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Exposição

A imprensa alternativa no acervo do Sistema Nacional de Informações 1964-1985

 

  • Apresentação

    Em abril de 1964, o golpe militar que depôs o presidente João Goulart (1961-1964) instaurou no Brasil um período ditatorial cuja justificativa era resolver a crise econômica e o clima subversivo dos anos anteriores, afastando da política os opositores desta nova ordem. Entre os militares das Forças Armadas, o anticomunismo era um sentimento comum. Evitar que o Brasil viesse a se tornar um país comunista passou a ser a principal preocupação, segundo a lógica da ideologia propugnada nos países ocidentais durante a Guerra Fria.


    Tal imaginário afligia também outras parcelas da sociedade brasileira pré-1964, angústia esta manifestada no protesto anticomunista conhecido como Marcha da Família com Deus pela Liberdade, contra a "baderna e a corrupção", ocorrido em 19 de março de 1964.

    Após o golpe militar, os sindicatos foram desorganizados. O movimento estudantil foi posto na ilegalidade no governo do general Castelo Branco e passaria a ser alvo de inúmeras medidas arbitrárias e violentas. O Partido Comunista Brasileiro (PCB), fundado em 1922, foi levado à clandestinidade e, pulverizado em inúmeras tendências e denominações, teve de se reestruturar para enfrentar a ditadura. Diante desta situação, a luta armada foi uma opção que mobilizou grupos como a Aliança Libertadora Nacional (ALN) e o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), estimulados pelo sucesso da Revolução Cubana.

    No dia seguinte à publicação do primeiro Ato Institucional, decretado em 9 de abril do mesmo ano, foi divulgada a primeira lista de cassados: entre os 102 nomes, estavam os de Luís Carlos Prestes, Leonel Brizola, Celso Furtado, dos ex-presidentes João Goulart e Jânio Quadros, além de 29 líderes sindicais e alguns oficiais das Forças Armadas. Este e os Atos Institucionais seguintes possibilitaram ao governo cassar direitos políticos e mandatos parlamentares; extinguir partidos políticos; estabelecer foro militar para civis acusados de crimes contra a segurança nacional; suspender a garantia do habeas corpuspara os acusados de crimes contra a segurança nacional, entre outras medidas repressivas.

    É nesse contexto que ganha força a imprensa alternativa no Brasil. Embora não seja resultado da Guerra Fria - pois sua existência é anterior àquele período, datando do século XIX -, tampouco um fenômeno restrito a regimes autoritários - haja vista seu desenvolvimento nos Estados Unidos e na França no esteio do movimento de contracultura -, é no final dos anos 1960 que os jornais alternativos proliferam.

    Também conhecida como imprensa nanicaimprensa políticajornalismo opinativoimprensa contra-hegemônica, a imprensa alternativa floresceu durante o regime militar devido a uma confluência de fatores, como a busca de jornalistas e pensadores por espaços onde pudessem divulgar livremente suas opiniões, longe da censura e repressão governamental. Além disso, houve a necessidade, por parte de movimentos e organizações de esquerda, de canais de expressão fora do bloqueio estatal que ligassem pessoas com perspectivas políticas em comum. Assim, os jornais e revistas alternativos foram, ao mesmo tempo, mecanismos de resistência e meios para que órgãos e partidos de esquerda, na clandestinidade, pudessem veicular e divulgar seus ideários.

    Marcadamente contra o regime militar, o milagre econômico e a censura sistêmica imposta aos meios de comunicações, a imprensa nanica também abordava em suas páginas questões de direitos humanos - como as práticas de tortura impostas aos opositores do governo, os direitos das mulheres, os movimentos negro e gay. Os tabloides de humor e as charges e caricaturas nos jornais serviram como instrumentos eficazes de crítica aos militares e seus apoiadores.

    Não obstante, assim como a militância política, fazer imprensa alternativa no Brasil era uma atividade de risco. O governo impôs restrições para a livre expressão de manifestação do pensamento e da informação, regulamentadas pela Constituição de 1967 (artigo 8º, § 8º), pela Lei de Imprensa (lei nº 5.250, de 9 de fevereiro de 1967) e pela Lei de Segurança Nacional (decreto-lei nº 898/69, artigo 16). Os jornais e jornalistas que publicassem matérias contrárias à moral e aos bons costumes, ou fizessem propaganda de guerra, de subversão da ordem, preconceitos de religião, raça ou classe, estavam sujeitos a penas de detenção e multas.

    A exposição virtual a seguir pretende mostrar ao público uma parcela da história da imprensa alternativa durante o regime militar, apresentando a pluralidade temática e a estética dos jornais e revistas criados, bem como a repressão que sofreram nas mãos dos órgãos de segurança e informações governamentais e pelos movimentos anticomunistas. Com base nos jornais apreendidos pelo Serviço Nacional de Informações (SNI), a exposição está estruturada em três módulos: em sua primeira seção, apresenta a formação da imprensa alternativa, os artigos e reportagens com críticas ao governo e ao milagre econômico e o humor como arma política. O segundo módulo traz imagens dos jornais alternativos centrados na crítica ao moralismo e voltados para as temáticas sociais - o índio, o negro, as mulheres, a sexualidade. Por fim, o terceiro módulo apresenta a luta da imprensa contra-hegemônica pela defesa dos direitos humanos, pela anistia e pela instalação de uma assembleia constituinte; mostra também os atentados que muitos jornais e pontos de venda sofreram de grupos militares e anticomunistas.

    Pablo Franco
    Curador

  • Galerias

    • Política e humor nos alternativos
    • Capa do Pasquim
    • Pasquim
    • Charges no Coojornal
    • Hora do Povo
    • Boca do Inferno
    • Lampião
    • Coojornal
    • Assinaturas e anunciantes
    • Anunciantes da imprensa alternativa
    • Existência e sobrevivência dos jornais alternativos
    • Arrecadação de verbas
    • Capa do jornal Movimento
    • Ensaios populares - Movimento
    • Capa da edição zero do jornal Em Tempo
    • Tribuna da Luta Operária
    • Custo de vida dos trabalhadores
    • Alvo preferencial
    • Crítica à política econômica
    • Voz da Unidade
    • Órgão de divulgação do PCB
    • Capa da revista Atenção
    • Política e humor nos alternativos

      O regime militar instalado em 1964 teve como uma de suas preocupações centrais o controle da manifestação do pensamento e da informação. Para tanto, instituiu mecanismos de restrição, como a Lei de Imprensa. Outorgada pelo regime militar em 1967, a lei instituiu restrições à prática jornalística, proibindo, por exemplo, a publicação de artigos e reportagens que incitassem a subversão da ordem, incentivassem o preconceito religioso, racial ou entre classes sociais, ou que ofendessem a moral pública e os bons costumes. Por sua vez, a Lei de Segurança Nacional (decreto-lei nº 898/69), em seu artigo 16, estabelecia que a divulgação, em qualquer meio de comunicação social, de notícias falsas, tendenciosas, ou de um fato verdadeiro de maneira truncada ou deturpada para indispor o povo contra a autoridade do Estado, era crime, com pena de seis meses a dois anos de detenção. É neste contexto que se desenvolve a imprensa alternativa. Saiba mais
    • Capa do Pasquim

      Pasquim foi classificado pelo SNI como periódico da imprensa nanica, cujos artigos frequentemente continham ofensas morais a autoridades. Publicado semanalmente a partir de junho de 1969, Pasquim fez do deboche e da sátira suas grandes armas contra o comportamento burguês e o regime militar. 

      Pasquim, capa, n. 584, de 5 a 11/9/1980. SNI

    • Pasquim

      Artigo de Félix de Athayde no Pasquim, edição nº 584, considerando o governo Figueiredo como um dos culpados pelos atentados das organizações de direita. De acordo com o SNI, a linha editorial do Pasquim era contestatória, procurando influenciar a opinião pública contra o governo federal e seus representantes. 

      Pasquim, página 15, n. 584, de 5 a 11/9/1980. SNI

    • Charges no Coojornal

      Charges sobre o custo de vida e a economia brasileira no Coojornal. Pelo seu estilo zombeteiro, seu alcance e por utilizarem metáforas simples, as charges e caricaturas eram um modo eficaz de crítica social. 

      Coojornal, página 31, n. 16, maio 1977. SNI

    • Hora do Povo

      O cartum editorial era recorrente em diversos jornais alternativos, uma vez que as charges e caricaturas reforçavam a posição política do jornal. As caricaturas acima criticavam o discurso do governo Figueiredo, a política imperialista norte-americana e a atuação policial na repressão a sindicalistas e ao movimento grevista. 

      Hora do Povo, contracapa,  n. 35, de 2 a 9/5/1980. SNI

    • Boca do Inferno

      Charges de Henfil sobre o preço do açúcar, Emerson Fittipaldi e sua equipe de Fórmula 1 Escuderia Fittipaldi (também conhecida como Copersucar). O alternativo baiano Boca do Inferno também publicava o cartum editorial, feito por artistas como Laerte e Henfil. O jornal, com tiragem inicial de dez mil exemplares, existiu entre os meses de julho e outubro de 1976, tendo somente três edições. Aproximadamente 50% dos jornais alternativos criados durante o regime militar não duraram mais de um ano. Menos de 20% tiveram existência igual ou superior a cinco anos. 

      Boca do Inferno, página 2, 1a. edição, julho de 1976. SNI

    • Lampião

      Capa da edição nº 8 do Lampião, com destaque para a charge sobre Juscelino Kubitschek às portas do céu. Ligado à militância de esquerda gaúcha, o alternativo Lampião teve sua primeira edição em março de 1976. Em formato standard (folhas grandes), o jornal abordava em textos curtos temas políticos e econômicos do período, com circulação dentro do meio universitário gaúcho. Para o SNI, "todos os artigos do Lampiãopossuem conotação política contrária ao Regime de Governo atual" e, por não estar submetido à censura prévia, estaria "praticando abusos no exercício da liberdade de manifestação do pensamento e informação". Quinhentos exemplares da edição acima foram apreendidos pela polícia. 

      Lampião, capa, n. 8, setembro de 1976. SNI

    • Coojornal

      Capa da edição nº 16 do Coojornal. Editado pela Cooperativa dos Jornalistas de Porto Alegre Ltda. - a primeira cooperativa de jornalistas no Brasil -, o Coojornal foi um alternativo caracterizado pelas denúncias políticas, econômicas e sociais ao regime militar. Mensário, o jornal era enviado para as grandes cidades brasileiras e chegou a ter tiragem acima de cem mil exemplares. 

      Coojornal, capa, n. 16, maio de 1977. SNI

    • Assinaturas e anunciantes

      Diferentemente da maioria dos demais órgãos da imprensa alternativa, o Coojornal, assim como O Pasquim, conseguia gerar parte das receitas para cobrir os custos de operação da mesma maneira que a imprensa convencional, ou seja, por meio assinaturas e de anunciantes. 

      Coojornal, página 26, n. 17, maio e junho de 1977. SNI

    • Anunciantes da imprensa alternativa

      Dentre os anunciantes estavam a empresa Gerdau, a Rádio Continental 1120 e, de acordo com o SNI, até a empresa pública Banco Nacional de Habitação. 

      Coojornal, página 30, n. 16, maio e junho de 1977. SNI

    • Existência e sobrevivência dos jornais alternativos

      Os meios de produção baratos permitiram a existência - e sobrevivência - dos jornais alternativos. A fotocópia, o fax, a impressão em offset (impressão a frio). Além disso, as gráficas dos grandes jornais, na década de 1970, passaram a oferecer o tempo ocioso de suas máquinas para terceiros, possibilitando assim o surgimento de jornais alternativos portadores de ideias nacionais. Todavia, mesmo com as assinaturas e os anúncios pagos, a imprensa alternativa era extremamente dependente da venda avulsa de seus exemplares e de doações de jornalistas e artistas.

      Formulários de assinatura dos jornais.

       Hora do PovoJornal do GayResistênciaCoojornalTLO. SNI

    • Arrecadação de verbas

      O repúdio ao lucro perpassava pela maioria dos jornais da imprensa alternativa, o que ocasionava problemas econômicos e administrativos. Por isso, cerca de metade dos jornais criados no período não completaram um ano de existência. E aqueles que sobreviveram por mais tempo tentavam arrecadar verbas de outras formas: o repórter vendia camisetas com a logomarca do jornal; quem assinasse o Movimento por dois anos ganharia seis revistas dos Cadernos do Centro de Estudo e Ação Social (CEAS); os assinantes de Pasquim, por sua vez, ganhavam 10% de desconto nas compras feitas na Livraria do Pasquim, no Leblon.

      PasquimMovimentoRepórterCoojornal. SNI

    • Capa do jornal Movimento

      Fundado em 1975, na cidade de São Paulo, Movimento foi um dos principais jornais alternativos do período militar. Desde o início, o jornal passou pela censura prévia, o que limitou seu alcance entre os leitores. Não obstante as dificuldades sofridas, inclusive um atentado a bomba na sede do jornal, o Movimento circulou até 1981. Em 1979, o SNI afirmou que o jornal, "adotando uma grande variedade de temas em cada edição, vem se constituindo num veículo de sistemática campanha contestatória ao governo e ao regime, logrando, por força dos enfoques exploradores [...] influenciar na formação de uma opinião pública simpatizante aos regimes de esquerda". 

      Movimento, capa ed n. 269, de 25 a 31/08/1980. SNI

    • Ensaios populares - Movimento

      Capa da seção "Ensaios populares", de abril de 1977, do jornal Movimento; à direita, programa do jornal. A publicação dessa seção, que apresentava temas ou fatos de maneira editorial, mas em linguagem didática, causou uma polêmica dentro do jornal, pois teria, para alguns, posições políticas atrasadas. "Ensaios Populares" contribuiu para o racha do Movimento.

      Capa e contracapa, Suplemento Ensaios Populares, abril de 1977. SNI

    • Capa da edição zero do jornal Em Tempo

      Criado por jornalistas saídos do jornal Movimento, o Em Tempo, no seu primeiro editorial definiu-se como um espaço para a "articulação das forças oposicionistas": "Queremos ser um jornal colado ao tempo presente, capaz de alinhavar temas sobre o futuro. Um jornal sem temas proibidos, sem mitos, bem humorado, não dogmático". 

      Em Tempo, capa, n. 0, novembro de 1977. SNI

    • Tribuna da Luta Operária

      Tribuna da Luta Operária foi um jornal alternativo ligado ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB) criado em 1979. Com periodicidade quinzenal, a proposta da Tribuna era apontar para os leitores, especialmente da classe trabalhadora, a história, as propostas e o posicionamento do partido face aos acontecimentos nacionais atuais, mobilizando, assim, a militância do PCdoB. O jornal foi extinto em 1988. 

      Tribuna da Luta Operária, capa, n. 17, de 28/6 a 11/7/1980. SNI

    • Custo de vida dos trabalhadores

      A complacência dos principais periódicos convencionais com o milagre econômico fez com que muitos jornais alternativos tratassem das condições e do custo de vida dos trabalhadores, sobretudo após a crise de petróleo na década de 1970. 

      Tribuna da Luta Operária, capa e página 8, n. 16, 14 a 28/6/1980. SNI

    • Alvo preferencial

      Um alvo preferencial da imprensa alternativa foi Antônio Delfim Netto. Titular do Ministério da Fazenda (1969-1974), Agricultura (1979) e do Planejamento (1979-1985) durante o regime militar, Delfim era visto por muitos alternativos como um dos principais responsáveis pela situação econômica e pelas condições de vida dos trabalhadores. 

      Hora do Povo, página 4, n. 46, de 18 a 25/7/1980; e página 4, n.51, de 22 a 29/8/1980. SNI

    • Crítica à política econômica

      Os artigos do jornal alternativo carioca Hora do Povo eram bastante críticos da política econômica do regime militar. Órgão do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR8), segundo o SNI, o jornal tinha a "linha de atuação contestatória ao governo federal e procura influenciar a opinião pública nesse sentido", divulgando artigos "com ofensas morais a autoridades". 

      Hora do Povo, capa, n. 62, de 7 a 13/11/1980. SNI

    • Voz da Unidade

      Capa do jornal alternativo político-partidário Voz da Unidade sobre a orientação da política econômica do governo federal, que não previa reajustes salariais para os trabalhadores. 

      Voz da Unidade, capa, n. 33, de 14 a 20/11/1980. SNI

    • Órgão de divulgação do PCB

      Editado em São Paulo semanalmente a partir de dezembro de 1979, o Voz da Unidade tornou-se o órgão de divulgação das ideias do Partido Comunista Brasileiro durante a redemocratização. Para o SNI, o semanário fazia propaganda comunista e atacava a política econômica governamental. 

      Voz da Unidade, capa, n.30, de 24 a 30/10/1980.

      Capa, n. 31, de 30/10 a 6/11/1980. SNI

    • Capa da revista Atenção

      Criada pela editora Grafipar, em Curitiba, no ano de 1978, Atenção procurou ser uma revista de circulação nacional fora do eixo Rio-São Paulo. Assim como outras investidas contra-hegemônicas, a revista sofreu com problemas econômicos até sua extinção no ano seguinte, após dez números editados. Segundo o SNI, Atenção publicava "artigos com a finalidade de indispor a opinião pública com o governo federal, a respeito de assuntos relacionados com a economia e a segurança".

      Revista Atenção, capa, n. 19, janeiro de 1980. SNI

    • Política e humor nos alternativos
    • Capa do Pasquim
    • Pasquim
    • Charges no Coojornal
    • Hora do Povo
    • Boca do Inferno
    • Lampião
    • Coojornal
    • Assinaturas e anunciantes
    • Anunciantes da imprensa alternativa
    • Existência e sobrevivência dos jornais alternativos
    • Arrecadação de verbas
    • Capa do jornal Movimento
    • Ensaios populares - Movimento
    • Capa da edição zero do jornal Em Tempo
    • Tribuna da Luta Operária
    • Custo de vida dos trabalhadores
    • Alvo preferencial
    • Crítica à política econômica
    • Voz da Unidade
    • Órgão de divulgação do PCB
    • Capa da revista Atenção
    • Jornais e reportagens de contracultura e minorias
    • Boca do Inferno
    • Seca na Bahia
    • Entrevista de Pierre Bourdieu
    • Jornal Repórter
    • Jornais e reportagens de contracultura e minorias
    • Questões de comportamento
    • Convergência Socialista
    • II Congresso da Mulher Paulista
    • Movimento de libertação de mulheres na União Soviética
    • Eleições presidenciais norte-americanas de 1980
    • Voz da Unidade
    • O Trabalho
    • Le Gai Pied
    • Gay Sunshine
    • Capa da edição especial sobre o Brasil do jornal Gay Sunshine
    • Movimento
    • Em Tempo
    • Artigo do jornal francês Libération
    • Jornal do Gay
    • Resenha sobre artigo publicado na New York Magazine
    • Jornais e reportagens de contracultura e minorias

      Se os primeiros jornais alternativos, mesmo os humorísticos, surgidos durante o regime militar concentravam seus artigos nos temas políticos e econômicos, gradativamente outros temas foram ganhando espaço na imprensa contra-hegemônica brasileira. Influenciados pelo movimento de contracultura e do new journalismnorte-americanos - que trouxeram à baila questões sociais e de comportamento sob uma nova ótica, aproximando a narrativa jornalística da literatura -, nasceram na imprensa alternativa brasileira jornais cujos temas, diagramação e narrativa mais subjetiva inovaram o fazer jornalístico nacional. Saiba mais

    • Boca do Inferno

      Artigo do jornal baiano Boca do Inferno sobre a proibição aos índios Pankararés, na Bahia, de praticarem sua dança ritualística. Embora tenha existido por apenas alguns meses em 1976, o jornal recebeu o único Prêmio Esso dado à imprensa alternativa, por reportagem a respeito de uma mulher posseira. Para o SNI, o Boca do Inferno era um jornal que fazia "uso de termos jocosos e pornográficos" para abordar o cotidiano e criticar os governos federal, estadual e municipal. 

      Boca do Inferno, pg. 5, 1a. edição, julho de 1976. SNI

    • Seca na Bahia

      Ensaio fotográfico de Aguinaldo Lima sobre a seca na Bahia no jornal Boca do Inferno.

      Pg. 31, 1a. edição, julho de 1976. SNI

    • Entrevista de Pierre Bourdieu

      Entrevista do sociólogo francês Pierre Bourdieu, dada à revista espanhola El Viejo Topo, sobre gostos artísticos, contracultura e classe sociais. 

      Em Tempo, pg. 20, n.111, de 31/7 a 13/8/1980. SNI

    • Jornal Repórter

      Capa do jornal Repórter. Fundado em 1977, o Repórter, nos seus primeiros números, segue o perfil de contestação política. Sem perder o ímpeto da denúncia do autoritarismo estatal, adota uma nova linha editorial, privilegiando a descrição do cotidiano dos centros urbanos brasileiros, sobretudo o carioca, com todas as suas mazelas.

      Para os órgãos de informação do regime militar, além de atentar contra a moral e os bons costumes, o Repórter difamava a figura de "vultos históricos nacionais" e queria indispor a população e o governo por meio de notícias falsas ou tendenciosas. 

      Repórter, capa, n. 35, novembro de 1980. SNI

    • Jornais e reportagens de contracultura e minorias

      O estilo obsceno do Repórter, que se proclamava "autônomo independente", era um modo de retratar a realidade brasileira, da maneira mais crua possível, mesmo que tivesse que quebrar o decoro moral da classe média. Foi um dos jornais alternativos de maior vendagem, com uma tiragem média de quarenta mil exemplares por mês. Assim como muitos outros nanicos, a carência de recursos e os atentados sofridos levaram ao seu fechamento, em 1981. 

      Repórter, capa, n. 40, de 18 a 31/3/1981. SNI

    • Questões de comportamento

      Reportagem sobre a posição das principais organizações de esquerda a respeito da maconha. Para algumas organizações, a maconha era uma questão menor dentro da luta revolucionária; para outras, era um desvio ideológico. O único grupo que teria uma posição mais liberal em relação à maconha seria a Convergência Socialista, isto porque a Convergência seria mais preocupada com as questões de comportamento, inclusive contando com "um grupo de homossexuais com grande atuação em São Paulo" e discutindo "frequentemente a questão feminina". 

      Repórter, pg. 5, n. 38, fevereiro de 1981. SNI

    • Convergência Socialista

      Conto de Cristina Ribeiro no jornal Convergência Socialista.

      Pg. 4, n. 1, primeira quinzena de julho de 1979. SNI

    • II Congresso da Mulher Paulista

      Artigo do jornal Convergência Socialista sobre o II Congresso da Mulher Paulista. O Congresso, realizado entre 8 e 9 de março de 1980 em Valinhos, contou com a participação de quase quatro mil mulheres. 

      Convergência Socialista, pg. 11, n. 9, segunda quinzena de março de 1980. SNI

    • Movimento de libertação de mulheres na União Soviética

      Capa e matéria do jornal Em Tempo sobre o movimento de libertação de mulheres na União Soviética. O artigo, escrito por Jean-Yves Touvais no periódico francês Cahiers du Feminisme, discorre sobre uma revista feminista na Rússia, lançada em 1979, que foi reprimida pela burocracia. 

      Em Tempo, capa e pg. 13, n. 116, de 9 a 22/10/1980. SNI

    • Eleições presidenciais norte-americanas de 1980

      Reportagem do jornal Em Tempo sobre o candidato do Partido Socialista dos Trabalhadores, Andrew Pulley, nas eleições presidenciais norte-americanas de 1980. Este número do Em Tempo foi acusado pelo SNI de "incitar o ódio racial", fato atribuído a outros jornais voltados para a comunidade negra. 

      Em Tempo, pg. 17, n. 117, de 23 a 5/11/1980. SNI

    • Voz da Unidade

      Matéria do jornal Voz da Unidade com as opiniões do Movimento Negro Unificado (MNU) e do Instituto de Pesquisa das Culturas Negras (IPCN) sobre o racismo no Brasil. 

      Voz da Unidade, pg. 10, n. 33, de 14 a 20/11/1980. SNI

    • O Trabalho

      De acordo com o artigo, classificado pelo SNI como propaganda adversa para incitar a luta de classes, "os negros no Brasil começam a tomar consciência da sua condição de oprimidos e que, apoiados na luta dos trabalhadores contra os patrões, e seu governo, colocam suas próprias reivindicações e iniciam um processo de organização política". 

      O Trabalho, pg. 10, n. 69, de 15 a 21/7/1980. SNI

    • Le Gai Pied

      Capa da primeira edição do mensário francês Le Gai Pied. De acordo com a Divisão de Segurança e Informações do Ministério da Justiça, a "imprensa gay", segmento da imprensa alternativa, com o seu objetivo de promover o homossexualismo, ilustrava o esquema das teses marxista-leninistas, que visavam "a derrocada das instituições, não só políticas como sociais, do mundo ocidental". 

      Le Gai Pied, capa, n. 1, abril de 1979. SNI

    • Gay Sunshine

      Ensaio fotográfico sobre o carnaval no Rio de Janeiro; à direita, artigo de Frederick Witham sobre o cotidiano gay em São Paulo, ambos publicados na edição n. 38/39, inverno de 1979. 

      Gay Sunshine. Pgs. 9 e 16. SNI

    • Capa da edição especial sobre o Brasil do jornal Gay Sunshine

      Capa da edição especial n. 38/39 sobre o Brasil, do jornal norte-americano Gay Sunshine. O editor deste jornal, Winston Leyland, esteve no Brasil em 1977, onde entrou em contato com jornalistas e artistas brasileiros como João Antonio Mascarenhas, Darcy Penteado e Aguinaldo Silva. Após o encontro, já em 1978, esse grupo decide fundar o jornal Lampião da Esquina, produzido, escrito e voltado para o público homossexual.

      Edição inverno de 1979. SNI

    • Movimento

      Artigo de Darcy Penteado sobre o delegado Wilson Richetti, responsável pela ação que, segundo o autor, perseguiu e prendeu violentamente prostitutas e travestis do centro de São Paulo. Darcy foi um dos colaboradores do jornal Lampião de Esquina, sobre a problemática gay no Brasil. O Lampião foi descrito pelo SNI como um periódico da imprensa nanica que "defende o homossexualismo e aborda assuntos atentórios à moral e aos bons costumes". O Lampião de Esquina esteve em circulação até junho de 1981. 

      Movimento, pg. 20, n. 264, de 21 a 27/7/1980. SNI

    • Em Tempo

      Reportagem do jornal Em Tempo sobre o depoimento do delegado Wilson Richetti no Conselho Parlamentar de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana na Assembleia Legislativa de São Paulo. O delegado Richetti era o responsável pela "Operação Rondão" que, segundo a matéria, estava retirando do centro da capital paulista, com truculência, homossexuais, travestis, negros e desempregados.

      Em Tempo, pg. 13, n. 110, de 31/7 a 13/8/1980

    • Artigo do jornal francês Libération

      Artigo do escritor e ativista Guy Hocquenghem, publicado originalmente no jornal francês Libération, sobre o movimento gay nos Estados Unidos durante os anos 1970. De acordo com o SNI, os números 262 a 271 do jornal Movimento traziam reportagens que pregavam a derrubada do regime e a "dissolução da moral e dos bons costumes". 

      Movimento, pgs. 18 e 19, n. 268, de 18 a 24/8/1980. SNI

    • Jornal do Gay

      Capa da edição nº 4, de 1979, do Jornal do Gay, publicado pelo Círculo Corydon. O nome Corydon foi retirado do livro de mesmo nome do escritor francês André Gide, sobre homossexualismo. SNI

    • Resenha sobre artigo publicado na New York Magazine

      sobre a solidão; à direita, nota sobre a repressão aos homossexuais na Argentina. Segundo documento da Divisão de Segurança e Informações do Ministério da Justiça intitulado "Jornalismo a serviço dos homossexuais - imprensa gay", o Jornal do Gay publicava "notas e reportagens ligadas ao homossexualismo tentando conceituá-lo como atividade normal que precisa ser assumida pelos que a praticam e reconhecida pelos demais". 

      Jornal do Gay, páginas 20 e 21, n. 4, 1979. SNI

    • Jornais e reportagens de contracultura e minorias
    • Boca do Inferno
    • Seca na Bahia
    • Entrevista de Pierre Bourdieu
    • Jornal Repórter
    • Jornais e reportagens de contracultura e minorias
    • Questões de comportamento
    • Convergência Socialista
    • II Congresso da Mulher Paulista
    • Movimento de libertação de mulheres na União Soviética
    • Eleições presidenciais norte-americanas de 1980
    • Voz da Unidade
    • O Trabalho
    • Le Gai Pied
    • Gay Sunshine
    • Capa da edição especial sobre o Brasil do jornal Gay Sunshine
    • Movimento
    • Em Tempo
    • Artigo do jornal francês Libération
    • Jornal do Gay
    • Resenha sobre artigo publicado na New York Magazine
    • Direitos humanos, anistia, redemocratização e os últimos anos da imprensa alternativa
    • Pasquim
    • Charge de Ziraldo no Pasquim
    • Em Tempo
    • Voz da Unidade
    • Capa da primeira edição do jornal Convergência Socialista
    • O Trabalho
    • Coojornal
    • Declínio do Coojornal
    • Nosso Tempo
    • Movimento
    • Resistência
    • Jornal Em Tempo - lista de torturadores
    • Jornal Em Tempo - segunda lista de torturadores
    • Fachada da redação do jornal Em Tempo após atentado
    • Atentado à redação do jornal Em Tempo
    • Atentado à banca de jornal em Madureira
    • Artigo do Movimento sobre a abertura política
    • Defesa da imprensa alternativa
    • Campanha do jornal Movimento
    • Movimento - Atentado ao Riocentro
    • Repórter - Atentado ao Riocentro
    • Capa do jornal O Trabalho
    • Jornal Em Tempo - movimento sindical
    • Convergência Socialilsta
    • Constituinte
    • Hora do Povo
    • Tribuna da Luta Operária
    • Direitos humanos, anistia, redemocratização e os últimos anos da imprensa alternativa

      A imprensa alternativa conheceu seu ápice durante o governo do general Ernesto Geisel (1974-1979). As medidas adotadas por Geisel e pelo chefe do Gabinete Civil da Presidência da República, Golbery do Couto e Silva, para garantir o retorno lento, seguro e gradual para o regime democrático civil começaram pela suspensão da censura prévia e a garantia da realização de eleições livres para deputados e senadores em 1974, prosseguindo com a revogação do Ato Institucional nº 5, em 1978. A política de abertura continuou com o último presidente militar, João Baptista Figueiredo (1979-1985), com a promulgação da Lei de Anistia em 1979 e a reforma do sistema político que trouxe de volta o pluripartidarismo. Saiba mais

       

    • Pasquim

      Capa do Pasquim, em "comemoração" ao aniversário de 17 anos do golpe de Estado militar de 1964.

      Pasquim, capa, n. 613, de 26/3 a 1/4/1981. SNI

    • Charge de Ziraldo no Pasquim

      O SNI registrou que esta edição tentava "ofender a dignidade do chefe da nação e demais autoridades constituídas". 

      Pasquim, Contracapa, n. 621, de 21 a 27/5/1981. SNI

    • Em Tempo

      De acordo com Em Tempo, o general Geisel, em reunião com a cúpula do Exército e com os chefes da Arena, afirmou que as reformas políticas não alterariam substancialmente o regime em vigor à época. 

      Em Tempo, capa, n. 1, dezembro de 1977. SNI

    • Voz da Unidade

      Capa do semanário Voz da Unidade. Segundo editorial do jornal, apesar da resistência dos militares da linha dura, a abertura política prossegue, muito porque "deixou de ser o desejo de alguns poucos para se converter em aspiração nacional, a partir da convicção de que é o caminho possível para livrar o país do pesado jugo da ditadura". 

      Voz da Unidade, capa, n. 27, de 3 a 9/10/1980. SNI

    • Capa da primeira edição do jornal Convergência Socialista

      Convergência Socialista, capa, n. 1, primeira quinzena de julho de 1979. SNI

    • O Trabalho

      Artigo publicado no jornal O Trabalho sobre a greve de fome realizada pelos presos políticos na Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá/PE, pelo Dia Nacional de Luta pela Anistia. A greve de fome foi utilizada pelos presos políticos como forma de chamar a atenção da sociedade para os excessos cometidos em prisões durante o regime militar. Para o governo, a greve de fome era uma atividade subversiva recorrente nos presídios. Os presos políticos de Itamaracá já haviam realizado outras duas greves de fome, nos anos de 1975 e 1977. 

      O Trabalho, pg. 6, n. 21, de 17/4 a 1/5/1979. SNI

    • Coojornal

      Capa da edição nº 18 do Coojornal. Fundamentada em pesquisa nos Diários Oficiais da União, a reportagem de capa foi a primeira a contabilizar os cidadãos atingidos pelos Atos Institucionais. De acordo com o jornalista Bernardo Kucinski, devido a esta reportagem, dois agentes da Polícia Federal visitaram os anunciantes do jornal, instando-os a encerrar seus contratos de propaganda com o periódico. Na edição seguinte, o Coojornal perdeu cerca de 80% de seus anunciantes. Coojornal, capa, n. 18, julho de 1977. SNI

    • Declínio do Coojornal

      Reportagem do Coojornal sobre os cidadãos punidos, demitidos ou cassados em seus direitos políticos. A queda no número de anunciantes, a repressão estatal (incluindo a prisão de jornalistas e atentados a bancas de jornal que vendiam o Coojornal) e o racha dentro da Cooperativa dos Jornalistas de Porto Alegre foram as principais razões do declínio do Coojornal. Em março de 1983, sete anos depois do lançamento do primeiro número, o jornal encerrou suas atividades. 

      Coojornal, pgs. 16-17, n. 18, julho de 1977. SNI

    • Nosso Tempo

      Capa do jornal Nosso Tempo. O semanário, editado em Foz do Iguaçu/PR, tinha uma linha editorial de oposição ao regime militar, que lhe rendeu processos na Auditoria Militar por propaganda subversiva e a prisão do jornalista Juvêncio Mazzarollo, em 1982. O jornalista só seria solto em 1984, após revisão do Supremo Tribunal Federal. 

      Nosso Tempo, capa, n. 1, de 3 a 10/12/1980. SNI

    • Movimento

      Capa do Movimento sobre o julgamento do médico Harry Shibata no Conselho Regional de Medicina de São Paulo. O médico, acusado de falsificar laudos de exame cadavérico e certidões de óbito dos presos políticos mortos nas dependências do DOI-Codi - como Vladimir Herzog e Manuel Fiel Filho -, teve seu registro profissional cassado em 1980. 

      Movimento, capa, n. 278, de 27/10 a 2/11/1980. SNI

    • Resistência

      O mensário Resistência, que teve seu primeiro número em fevereiro de 1978, nasceu no bojo da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos e do Partido Comunista do Brasil. As reportagens e artigos do jornal mostravam os problemas da capital paraense, com destaque para as questões de direitos humanos, mas também abriam espaço para os principais temas nacionais da época, como a luta pela anistia. Para o SNI, Resistência pregava a luta de classes, a derrubada do regime e fazia revisionismo histórico, "apresentando subversivos como heróis". 

      Resistência, capa, n. 18, novembro de 1980. SNI

    • Jornal Em Tempo - lista de torturadores

      Cópia do artigo do jornal Em Tempo com a lista de 233 torturadores. A listagem foi elaborada por 35 presos políticos, que repassavam os nomes para suas famílias ou para os seus advogados. 

      Em Tempo, capa e pgs. 6-7, n. 17, de 26/6 a 8/7/1978. SNI

    • Jornal Em Tempo - segunda lista de torturadores

      Segunda lista de torturadores publicada pelo Em Tempo. O jornal ainda publicaria mais uma listagem de torturadores. 

      Em Tempo, capa e pg. 6, n. 54, de 8 a 14/3/1979. SNI

    • Fachada da redação do jornal Em Tempo após atentado

      Após a publicação da primeira lista de torturadores, o jornal Em Tempo foi vítima de atentados a bomba.

      Belo Horizonte, 18 de agosto de 1978. SNI

    • Atentado à redação do jornal Em Tempo

      O ataque à sucursal de Belo Horizonte, realizado em 18 de agosto de 1978, e que teve autoria reivindicada pelo Grupo Anticomunista (GAC) e pelo Movimento Anticomunista (MAC), destruiu material gráfico, máquinas e mobiliário do jornal. Os sabotadores também picharam as paredes do prédio. Este foi o segundo atentado sofrido pela sucursal em menos de vinte dias.

       

      Interior da redação. Belo Horizonte, 18 de agosto de 1978. SNI

    • Atentado à banca de jornal em Madureira

      Explosão de bomba em banca de jornal no bairro de Madureira (Rio de Janeiro), atribuída a grupos anticomunistas. Segundo o SNI, a banca de jornal em tela teria recebido um aviso "de que não vendesse jornais comunistas. Não atendendo às ameaças, foi atacada a explosivos, causando pequenos danos".

      Rio de Janeiro, julho de 1980. SNI

    • Artigo do Movimento sobre a abertura política

      em curso à época e o número crescente de atentados aos jornais alternativos, com a conivência do governo. O SNI afirmou que o jornal procurava "atribuir a oficiais generais e órgãos de segurança a responsabilidade por atentados terroristas". O jornal Em Tempo culpava os DOI-Codi pelos atentados. Em Tempo, capa, n. 110, de 31/7 a 13/8/1980.

      Movimento, pg. 2, n. 268, de 18 a 24/8/1980. SNI

    • Defesa da imprensa alternativa

      As bancas de jornal que vendiam periódicos da imprensa alternativa foram as que mais sofreram com os atentados a bomba e incêndios criminosos. Para se resguardarem, muitos jornaleiros passaram a recusar os jornais nanicos. Vários órgãos da imprensa alternativa registraram as dificuldades enfrentadas pelas bancas, convidando os leitores a ajudá-los. Em propaganda pela defesa da imprensa alternativa, o jornal Em Tempo instava os seus leitores: "Compre nas bancas. Ajude a vender. Estimule os jornaleiros a resistir aos terroristas. Faça a sua assinatura". 

      Movimento, pg. 9, n. 269, de 25 a 31/8/1980; Em Tempo, pg. 2, n. 111. SNI

    • Campanha do jornal Movimento

      para arrecadar seis milhões de cruzeiros. Somado aos problemas internos, marcados por lutas políticas entre as diferentes facções, a publicação sofria com a redução de vendagem, em parte devido aos atentados sofridos pelas bancas de jornal que vendiam periódicos alternativos. A última edição do Movimento foi publicada em novembro de 1981. 

      Movimento, pg. 11, n. 306, de 11 a 17/5/1981. SNI

    • Movimento - Atentado ao Riocentro

      O atentado ao Riocentro foi realizado por dois militares do DOI do I Exército, situado no Rio e Janeiro: o sargento Guilherme Pereira do Rosário e o capitão Wilson Dias Machado. Após a explosão da bomba, que vitimou Rosário e deixou gravemente ferido o capitão Wilson, o Exército tentou encobrir sua participação no fato. Os jornais alternativos desempenharam um papel ativo na apuração e denúncia do caso. Segundo a capa do Movimento, "gravemente ferido, o capitão Wilson Machado mandou avisar o Comando do I Exército", enquanto o presidente Figueiredo fazia "manobras protegendo os envolvidos no terror". 

      Movimento, capa, n. 306, de 11 a 17/5/1981. SNI

    • Repórter - Atentado ao Riocentro

      Artigo de Daniel Aarão Reis Filho sobre o atentado no Riocentro. O SNI acusou o Repórter de propaganda adversa, "caracterizada por insinuar junto à população que o atentado [...] no Riocentro foi de responsabilidade do Exército". 

      Repórter, pg. 7, n. 43, de 6 a 19/5/1981. SNI

    • Capa do jornal O Trabalho

      O Trabalho foi criado em 1º de maio de 1978 para ser a voz do trabalhador, noticiando os movimentos grevistas no ABC paulista e em outras regiões do país. Depois, o jornal virou órgão de comunicação do Partido dos Trabalhadores. 

      O Trabalho, capa, n. 21, de 17/4 a 1/5/1979. SNI

    • Jornal Em Tempo - movimento sindical

      Último capítulo da série de artigos intitulada "Para conhecer o movimento operário brasileiro". A atuação do movimento sindical ganhou mais espaço nos jornais alternativos sobretudo após as greves dos operários do ABC paulista em 1978 e 1979. 

      Em Tempo, pg. 10, n. 111, de 31/7 a 13/8/1980. SNI

    • Convergência Socialilsta

      No período de transição política, os jornais alternativos tornaram-se um espaço para aqueles que estavam às margens do debate político ou mesmo na clandestinidade pudessem expor suas ideias. Diferentes categorias de trabalhadores e operários se articularam e fizeram dos alternativos parte de suas plataformas políticas. 

      Convergência Socialista, capa, n. 9, segunda quinzena de março de 1980. SNI

    • Constituinte

      A criação de uma Assembleia Nacional Constituinte já era discutida mesmo antes da aprovação da Lei de Anistia. O caderno Constituinte Como? Por que? A quem serve? procurava explicar as diversas posições sobre o assunto, com entrevistas de militantes, políticos e pensadores como Jorge Amado, Fernando Henrique Cardoso, Jarbas Vasconcelos, Terezinha Zerbini, Marilena Chauí, Dalmo Dallari, Pedro Simon, dentre outros. 

      Constituinte
      , capa e contracapa, n. 1, 1977. SNI

    • Hora do Povo

      Nas eleições diretas para governador, senador e deputado federal, o governo aprovou a emenda constitucional nº 22, estabelecendo que a eleição de deputados federais e senadores ocorreriam pelo sistema de voto distrital misto, majoritário e proporcional. Mas as modificações não entraram em vigor nas eleições de 1982, sendo revogadas pela emenda constitucional nº 25, em 1985. Para o Hora do Povo, a intenção do general Figueiredo era favorecer o PDS, para fazer "o voto valer mais nos distritos onde o PDS tem maioria, e menos nos outros". 

      Hora do Povo, capa, n. 65, de 28/11 a 5/12/1980. SNI

    • Tribuna da Luta Operária

      Uma assembleia constituinte livre e soberana era o desejo dos trabalhadores, afirmava a Tribuna da Luta Operária. Para o jornal, tal feito não seria alcançado com o general Figueiredo no poder. 

      Tribuna da Luta Operária, capa, n. 27, de 17 a 31/11/1980. SNI

    • Direitos humanos, anistia, redemocratização e os últimos anos da imprensa alternativa
    • Pasquim
    • Charge de Ziraldo no Pasquim
    • Em Tempo
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    • Atentado à redação do jornal Em Tempo
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    • Convergência Socialilsta
    • Constituinte
    • Hora do Povo
    • Tribuna da Luta Operária
     
  • Sobre as imagens

    Política e humor nos alternativos

    Capa do Pasquim - BRANBSB V8 ACE A010860
    Pasquim - BRANBSB V8 ACE A010860
    Charges no Coojornal - BRANBSB V8 ACE A104199
    Hora do Povo - BRANBSB V8 ACE A007574
    Boca do Inferno - BRANBSB V8 ACE A095597
    Lampião - BRANBSB V8 ACE A097894
    Coojornal - BRANBSB V8 ACE A104199
    Assinaturas e anunciantes - BRANBSB V8 ACE A104199
    Anunciantes da imprensa alternativa - BRANBSB V8 ACE A104199
    Existência e sobrevivência dos jornais alternativos - BRANBSB V8 ACE A104199
    Arrecadação de verbas - BRANBSB V8 ACE A104199
    Capa do jornal Movimento - BRANBSB V8 ACE A010854
    Ensaios populares - Movimento - BRANBSB V8 ACE A105111
    Capa da edição zero... - BRANBSB V8 ACE A108912
    Tribuna da Luta Operária - BRANBSB V8 ACE A008832
    Custo de vida dos trabalhadores - BRANBSB V8 ACE A010120
    Alvo preferencial - BRANBSB V8 ACE A010857
    Crítica à política econômica - BRANBSB V8 ACE A015946
    Voz da Unidade - BRANBSB V8 ACE A015977
    Órgão de divulgação do PCB - BRANBSB V8 ACE A012739
    Capa da revista Atenção - BRANBSB V8 ACE A006442


    Jornais e reportagens de contracultura e minorias

    Boca do Inferno - BRANBSB V8 ACE A095597
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    Entrevista de Pierre Bourdieu - BRANBSB V8 ACE A010863
    Jornal Repórter - BRANBSB V8 ACE A018126
    Repórter - BRANBSB V8 ACE A018126
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    Movimento de libertação ... - BRANBSB V8 ACE A012740
    Eleições presidenciais ... - BRANBSB V8 ACE A012740
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    O Trabalho - BRANBSB V8 ACE A010853
    Le Gai Pied - BRANBSB V8 ACE 3580
    Gay Sunshine - BRANBSB V8 ACE 3580
    Capa da edição especial ... - BRANBSB V8 ACE 3580
    Movimento - BRANBSB V8 ACE A010854
    Em Tempo - BRANBSB V8 ACE A010863
    Artigo do jornal francês Libération - BRANBSB V8 ACE A010854
    Jornal do Gay - BRANBSB V8 ACE 3580
    Resenha... - BRANBSB V8 ACE 3580


    Direitos humanos, anistia e redemocratização

    Pasquim - BRANBSB V8 ACE A018170
    Charge de Ziraldo ... - BRANBSB V8 ACE A018170
    Em Tempo - BRANBSB V8 ACE A0108912
    Voz da Unidade - BRANBSB V8 ACE A012598
    Capa da primeira edição ... - BRANBSB V8 ACE E001497
    O Trabalho - BRANBSB V8 ACE A002046
    Coojornal - BRANBSB V8 ACE A104199
    Declínio do Coojornal - BRANBSB V8 ACE A104199
    Nosso Tempo - BRANBSB V8 ACE A104199
    Movimento - BRANBSB V8 ACE A012743
    Resistência - BRANBSB V8 ACE A012736
    Resistência - artigo sobre ... - BRANBSB V8 ACE A008436
    Jornal Em Tempo - lista ... - BRANBSB V8 ACE A001143
    Jornal Em Tempo - segunda ... - BRANBSB V8 ACE A001143
    Fachada da redação ... - BRANBSB V8 ACE A009075
    Atentado à redação ...  - BRANBSB V8 ACE A009075
    Atentado à banca de jornal ... - BRANBSB V8 ACE A009367
    Artigo do Movimento ... - BRANBSB V8 ACE A010854
    Defesa da imprensa alternativa - BRANBSB V8 ACE A010854 e BRANBSB V8 ACE A010863
    Campanha do jornal Movimento - BRANBSB V8 ACE A018149
    Movimento - Atentado ao Riocentro - BRANBSB V8 ACE A018149
    Repórter - Atentado ao Riocentro - BRANBSB V8 ACE A018126
    Capa do jornal O Trabalho - BRANBSB V8 ACE A002046
    Jornal Em Tempo - movimento sindical - BRANBSB V8 ACE A010863
    Convergência Socialista - BRANBSB V8 ACE A006530
    Constituinte - BRANBSB V8 ACE A107102
    Hora do Povo - BRANBSB V8 ACE A015946
    Tribuna da Luta Operária - BRANBSB V8 ACE A015945

  • Ficha Técnica

    A exposição A imprensa alternativa no acervo do Sistema Nacional de Informações 1964 - 1985foi realizada pela Coordenação Regional do Distrito Federal/Arquivo Nacional exclusivamente para o ambiente virtual.

    Organizada em  três módulos, apresenta exemplares de jornais da imprensa alternativa que constituiram um dos mecanismos de resistência para que órgãos e partidos de esquerda brasileiros, colocados na clandestinidade, pudessem veicular seus ideários durante o período da ditadura militar. As imagens foram pesquisadas nos jornais apreendidos pelo Serviço Nacional de Informações (SNI), hoje integrantes do fundo de mesmo nome custodiado pelo Arquivo Nacional.

    As reproduções que integram a exposição receberam tratamento digital de forma a melhorar o aspecto visual para o ambiente eletrônico. Foram editadas de modo a compor a narrativa da exposição e, portanto, não correspondem aos tamanhos originais dos documentos, além de terem sofrido alterações de cor e contraste para facilitar a visualização e realçar detalhes.

  • Créditos

    Presidenta da República
    Dilma Rousseff

    Ministro de Estado da Justiça
    Eugênio de Aragão

    Diretor-Geral do Arquivo Nacional
    José Ricardo Marques

    Coordenadora-Geral da Coordenação Regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal
    Vivien Ishaq

    Coordenadora-Geral de Acesso e Difusão Documental
    Maria Aparecida Silveira Torres

    Coordenação de Pesquisa e Difusão de Acervo
    Maria Elizabeth Brêa Monteiro

    Assessoria de Comunicação Social
    Claudia Miller


    Exposição

    Curadoria/ Seleção de imagens/ Textos e legendas
    Pablo E. Franco

    Pesquisa de imagens
    Pablo E. Franco
    Marcelo de Souza Romão (estagiário)
    Roger Gomes dos Santos Silva (estagiário)

    Revisão de textos
    Maria Rita Aderaldo
    Renata dos Santos Ferreira

    Digitalização
    Camila França

    Programação visual
    Sueli Araújo

    Tratamento de imagens
    M&W Comunicação Integrada Ltda.

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