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A Corte de d. João VI

Aqui desembarcada a Corte, garante Sérgio Buarque de Holanda, não havia quem pensasse em ficar além do tempo suficiente para a derrota dos franceses, fato comemorado com luminárias e gala em 1811. Em novembro de 1807 e apenas quando as tropas do imperador dos franceses cruzam a fronteira da Espanha com Portugal, dá-se a cena no Arsenal de Marinha, permeada pelo caos ou pela serenidade conforme as descrições e alegorias. A esquadra britânica os aguarda fora da barra e descreve o início de uma longa trajetória na história do Império. Era a Revolução que em todo o continente europeu abalara o Antigo Regime e que parecia trazer enfim a remissão colonial, perspectiva lançada com a abertura dos portos e a posterior elevação do Brasil a Reino Unido.

D. João reina em um Rio de Janeiro pouco afeito à sede da Corte, cabendo ao intendente de Polícia imprimir civilidade à urbe e segurança à costa. Também surgem o Teatro São João e órgãos como o Real Erário e a jurisdição do físico-mor para as práticas médicas, entre outros. Eles serão responsáveis, além dos hábitos cortesãos, do incentivo ao comércio e às manufaturas, pela idéia de que as Luzes aqui haviam chegado. O Real Horto, instalado na área da lagoa de Tretas, abastecia-se então do jardim La Gabrielle, na Caiena ocupada por Portugal em 1809 e devolvida aos franceses em 1817.

É de um notável membro da Missão Artística Francesa, remunerada pelo Tesouro Nacional, o "pintor de história" Debret, a autoria das cenas que consolidaram nosso imaginário sobre a presença do rei aclamado na América e que, em 1821, parte com a sempre estrangeira Carlota.

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