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Grandes personagens

Grandes personagens

Por décadas cantando no fio da navalha, na tênue linha entre a marginalidade gerada pelo preconceito e a glória das ruas e do reconhecimento artístico, a imagem do sambista oscilava entre a do malandro e a do trabalhador humilde. Música de raiz africana, expressão cultural principalmente dos negros brasileiros, apropriada pela indústria fonográfica e pelo poder público para compor a identidade nacional, ao longo dos anos trouxe para a luz dos palcos e para as listas das mais tocadas personagens de origem humilde a cantar a vida na favela. Incluiu ainda a voz da classe média, encantada com uma brasilidade ainda em processo de fabricação, disposta a acrescentar à manifestação mais popular a instrução musical erudita e a influência de outros ritmos.

No início do século XX, nomes do samba como Lamartine Babo, Sinhô e Pixinguinha ganhavam espaço nas ruas e palcos, musicando peças e revistas. Na Era de Ouro do Rádio, as grandes vozes ajudaram a popularizar o samba em todo o território nacional: Marlene e a Lata d’água na cabeça, Mário Lago cantando Amélia, a mulher de verdade, e Ary Barroso com o samba que se tornaria um hino informal do Brasil: Aquarela brasileira.

Músicos da geração pós-guerra, jovens – muitos de classe média – ávidos por conhecer a cultura nacional no que ela teria de mais original, voltaram-se para o samba e para velhos sambistas, incorporando-o aos seus estilos muito pessoais. A partir daí, novos sambistas pedem passagem: Beth Carvalho, Paulinho da Viola, Leci Brandão, Monarco... O samba continua a produzir, incansavelmente, artistas e vertentes variadas, até os dias de hoje.

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