Ao preparar o escrete brasileiro para a Copa de 54, o técnico Zezé Moreira teve a preocupação em exacerbar nos jogadores a determinação e o amor à camisa, sentimentos que muitos consideraram ausentes na seleção de 50. Assim, na bagagem, os nossos jogadores levaram além de um novo uniforme - em que pela primeira vez aparecia a camisa amarela - a bandeira nacional, o hino decorado e os discursos patrióticos. Era como se saíssemos daqui para uma guerra e não para o campeonato mundial de futebol. Na delegação não faltaram também bons jogadores, alguns superiores aos de 50, como Djalma Santos, Pinheiro e Nilton Santos. No meio campo, Bauer estava no auge e Didi já era craque; além deles, também se destacavam os pontas Julinho e Rodrigues, o primeiro, genial.

Apesar disso tudo e das vitórias conquistadas nos dois primeiros jogos, o Brasil não resistiu à seleção húngara que chegara à Suíça com a fama de jogar o melhor futebol do mundo e que acabou consagrando Puskas, Kocsis, Hidegkutti e Boszik como figuras lendárias a despeito de terem perdido a final para a Alemanha, aliás, a maior surpresa registrada em uma final de Copa do Mundo. Os brasileiros que se despediram da competição de forma melancólica, numa partida com inúmeras brigas, buscaram mais uma vez os culpados. Dessa vez o vilão era o juiz da partida contra a Hungria, o inglês Ellis, acusado de favorecer nossos adversários, como parte de um plano comunista. De novo a nós só restaram as desculpas.

Local: Suíça

Campeão: Alemanha (RFA)

Classificação do Brasil: 6º lugar

Resultados do Brasil:

Brasil 5 x 0 México

Brasil 1 x 1 Iugoslávia

Brasil 2 x 4 Hungria

Jogadores: Castilho, Veludo, Cabeção, Djalma Santos, Pinheiro, Nilton Santos, Alfredo, Paulinho, Mauro, Brandãozinho, Bauer, Didi, Dequinha, Eli, Julinho, Baltazar, Pinga, Rodrigues, Humberto, Índio, Rubens, Maurinho

Técnico: Zezé Moreira