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Apresentação

Em 2 de setembro de 2018, um incêndio devastou o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, destruindo um legado único formado desde o século XIX por várias gerações de pesquisadores.

Esta proposta de exposição virtual visa preencher, pelo menos em parte, a lacuna deixada pela perda da coleção tapajônica da Fundação Brasil Central (FBC), que foi entregue ao Museu Nacional em 24 de janeiro 1955, com o propósito de torná-la disponível aos pesquisadores e ao público.

A coleção comprada pela Fundação Brasil Central, em maio de 1945, pertencia ao casal norte-americano Robert e Rose Brown, e era formada por “seis caixotes com cerâmica indígena, contendo todas as peças em pedaços, além de 42 já restauradas ou semirrestauradas”. As fotografias de cada peça restaurada integram o acervo da Fundação Brasil Central, sob a guarda da Superintendência Regional do Arquivo Nacional, em Brasília, assim como os documentos que contam a história da aquisição da coleção e seu posterior envio ao Museu Nacional.

As comunidades tradicionais e povos indígenas – dentre eles, ribeirinhos, beiradeiros, os Munduruku – que hoje vivem sobre os sítios arqueológicos da bacia do Tapajós, ou próximos a eles, compõem o panorama de ocupações humanas na bacia. Uma reflexão sobre o significado do patrimônio arqueológico para os povos da floresta torna-se necessária para que se busque a conservação adequada do patrimônio cultural e ambiental daquela região. Não fossem eles, o valor do conhecimento produzido acerca dos registros arqueológicos seria muito reduzido, e a possibilidade de que se conheça melhor a arqueologia da região se perderia.

Nessa perspectiva, a presente exposição, ao apresentar a totalidade das fotografias das referidas cerâmicas, permite, não só ao público e aos pesquisadores brasileiros e estrangeiros, mas também aos povos tradicionais, o acesso a esses registros fotográficos excepcionais, atualmente única e incontornável fonte de conhecimento sobre a complexa sociedade Tapajó, suas práticas sociais e sua concepção de universo, da natureza e do ser humano.

Curadoria

Maria Elizabeth Brêa Monteiro

Vivien Ishaq (in memoriam)

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