil: dans les années 1815, 1816 et 1817.
      Paris: Arthus Bertrand, Libraire, 1821-1822.

    • Período Joanino/Debret no Rio de Janeiro

      Em março de 1816, chegou ao Rio de Janeiro um grupo de artífices e artistas que ficaria conhecido como a Missão Artística Francesa. O objetivo era a fundação de uma Escola Real de Artes e Ofícios, firmada em decreto de agosto daquele ano, futuramente Academia Imperial de Belas Artes. Nesse tempo, que teria sido a nossa época das Luzes, artistas como Jean-Baptiste Debret (1768-1848) e Grandjean de Montigny (1776-1850) trabalharam na cidade em projetos como o da ornamentação do Rio de Janeiro, sede da monarquia portuguesa, para a aclamação de d. João VI como soberano do Reino Unido. Artista de inspiração neoclássica, Debret é considerado um dos artistas viajantes que melhor observou a sociedade colonial, expressando a dificuldade em aplicar o esquema neoclássico àquela realidade, nos quadros, desenhos e aquarelas produzidos até seu retorno a Paris em 1831. Lecionando pintura, tornou-se professor da Academia Imperial de Belas Artes em 1826. Como "pintor da Corte" produziu aquarelas da flora brasileira - algumas a pedido da imperatriz Leopoldina - e quadros como a aclamação de d. João VI e a coroação de d. Pedro I. Entre os anos 1834 e 1839, o Voyage pittoresque et historique au Brésil é publicado em três volumes pela casa Firmin Didot.

      Lista das pinturas feitas para a decoração do Arco do Triunfo, por Jean Baptiste Debret. Rio de Janeiro, s.d. Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação.

    • Sagração do Imperador

      Com a derrota de Napoleão e a realização do Congresso de Viena, o Brasil foi elevado a Reino em 1815. Em Portugal, os ingleses assumem o governo com amplos poderes. Em 1820, ocorreu a revolução liberal no Porto; em 1821, deu-se a Reunião das Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa, sendo formada uma assembléia composta pelos deputados eleitos que exigiu o regresso de d. João VI. A família real partiu do Rio de Janeiro em 3 de julho de 1821, acompanhada de cerca de quatro mil pessoas. Porém, o príncipe d. Pedro, herdeiro da Coroa de Portugal, ficou no Brasil, o que foi considerado inaceitável pelas Cortes, que ordenaram a volta do príncipe regente. Antes mesmo de desembarcar em Lisboa d. João VI jurou as bases da Constituição e em 1822 foi publicada a primeira Constituição liberal portuguesa. Naquele mesmo ano, recusando o retorno ao estatuto colonial, o Brasil separou-se da antiga Metrópole. No ano de 1825 houve o reconhecimento da Independência do Brasil por Portugal.

      Sagração do Imperador. DEBRET, Jean Baptiste. Voyage pittoresque et historique au Brésil, ou séjour d'un artiste français au Brésil, depuis 1816 jusqu'en 1831 inclusivement, époques de l'avénement et de l'abdication de S.M.D. Pedro 1er.

      Paris: Firmind Didot Fréres, 1834-1839. Vol. III, Pl.9.

    • D. Pedro I

      Proclamação do imperador d. Pedro I aos portugueses. Rio de Janeiro, 21 de outubro de 1822. Diversas caixas - SDH. Manifesto do príncipe regente d. Pedro, congratulando-se com a Assembléia Legislativa pelo passo histórico dado em favor do Brasil.

      S.d. Diversas caixas - SDH.

    • D. João VI

      João VI. Jean Baptiste Debret. Voyage pittoresque et historique au Brésil, ou Séjour d'un Artiste Français au Brésil, depuis 1816 jusqu'en 1831 inclusivement, epoques de l'avénement et de l'abdication de S.M. D. Pedro 1er.

      Paris: Firmind Didot Frères, 1834-1839.

    • Marquês de Pombal e Período Joanino
    • Ciências da natureza
    • Marquês de Pombal/Expulsão dos Jesuítas
    • Extinção da Companhia de Jesus
    • Política pombalina
    • Período Joanino - Política continental, diplomacia
    • Período Joanino - A corte no Brasil
    • Período Joanino/Viajantes - Spix e Martius
    • Período Joanino/Viajantes - Rugendas
    • Período Joanino/Viajantes - Spix e Martius; Wied-Neuwied
    • Período Joanino/Debret no Rio de Janeiro
    • Sagração do Imperador
    • D. Pedro I
    • D. João VI
  • Sobre as imagens

    Todas as imagens da exposição O mundo luso-brasileiro receberam tratamento digital de forma a garantir o conforto visual do visitante e foram igualmente editadas para compor a narrativa da exposição. Assim, as reproduções aqui exibidas foram mescladas, cortadas, tiveram cor alterada ou detalhes realçados e não correspondem aos tamanhos originais dos documentos.

     

    As imagens que compõem a exposição O mundo luso-brasileiro foram pesquisadas no acervo do Arquivo Nacional e selecionadas das coleções Obras Raras, Cartografia e também dos fundos Coleção de Fotografias Avulsas; Correio da Manhã; Diversas Caixas - SDH; Diversos Códices - SDH; Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação; Mesa do Desembargo do Paço; Negócios de Portugal; Relação da Bahia; Secretaria de Estado do Brasil; Série Guerra; Sesmarias; Vice-Reinado.

    A listagem abaixo correlaciona os títulos das imagens de cada sala da exposição com suas respectivas fontes.


    Expansão marítima portuguesa

    • Imagem de abertura: F2/MAP 373.
    • Torre de Belém: Correio da Manhã. PH/FOT/4950 (19).
    • Arte de Navegar: OR 1966 Bib 1762.
    • Mapa-múndi: F2/MAP 368.
    • Reino de Portugal: F2/MAP 305.
    • Império - Expansão 1
    Sé de Diu: Correio da Manhã. PH/FOT/2677(12)
    Coleção dos vários...: Negócios de Portugal, Secretaria de Estado do Ministério do Reino, 1707-1821, cx. 645, pct. 05.
    • Império - Expansão 2
    Macau: Correio da Manhã. PH/FOT/2677 (17).
    Foral, regalias...: Negócios de Portugal, Foral, regalias e privilégios concedidos à cidade de Macau, na China, 1596-1776, cód. 247.
    • Império - Expansão 3 e 4: Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação, Junta do Comércio. Importação e Exportação. Mapas de colônias portuguesas (Brasil e domínios) e de cônsules estrangeiros para Portugal, 1802-1822, cx. 448, pct. 1.
    • Império - Expansão 5: Correio da Manhã. PH/FOT/2677 (14).

     

    O Brasil holandês e a Restauração de Portugal

    • Império - Expansão & Escravismo
    Mapa das pessoas...: Negócios de Portugal, Secretaria de Estado do Ministério do Reino, 1788-1805, cx. 708, pct. 1.
    Detalhe...: OR 2096 Bib.
    Alvará...: Secretaria de Estado do Brasil, Correspondência de Santa Catarina sobre assuntos diversos, 1723-1808, cód. 107.
    Termo...: Vice-Reinado, Correspondência do governador de Angola com vice-reis, 1790-1807, cx. 502, pct. 10.
    • Cartografia da América 1
    Mapa...: F2/MAP 138.
    Averiguação...: Secretaria de Estado do Brasil, Correspondência da Corte com o vice-reinado, 1780-1780, cód. 67, vol. 08.
    Relação...: Secretaria de Estado do Brasil, Correspondência da Corte com o vice-reinado, 1769-1778, cód. 67, vol. 05.
    • Cartografia da América 2: F2/MAP 123.
    • Vila Bela da Santíssima Trindade: OG/MAP 110.
    • Brasil holandês 1: OR 2120 Bib
    • Brasil holandês 2: OR 2101 Bib
    • Antônio Vieira 1
    VIEIRA...: OR 1361 Bib 1718.
    BARROS...: OR 1036 Bib.
    • Restauração de Portugal 1: OR 1024 Bib.
    • Restauração de Portugal 2: OR 2028 Bib.
    • Pirataria
    Plan...: OR 0235 Bib 1740.
    Capitulação...: Secretaria de Estado do Brasil, Livro original de termos e homenagens, 1709-1788, cód. 11.
    Carta...: Negócios de Portugal, Secretaria de Estado do Ministério do Reino, 1785-1817, cx. 664, pct. 01.


    Aldeias indígenas, Inconfidência e idéias ilustradas

    • Terras 1
    Registro...: 1º. Ofício de Notas do Rio de Janeiro, Série Livros de Notas, 1594-1595, l.24.
    Mapa...: Sesmarias, BI 14.2.
    Planta...: Sesmarias, BI 6.60.
    • Mão-de-obra indígena
    Detalhe do mapa...: F2/MAP 350.
    Carta...: Secretaria de Estado do Brasil, Cartas régias, provisões, alvarás e avisos, 1686-1688, cód. 952, vol. 4.
    • Índios na povoação de Platina: Coleção de Fotografias Avulsas, O2/FOT 225 (2).
    • Índio
    LÉRY...: OR 1900 Bib.
    Lei...: Relação da Bahia, Livro dourado da Relação do Rio de Janeiro. Contém alvarás, provisões, títulos de carta e leis sobre vários objetos, 1534-1612, cód. 934.
    • Ouro/Inconfidência 1: MAP 1.G3.p20m.
    • Ouro/Inconfidência 2: Secretaria de Estado do Brasil, Correspondência ativa e passiva dos governadores do Rio de Janeiro com a Corte. Registro original, 1725-1730, cód. 80, vol. 02.
    • Ouro/Inconfidência 3: Negócios de Portugal, Correspondência do vice-reinado para a Corte. Original, 1792-1792, cód. 68, vol. 10; Diversos Códices - SDH.
    • Ouro/Inconfidência 4: Diversos Códices - SDH, cód. 5, vol. 9.
    • Sedição & Idéias sediciosas 1
    RAYNAL...: OR 1267 Bib.
    Relação...: Diversos Códices - SDH, Cartas, autos de inventário e mais documentos referentes a Mariano José da Fonseca (marquês de Maricá), 1794-1843, cód. 759, vol. 1.
    Art...: OR 1896 Bib.
    • Sedição & Idéias sediciosas 2
    RAYNAL...: OR 1757 Bib.
    Cópia...: Negócios de Portugal, Correspondência do vice-reinado para a Corte. Original, 1793-1794, cód. 68, vol. 11.
    • Terremoto em Lisboa: Itens Documentais, 1755. 68.2.
    • Ilustração 1
    Praça...: Correio da Manhã, PH/FOT/4950 (15).
    Estatutos...: OR 0030 Bib.

     

    Marquês de Pombal e Período Joanino

    • Ilustração/ciência 1
    Histoire...: OR 1896 Bib.
    Remessas...Ajuda: Secretaria de Estado do Brasil, Correspondência da Corte com o vice-reinado, 1784-1784, cód. 67, vol. 12.
    Remessas...Metrópole: Negócios de Portugal, Correspondência original dos governadores do Pará com a Corte. Cartas e anexos, 1787-1787, cód. 99, vol. 08.
    • Marquês de Pombal/Expulsão dos Jesuítas 1
    Detalhe...: OR 1929 Bib.
    Carta...: Secretaria de Estado do Brasil, Correspondência da Corte com o vice-reinado, 1766-1767, cód. 67, vol. 03.
    • Marquês de Pombal/Expulsão dos Jesuítas 2: Diversos códices - SDH, Documentos sobre a extinção dos Jesuítas, 1773-1801, cód. 794.
    • Período Joanino/Política continental, diplomacia
    Selo...: Negócios de Portugal, cód. 740.
    Cópia...: Mesa do Desembargo do Paço, Tribunal do Desembargo do Paço, 1808-18018, cx. 231, pct. 01.
    Carta...Bonaparte: Negócios de Portugal, Secretaria de Estado do Ministério do Reino, 1557-1768, cx. 728 A.
    Carta...Portugal: Negócios de Portugal, Secretaria de Estado do Ministério do Reino, 1724-1816, cx. 712, pct. 02.
    • Período Joanino/A corte no Brasil
    Jardim Botânico: Coleção de Fotografias Avulsas. O2/FOT 444(34).
    Correspondência...: Série Guerra, Hospitais, 1808-1816, IG6 1.
    • Período Joanino/Debret no Rio de Janeiro
    Lista...: Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas, e Navegação, Junta do Comércio. Receitas e despesas da Junta, 1816-1818, cx. 399, pct. 02.
    Vendedora...: OR 1909 Bib.
    • Período Joanino/Viajantes 1: OR 1710 Bib.
    • Período Joanino/Viajantes 2: OR 2119 Bib.
    • Período Joanino/Viajantes 3
    Índio: OR 1710 Bib.
    Detalhe...: OR 1753 Bib.
    • Sagração do Imperador: OR 2119 Bib.
    • D. Pedro I: Diversas Caixas - SDH, cx. 740, pct. 02.
    • D. João VI: OR 2119 Bib.

  • Ficha Técnica

    Exposição: O mundo luso-brasileiro
    Local: Arquivo Nacional - Sede
    Data: 2005
    A exposição foi remontada na sede do Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, de 26/08/2013 a 04/04/2014.

  • Créditos

    Presidente da República
    Luiz Inácio Lula da Silva

    Ministra-Chefe da Casa Civil da Presidência da República
    Dilma Vana Rousseff

    Secretária-Executiva da Casa Civil da Presidência da República
    Erenice Alves Guerra

    Diretor-Geral do Arquivo Nacional
    Jaime Antunes da Silva

    Coordenador-Geral de Acesso e Difusão Documental
    Alexandre Rodrigues

    Coordenador de Pesquisa e Difusão do Acervo
    Dalton José Alves

    Curadoria e textos
    Cláudia Beatriz Heynemann
    Vivien Ishaq

    Pesquisa
    Ana Carolina Eiras Coelho Soares
    Elaine Cristina Ferreira Duarte

    Revisão de texto
    José Cláudio da Silveira Mattar

    Design gráfico da exposição
    Sueli Araújo

    Produção de montagem
    Marcelo Camargo

    Digitalização de imagens
    Coordenação de Preservação do Acervo/Laboratório de fotografia
    Mauro Domingues
    Flávio Lopes

    Conservação e monitoramento ambiental
    Lucia Peralta
    Mônica Coeli

    Restauração de documentos
    Alice Nunes
    Alda Arcoverde de Freitas

    Estagiários
    Adroaldo Lira Freire, André Carvalho B. de Souza,
    Bruno Medeiros Pinheiro de Araújo, Cláudio Luiz Martins Reis Filho,
    Filipe Lemos Souza e Fernanda Salgado Biar

    Manipulação e plotagem de imagens
    Pixel Trade Ltda.

    Cenotécnica
    Clan Design

    Iluminação
    IRIS Montagem de Projetos de Iluminação Ltda.

    Agradecimentos especiais
    Alzira Reis
    Rosanda Ribeiro
    Claudia Miller

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