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Fotografia

A apresentação do daguerreótipo na França, em 1839, marco da emergência da fotografia, conduz a uma ruptura no modo como os indivíduos são representados e se dão a ver. Ao mesmo tempo em que rompe com os padrões de representação visual, tributários da pintura, fornecendo à imagem um estatuto técnico, a fotografia aponta para a singularidade de cada um, normatizando ainda comportamentos e condutas. Se o ano de 1841 dá início à produção dos retratos, é graças à carte de visite, patenteada por André Disdéri, que a fotografia se populariza, possibilitando que toda pessoa que se "prezasse" posasse para o seu retrato ao menos uma vez na vida.

Com seu custo acessível, os retratos deixam de ser exclusividade dos pintores; fotógrafos e estúdios proliferam também no Brasil. Em 1888, o Almanaque Laemmert registrava mais de trinta fotógrafos com endereço fixo na Corte, e em cidades como Salvador, Recife, Porto Alegre, São Paulo e Curitiba o número de fotógrafos também era expressivo. Boa parte desses profissionais era integrada por estrangeiros que fugiam da concorrência em seus países de origem. Outra prática comum era que os fotógrafos oferecessem seus serviços em cidades do interior, começando, naturalmente, pelos proprietários de terras.

A fotografia vai permitir assim que o retrato, até então restrito às paredes das residências mais abastadas, se reproduza e se difunda, ainda que se mantenha como um elemento sagrado, com os álbuns de família tendo como altar as salas das casas.

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