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O Rio de Janeiro dos anos JK

Os anos JK foram de intensa efervescência na cidade do Rio de Janeiro, em parte motivada pela transferência da capital para Brasília, que dividiu opiniões e provocou intensos debates nos meios políticos e culturais. O momento era de otimismo econômico e de esperança em um prometido progresso trazido pela modernização tecnológica que contaminou todo o país, especialmente a (ainda) capital federal.

Consta nas pesquisas da época que boa parte da população do Rio apoiou a decisão do presidente de transferir a capital para o interior, embora muitos ainda vissem o empreendimento com descrédito e apontassem o crescente endividamento do país com pessimismo. Não foi diferente nos meios culturais. Ficou conhecida a rixa entre o dramaturgo Nelson Rodrigues e o poeta Carlos Drummond de Andrade, que em crônicas jornalísticas expressaram, respectivamente, seu fervor e desagrado em relação à ideia da mudança. Na música, os debates ficaram celebrizados nos sambas de Billy Branco, Não vou para Brasília, e de Ataulfo Alves, Samba em Brasília, contra e a favor da transferência para a novacap.

Mas nem tudo girava em torno da grandiosa e polêmica obra no planalto central; os anos 1950 foram fecundos entre a intelectualidade brasileira. Enquanto os intelectuais do Instituto Brasileiro de Estudos Superiores (ISEB) se ocupavam de formular teorias para o desenvolvimento e a modernização do país, os poetas e cronistas que "cantavam" o Rio em verso e prosa assistiam à tomada de assalto de uma nova geração de artistas: o pessoal da bossa nova, que propunha uma visão diferente da música brasileira, até então representada pelos grandes cantores e cantoras que se sagraram no rádio, entre sambas-canção e marchinhas de carnaval. A nova estética, em sintonia com a crescente penetração da cultura americana no Brasil, trazia elementos do jazz e criava um novo modo de se apresentar, com o banquinho e o violão, e contribuía decisivamente para o deslocamento da boemia carioca da tradicional Lapa para a bela Copacabana, que simboliza até hoje aqueles saudosos anos no imaginário carioca e do Brasil.

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